Doctor Who (2ª Temporada, 1965) – Arco 012: The Romans
As ideias
do Doctor.
Escrito por
Dennis Spooner e com direção de Christopher Barry, “The Romans” é o quarto arco da segunda temporada de “Doctor Who”, exibido originalmente
entre 16 de janeiro e 06 de fevereiro de 1965, em quatro partes – e é
extremamente importante para ajudar a definir o tom que a série vai assumindo aos poucos. Eu gosto muito de como “Doctor Who” pode brincar com gêneros,
indo do drama histórico à ficção científica com uma facilidade impressionante,
mas “The Romans” talvez tenha
sido a primeira vez em que a série realmente se entregou à comédia… e isso rendeu uma das melhores histórias que “Doctor Who” havia contado até então!
Além disso, descobrimos uma participação
inesperada do Doctor em toda a questão do fogo em Roma.
Agora,
acompanhamos Vicki como a nova companion
do Doctor, ao lado de Barbara e Ian, e eles formam uma equipe muito gostosa de se acompanhar – eu não sei se estarei pronto
para me despedir de qualquer um deles quando chegar o momento… e não vai
demorar tanto assim. É bastante “estranho” como “The Rescue” termina com aquele drama da TARDIS caindo de um penhasco, e “The Romans” começa um
mês depois, com os quatro tripulantes da TARDIS vivendo em uma casa romana
vazia, basicamente curtindo férias, e
o fato de esse corte ser tão abrupto
me pegou desprevenido a ponto de eu acreditar que, de alguma maneira, aquilo
era um sonho ou uma ilusão… eventualmente, entendemos que tudo aquilo é real mesmo, e entramos na vibe da história.
Depois de um
mês de merecidas férias, as aventuras “recomeçam” – afinal de contas, o Doctor
e seus companions não podem ficar
“descansando” para sempre, né? Assim, o Doctor anuncia que está indo para Roma,
para explorar a cidade, e Vicki o acompanha, enquanto Barbara e Ian são
deixados para trás e acabam capturados por mercadores
de escravos, e os dois grupos vivem histórias que os outros desconhecem
graças a uma série divertidíssima de desencontros
que, por si só, rendem alguns dos momentos mais engraçados do arco… “Doctor Who” brinca com a proximidade
dos personagens e com as histórias se cruzando sem que eles se encontrem, e o Doctor termina acreditando que tudo o que
Barbara e Ian fizeram foi dormir enquanto
ele esteve fora.
Enquanto
Barbara é vendida em um leilão de escravos em Roma e termina sendo escrava de
Poppaea e perseguida constantemente por Nero, e Ian vai para a cadeia e quase é
jogado para os leões na arena (!), o Doctor assume a identidade de Maximus
Pettulian, um músico tocador de lira que foi assassinado e que está envolvido
em uma trama para matar o Imperador de
Roma – e isso rende momentos muito mais divertidos do que se podia esperar!
O Primeiro Doctor, de quem eu já gosto muito há muito tempo (!), estava
totalmente inspirado durante essa
história, e ele tem um timing
incrível para a comédia, rendendo algumas cenas hilárias, como quando ele se
defende de um ataque usando a lira como escudo ou quando ele surpreende a todos
batendo em um romano.
Ele estava
INCRÍVEL!
Não é a
primeira vez que o Doctor se passa por
alguém… e tampouco será a última. Na verdade, ele se diverte e nós nos
divertimos com ele! Gostei particularmente das artimanhas do Doctor para escapar de se apresentar tocando a lira
para Nero, encontrando astutamente as melhores estratégias para “escapar”, com
destaque para o momento em que ele simplesmente finge que está tocando a lira e diz que “apenas aqueles com audição
apurada poderão apreciar sua nova composição”, na maior cara-de-pau possível…
e, bem, todo mundo cai. Vicki está incrível também, o tempo todo se divertindo
com o Doctor, e eu amei o Doctor dizendo que foi ele quem deu a ideia de “A Roupa Nova do Rei” para o Hans
Andersen, no fim das contas. AMO ESSE TIPO DE PIADA!
Vicki também
é de suma importância salvando, sem saber, a vida de Barbara… como Nero parece
“muito interessado” em Barbara e Poppaea, sua esposa, passa a odiá-la e tenta
se livrar dela de qualquer maneira, ela manda que a envenenem, mas Vicki fica
com pena da escrava que desconhece e acaba trocando
os cálices e, no fim das contas, nem Barbara nem Nero são envenenados,
porque o Doctor impede Nero de beber do cálice envenenado, e ensina a Vicki
sobre como “eles não podem interferir na história”. Embora, é claro, talvez ele
tenha acabado de fazer isso de qualquer maneira… afinal de contas, tentando
salvar a própria pele já que Nero está morrendo
de raiva dele desde o “show de lira” no banquete (!), o Doctor “comete uma
gafe”.
E isso dá a
Nero uma ideia!
Achei
inusitadamente divertida essa ideia de que foi
o Doctor quem deu a Nero a ideia de colocar fogo em Roma. Afinal de contas,
Nero estava determinado a construir a “Nova Roma”, mas sabia que seus projetos
não seriam aprovados… então, quando o Doctor acidentalmente coloca fogo nas
plantas que ele desenhou ao segurar os próprios óculos nas costas e permitir
que o sol atinja o papel através deles (!), Nero vê a possibilidade de
construir uma Nova Roma no fim das contas: se
a Antiga Roma estiver queimada e destruída, eles não terão outra escolha…
então, Nero ordena que toda Roma esteja em chamas até aquela noite, e o Doctor
e Vicki aproveitam para escapar, assistindo ao incêndio de longe – com Vicki realizada porque está vendo um evento
histórico ao vivo pela primeira vez.
Ainda que, sabe… seja a morte de muita gente.
“My fault?!”
Ian e
Barbara, por sua vez, conseguem escapar de Roma com uma ajudinha de Tavius, e
eles sempre compartilham cenas legais – eu gosto muito da dinâmica da dupla
desde o início de “Doctor Who”, e é
por isso que eu não estou preparado para me despedir deles quando chegar a hora
(engraçado como a despedida recente da Susan nos deixa pensando nisso o tempo
todo, agora, enquanto assistimos a “Doctor
Who”, porque era algo com o que ainda não precisávamos nos preocupar),
ambos são excelentes personagens. Me diverti com o Doctor não deixando que eles
contem suas aventuras, enquanto apenas assume que “eles ficaram dormindo esse
tempo todo, como dois preguiçosos”. E, agora, a TARDIS ruma para a sua próxima
aventura… seja ela onde for.
Que arco
maravilhoso!
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