Te Amar Dói (Te Quiero y Me Duele) 1x01 – Autorretrato
Promissor!
Como é bom
poder assistir novamente a algo que foi criado por Cris Morena! Eu passei uma
boa parte da minha vida assistindo a produções que, se não foram produzidas
diretamente por Cris Morena, eram adaptações de obras suas de grande sucesso,
como “Chiquititas”, “Floribella” (adaptação do original “Floricienta”) e “Rebelde” (do original “Rebelde
Way”), e ainda estou por assistir “Casi
Ángeles” em breve, para poder comentar por aqui. A novidade agora é “Te Quiero y Me Duele” (“Te Amar Dói”, em português, não tem o
impacto que o título original tem, infelizmente), uma série de 13 episódios
criada por Cris Morena para a HBO Max, com tudo o que amamos em suas produções
e um pouco mais: um visual bonito, bons personagens, música e discussões
sociais.
“Te Quiero y Me Duele” se passa no
México (o que eu não deixo de achar “estranho”, pois estou acostumado às
produções de Cris Morena ambientadas na Argentina), e o choque entre dois
mundos – um conceito com o qual o episódio de estreia brinca o tempo inteiro. De um lado, temos El
Dorado, um bairro pobre de onde as pessoas estão sendo expulsas por um grande
projeto imobiliário, e adentramos essa realidade através de um grupo de
moradores que estão protestando, e
falando sobre como as pessoas marginalizadas são invisibilizadas pela sociedade.
De outro, vemos o projeto para o “Novo El Dorado”, apresentado por pessoas que realmente parecem incapazes de perceber
que existem pessoas que estão sendo tiradas
do lugar onde viveram suas vidas inteiras.
É uma
premissa que me faz pensar em outras produções musicais das quais gosto
bastante, como “Rent” e “In the Heights”, e estou curioso para
saber como a série abordará o tema, como isso tudo se desenvolverá… mas eu
acredito que isso se intensificará e tomará conta da série aos poucos, porque
não é algo tratado com leviandade nessa estreia. Toda a apresentação de Juan
Gris, na apresentação incrível que ele tem com a banda e nos apresenta a “Te Quiero y Me Duele”, deixa isso
muito claro, e vemos, em segundo plano, como existem protestos acontecendo no
El Dorado o tempo todo… como o povo
está determinado a lutar. E também exploramos um pouco da realidade pobre do
lugar, e conhecemos alguns personagens de quem já gostamos bastante.
O amigo de Juan Gris tem tudo para ser um
dos meus personagens favoritos.
E o
personagem do Luis Curiel tudo para ser um filho da p*ta.
Do outro
lado do episódio, conhecemos Lola Robles, em um mundo completamente diferente do de Juan Gris, e eu gosto dessa
disparidade absurda, e de como o exagero
da realidade de Lola chega a causar desconforto…
tendo começado a série no El Dorado, é como se o roteiro e a direção nos tornasse parte daquela comunidade, e
então olhamos para tudo que é de fora com um olhar desconfiado. É quase como se todo o visual de ambas as realidades
“brigassem entre si”, o que é a representação visual da própria ideia de “Te Quiero y Me Duele”: esse choque de
realidades. E se as apresentações individuais e as realidades paradoxais deixam
isso suficientemente claro, o encontro
entre Juan Gris e Lola apenas intensifica a ideia de “mundos diferentes”.
Naturalmente,
teremos um romance aí… Juan Gris oferece-se para levar Lola até o teatro, onde
ela tem uma apresentação, de bici-táxi, já que está chovendo muito forte e Lola
não consegue nem um Uber nem um táxi. E é um pouco rápido, no melhor estilo
emocionado de “amor à primeira vista”, mas os dois parecem perfeitamente encantados um com o outro… talvez o fato de
eles serem de mundos tão distintos também exerça certo fascínio sobre eles,
ainda é difícil de saber. De todo modo, Juan Gris entra escondido no teatro
para assistir à peça que Lola está protagonizando (!), e consegue uma ajudinha
do melhor amigo para ir novamente atrás dela em outro dia… se ele não consegue
parar de pensar nessa garota, talvez ele não deva deixá-la ir, certo?
Há um quê de
“Romeu e Julieta” no romance de Juan
Gris e Lola – um drama shakespeariano que, digam o que quiser, dificilmente não funciona. Aqui, Juan Gris é, de
certa maneira, o rosto e a voz da resistência contra a gentrificação do El Dorado;
Lola Robles, por sua vez, é a filha do empresário responsável pelo projeto para
demolir o bairro e construir outra coisa no lugar. Quer dizer… o que pode dar
errado?! Portanto, “Te Quiero y Me
Duele” promete entregar música, romance, protesto… tem uma trama muito
interessante a desenvolver em relação ao bairro, além de tramas paralelas que
parecem ser interessantes, como do garoto que Juan Gris e o amigo ajudaram
nesse episódio, e o que pode ser um romance entre o melhor amigo de Juan e um
amigo de Lola.
Ansioso por todos esses plots.
Para mais
Pilotos de séries, clique
aqui.
Acho que não precisavam traduzir o título da série (Tipo, como traduziram "Soy Luna" pra "Sou Luna"), título pequeno de produções assim em espanhol/inglês pega rápido...
ResponderExcluirPs. Seu post me ressuscitou uma memória minha de quando assisti Chiquititas 2000 e 2008 passaram no SBT e eu ñ curtia o coro que dublava todas músicas 😂 E ainda comparava c/a Band que ainda teve a decência de deixar as músicas de Quase Anjos, Isa Tkm no original, só colocando a legenda
E quando anunciaram a reprise de "Rebelde" no SBT e começaram a postar algumas cenas, percebi que algumas vozes que dublavam a Anahi, Maite e Dulce Maria ou o grupo todo do RBD cantando eram do mesmo coro que cantou na dublagem de Chiquititas 2000-2008, minha nossa senhora 😂
ResponderExcluirEu também acho que não precisava necessariamente dessa tradução ("Soy Luna" eu me recusava a chamar de "Sou Luna" hahaha), e "Te Amar Dói" é bem menos poético/artístico do que "Te Quiero y Me Duele", né? Impacta menos. Enfim, no título do texto eu mantenho os dois para facilitar as pessoas a acharem haha
ExcluirEu AMAVA Chiquititas 2000 e 2006, nossa! Mas hoje em dia eu só vejo em espanhol mesmo, as dublagens das músicas nunca ficavam lá muito boas kkkk
P.S.: Você chegou a ver que eu postei sobre "Perdida"?
Excluir