Vencer o Medo – A prisão de Marcela
“O complicado é seguir sonhando apesar da realidade
que te obriga a acordar”
Marcela caiu
em uma enrascada séria: cedendo à pressão do seu namorado, Rommel, Marcela
aceitou roubar um carro, sem imaginar
que havia um corpo escondido no porta-malas – e, agora, ela vai ter que
responder por isso… afinal de contas, embora seja inocente do assassinato,
Marcela realmente fugiu da polícia quando ouviu a sirene, dirigindo
perigosamente pela cidade, quase atropelando um monte de gente enquanto invadia
uma procissão e buzinava, até bater em um mural que, ironicamente, ela mesma
tinha pintado antes. Ainda na esperança de escapar, Marcela tenta fugir a pé,
mas acaba sendo encurralada pela polícia, que chega até a sua casa colocando toda a família encostada na parede, até
Marcela dizer que foi ela e se deixar levar, para que a família fique bem.
A mãe de
Areli, no entanto, não sobrevive. Com tudo o que está acontecendo e com o
coração fraco, ela passa mal enquanto Lorenzo grita por uma ambulância e Areli
grita pela mãe, contida por Cristina – é uma cena forte, e termina com a morte
dela antes mesmo de chegar ao hospital… ela não chega nem a ser atendida,
porque o médico diz que ela não tem
sinais vitais. Enquanto isso, Marcela está apavorada na delegacia, tentando
dizer que não tem nada a ver com o assassinato, mas existem testemunhas que a
viram dirigindo o carro, e a polícia presume que ela escapou quando descobriu o
que tinha dentro do carro… se seria algo muito grave a Marcela ser detida por
causa do roubo de um carro, é muito pior porque ela é levada por homicídio qualificado.
Como é menor
de idade, Marcela não será julgada como uma adulta e será levada para um centro
de confinamento, mas o advogado está esperançoso: ele diz que, se não acharem
seu DNA no corpo encontrado no carro, nem resquícios da arma de fogo na sua
mão, ela não vai ser acusada por assassinato… mas ainda terá que responder pelo
roubo do carro de todo modo. Vicente, o pai de Marcela, agrava a situação como
sempre, com sua atitude sempre nojenta e revoltante. Ele chega furioso e
violento e a primeira coisa que ele faz, enquanto grita, é dar um tapa na cara de Marcela, dizendo um monte de atrocidades que
não são muito diferentes do que ele diz diariamente para Marcela e para Inês, a
esposa. E ele ainda diz que a sua cunhada
morreu por sua culpa.
Fortíssima a
cena de Vicente dizendo que Marcela tem que ter vergonha de Areli, porque “ela
é a única culpada de essa menina crescer sem mãe”. Como se já não fosse óbvio,
Vicente diz que não vai mexer um só dedo
para tirá-la de lá, e tira Inês violentamente da delegacia, a impedindo de
conversar com a filha… Marcela passa a noite lá, mas é transferida para o
centro de treinamento no dia seguinte, e toda a sequência é triste: o choro de
Marcela ao receber o uniforme, ao tirar as fotos, ao ser revistada, ao fazer a
sua ficha… naquele momento, ela sente que a sua vida acabou e, para piorar, ela
ainda vai sofrer nas mãos de outras
detentas que se sentem as donas do lugar – quer dizer, isso se a Marcela não
surpreender e virar o jogo
eventualmente.
A dor nos
olhos de Inês quando vai visitar Marcela é marcante, e Marcela pede perdão
quando é condenada a três anos de prisão… a acusação, na verdade, quer muito
mais do que isso: eles querem que Marcela apodreça na cadeia pelo assassinato,
mas ela está sendo condenada apenas pelo roubo do carro, como previsto pelo
advogado… o advogado, inclusive, diz que não há mais nada que possa ser feito
agora, mas “podia ser muito pior” e “três anos passam rápido”. Como ela não
matou mesmo o homem no porta-malas, mais nada será encontrado para mantê-la ali
por mais tempo, mas é impossível não se sentir temerosa, porque a família daquele homem é rica e poderosa, e eles
não parecem muito dispostos a descansar e deixar que a “assassina” fique livre.
Marcela
ainda parece não ter o apoio da irmã.
Cristina não gosta de saber que Marcela estava pensando em fugir (embora o
plano de Marcela sempre tenha sido levar ela e a mãe junto, para longe do pai
abusivo), e acha que ela deveria ter contado as coisas como realmente
aconteceram, mas Marcela não quer envolver Rommel… ela acha que ele não sabia
do assassinato (e talvez não soubesse mesmo, mas isso não o inocenta) e age
como se ele não tivesse culpa de nada; ela vai ter que descobrir sozinha quem
ele é para parar de defendê-lo. De todo modo, Marcela sente que não é injusta a
sua condenação, porque ela realmente
roubou o carro, e a única pessoa a quem consegue culpar é a si mesma, por
ter caído nesse jogo do qual agora não pode escapar.
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