Sítio do Picapau Amarelo (2006) – Chico, o Zorro Tucanense
O Mascarado!
Se o que
Valdo Serrão está fazendo com o Arraial dos Tucanos é muito parecido com o que
Matilda fizera no Reino de Luterra, há algum tempo, o pessoal do Sítio do
Picapau Amarelo percebe que eles precisam de uma estratégia parecida com a que
foi usada lá, para tirar Matilda do trono… e uma das coisas mais importantes
para a queda da rainha tirana foi, certamente, os exemplares d’O Grito do
Picapau que o pessoal conseguiu mandar para Luterra, usando o pó de
pirlimpimpim, e que deram esperanças e forças para o povo lutar contra as
maldades de Matilda. Agora que o jornal está fechado e que Samuel está preso
(!), o que eles precisam no Arraial dos Tucanos é de um símbolo: algo ou alguém que faça o mesmo pelo Arraial, que lhes dê
força e esperança, que incite o povo a lutar contra a maldade do Valdo… alguém
que seja, sei lá, como o Zorro.
E Chico é o
homem perfeito para esse papel.
Depois de
ouvir a conversa no Sítio, Chico tem uma ideia e procura o eremita na caverna
que ele lhe mostrara há pouco tempo, e o eremita já está esperando por ele com uma roupa pronta para a nova missão
– então, ele lhe explica sobre os túneis que ligam as várias partes da região,
caminhos que ele precisa conhecer e que serão fundamentais para os seus
próximos trabalhos. Assim, Chico se torna o Zorro Tucanense, conhecido como “O
Mascarado”: um herói correndo pelas sombras como o Batman (ele é até chamado de
“morcegão” mais de uma vez), gerando movimento, fazendo as pessoas se
levantarem… e sua primeira missão é roubar o mimeógrafo da redação fechada d’O
Grito do Picapau, com o qual ele e o eremita podem imprimir várias cópias de um
manifesto contra o Valdo Serrão, e então o Mascarado pode espalhá-los pelo
Arraial!
Infelizmente,
para manter sua identidade m segredo e para proteger as pessoas de quem gosta,
o Chico, que está se arriscando tanto de forma tão corajosa, precisa fingir que
“não está impressionado” com o Mascarado e que abomina suas ações, o que faz
com que Samuel, Thirza, Pedrinho e todos os seus amigos fiquem cada vez mais decepcionados com ele… e eu confesso que
fiquei bem triste pelo Chico! Ele chega a dizer no Sítio, por exemplo, que o
tal Mascarado “não passa de um maluco querendo se aparecer”, e ninguém gosta do
seu comentário – o Pedrinho, imediatamente furioso, diz que o Mascarado “é a
pessoa mais corajosa que ele já conheceu”. Para piorar, Chico fala sobre ir embora do Arraial, como se estivesse
fugindo porque não tem como lutar contra Valdo Serrão, e isso deixa todo mundo
chocado, decepcionado e meio bravo.
Thirza,
desiludida, diz que ele prometera que a protegeria para sempre…
Fiquei
esperando a Emília desconfiar que algo estava errado – afinal de contas, como
ela mesma diz, não faz sentido essa “covardia toda” depois de tudo pelo que
eles passaram… como Mascarado, no entanto, Chico ganha atenção, admiração e até
aplausos, enquanto espalha os papéis contra o Valdo Serrão, por exemplo, e o
Valdo é vaiado pelo povo do Arraial, que começa lentamente a perder o medo que
sente dele. A função do Mascarado é principalmente essa: causar desconforto no
Valdo, como quando rouba o seu busto recém-inaugurado na praça, mesmo que isso
acabe levando à prisão de Samira, que é acusada de ser seu cúmplice… mas, depois
de Samuel, Zé Carijó, Flor e uma série de figurantes, Samira é apenas “mais uma
prisão do Xerife Jovino”. E Jovino comete o erro de fazer exatamente o que a
Emília queria: levá-la presa também.
Emília,
“espiã infiltrada”, tem um plano para fugir
da cadeia com todos os presos, que funciona muito bem, mas o mais legal vem
depois da fuga, quando Jovino é feito
de idiota e tem um confronto intenso com o Mascarado – como “super-herói” ou
símbolo de resistência, Chico Maciel é rápido, habilidoso, bom de luta, e dá um
show, que deixa o Pedrinho cada vez mais admirado, filmando tudo para o seu
documentário… então, quando o Mascarado vai embora, Pedrinho o segue, tentando
conseguir uma entrevista com ele, e como ele está usando a Filmadora Sabugosa,
mágica, a sua câmera consegue ver através
da máscara – o que gera uma cena emocionante e que me dá certo alívio,
porque É LINDO ver o Pedrinho todo emocionado ao perceber que o Mascarado é o
Chico e que ele não é o covardão que
estava tentando convencer todos de que era.
A cena é
linda e, novamente, Pedrinho quase me faz chorar… o seu sorriso é tão grande e
tão sincero, a alegria tomando conta dele, que eu fiquei comovido de verdade –
afinal de contas, o Chico Maciel sempre foi uma espécie de “herói” para o
pessoal do Sítio do Picapau Amarelo, então ele fica muito feliz em perceber que
pode continuar o admirando como sempre o admirou… talvez até um pouquinho mais
agora! Embora Pedrinho esteja radiante de alegria e contar isso para os demais
fosse ser muito bom (quero ver a Emília e a Thirza descobrindo, também, que o
Chico e o Mascarado são a mesma pessoa), Chico pede que Pedrinho guarda esse
segredo, e o garoto promete fazê-lo… Emília até percebe que ele está agindo “de
maneira suspeita” quando ele os encontra na mata, a caminho do Sítio para levar
todos que fugiram da prisão, mas não sabe dizer por quê.
E Pedrinho
não vai contar.
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