Te Amar Dói (Te Quiero y Me Duele) 1x02 – Mural
“¡Luchemos juntos!”
Esse
episódio é, para mim, a representação de algo que se precisa entender para
poder assistir e curtir “Te Quiero y Me
Duele”: a série é sobre a gentrificação do bairro El Dorado e a luta dos
moradores para serem vistos tanto quanto é sobre o romance de Juan Gris e Lola
e, se dermos sorte, histórias paralelas como a de DJ e Nacho, que entregaram
uma química perfeita nesse segundo episódio… mas não tem como dissociar uma
coisa de outra porque a proposta da produção é esse colapso entre os mundos que
se torna evidente justamente pela
aproximação de Juan Gris e Lola e esse romance jovem e intenso que te faz
querer lutar. “Te Quiero y Me Duele”
tem música, tem romance, tem luta, tudo em um combo que precisa ser aproveitado por completo.
Juan Gris e
Lola se conheceram por acaso em um
dia de chuva – porque há algo de romântico na chuva. E, a partir dali, os dois
ficaram fascinados… e se, no fim do
primeiro episódio, Juan Gris entrou de penetra em um evento da Construtora
Robles justamente sobre a destruição do El Dorado (!), só para poder ver Lola
cantar, agora é a vez de Lola fazer
alguma coisa para encontrar o Juan Gris. E, na verdade, quem toma a
liberdade de fazer isso é Camila, sua melhor amiga, que ajuda Lola a
encontrá-lo na internet e stalkeá-lo, e então engana Lola para que ela vá com
ela para uma apresentação da banda de Juan Gris naquela noite… uma apresentação que Lola inicialmente nem
imagina que se trata, na verdade, de um protesto contra a construtora do seu
pai.
Interessante,
huh?
Ainda
estamos muito no início de “Te Quiero y
Me Duele”, é difícil de saber o que a série entregará, mas eu gosto muito
do visual, de todo o potencial político que ela tem e dos personagens… amei ver
um pouco mais do Ciro e a busca dele pelas irmãs, por exemplo, e como Juan Gris
largou tudo para ir resgatar o Ciro
quando ele mandou uma mensagem pedindo socorro e a sua localização. É essa
união que importa para o El Dorado, porque enquanto eles seguem sendo
marginalizados e invisibilizados pelas pessoas de fora, o bairro se protege e
se fortalece entre eles – é assim que nasce a ideia do protesto: mais um
combustível para unir esse povo que precisa lutar por seus direitos, pelo seu
bairro e pela sua vida. E Lola cai de
gaiato no meio disso tudo.
Mas se
envolve… quando vê, ela está em cima do palco, cantando.
Estou
extremamente curioso para a história de Nacho e DJ, é claro… Nacho é um dos
amigos de Lola, que sofre bullying no time de futebol americano porque ele faz
ballet, e DJ é o melhor amigo de Juan Gris. Houve alguma coisa entre eles quando eles se conheceram brevemente no
primeiro episódio, mas as coisas ficam
mais claras nesse episódio, e é quase de tirar o fôlego – espero que seja
apenas a provocação de uma história
maior para ambos! Amei a cena de DJ encontrando Nacho na internet e curtindo
suas fotos (!), bem como amei a tensão palpável que existia entre eles enquanto
DJ usava maquiagem para disfarçar os hematomas no rosto de Nacho, e eles conversam
brevemente… eles têm tudo para se tornarem meus personagens favoritos na série.
Toda a
sequência de Lola e seus amigos no protesto do El Dorado (eventualmente se
juntando a eles no palco, cantando o rap de Juan Gris) é apenas uma introdução para o que está por vir… a
pressão da construtora será cada vez maior, a luta dos moradores do bairro será
cada vez mais intensa se eles não
quiserem perder o lugar que é o lar deles (e eu estou muito ansioso para ver
essa luta!), e o pai de Lola descobrindo a amizade de Lola com “as pessoas que
lideravam o protesto” gera, na verdade, um suspense difícil de explicar… a
maneira como ele fica observando nas sombras, como ele se esgueira atrás de
Juan Gris, mas não aparece e não diz nada… quando Lola procura Juan Gris para
falar para eles “lutarem juntos”, sabemos que as coisas não serão fáceis…
Mas quem
disse que seria?
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