Absolute Zero – Episode 9: If the plant were dead long ago, I would keep the pot to collect its debris
Pode-se mudar a história?
Eu nunca
parei para “rankear” os BLs que eu já assisti, até porque eu tenho relações
diferentes com cada um deles e, consequentemente, diferentes “favoritos”.
Existem diferentes produções que eu gosto na mesma proporção, mas por motivos
distintos e não consigo compará-los… dito isso, eu sinto que, se fosse parar
para fazer um ranking dos meus BLs favoritos, “Absolute Zero” deveria entrar em uma posição de destaque – mesmo
que ainda não tenha chegado ao fim. EU AMO ESSE BL COM TODO O MEU CORAÇÃO! “Absolute Zero” é um BL sensível e
lindíssimo, que usa muito bem a temática de viagem no tempo, apresenta
reviravoltas e tem uma carga dramática palpável… sinto muita humanidade nessa história e nesses
personagens e, portanto, me conecto intensamente com ela.
“If the plant were dead long ago, I would keep
the pot to collect its debris”, o nono episódio de “Absolute Zero”, é um dos episódios mais emocionantes e mais TRISTES
da série – e só funciona para quem de fato se conectou a esses personagens… se
você está assistindo até aqui e com atenção, no entanto, não vejo como não ter
se conectado! Acompanhamos tanta coisa na história de Ongsa e Suansoon que ver
isso sendo “apagado” conforme Ongsa faz uma escolha de mudar o passado é
doloroso… todo o episódio é melancólico e pungente, com uma direção fascinante
que sabe como explorar o drama de uma
maneira que atinja o espectador (lembrando que “Absolute Zero” compartilha o mesmo diretor com a também incrível “Until We Meet Again”).
Começamos o
episódio em 2018, depois do acidente de Ongsa, no qual ele escolheu não
interferir porque sabia que, se ele não morresse, Soon morreria em seu lugar…
e, então, durante a chuva de meteoros que levou Soon de 2018 de volta a 2008,
algo acontece ao Ongsa do hospital, desacordado após o acidente, e ele também
“retorna” para 2008 – mas não na mesma experiência de Soon: ele retorna para a sua juventude, aos 19
anos, com a chance de fazer diferente… se ele tiver coragem. É extremamente
doloroso para o Ongsa, na verdade! Pensar que ele tem todas as memórias da
visita do Soon de 2018, do namoro com o Soon de 2008 e os 10 anos de história,
e agora ele “precisa” abrir mão disso
tudo para que ambos possam viver além do aniversário de 10 anos…
Sofremos com
Ongsa durante o episódio inteiro. A
sequência do cinema, quando ambos vão assistir “Once”, é mudada. Dessa vez, Ongsa fica no banheiro, chorando e
sentindo falta de Soon, e não sai de lá para se sentar na poltrona ao lado da
de Suansoon… o paralelo do sofrimento de Ongsa, no banheiro, e da confusão de
Soon, na sala de cinema, é perfeito! Afinal de contas, é como se a conversa ao
fim do filme ecoasse na mente de Soon, de alguma maneira, e ele olha para a
poltrona vazia ao seu lado mais de uma
vez, sentindo que falta alguma coisa
– ele chega a dizer, em algum momento, que “ele se sente estranho”, mas não
entende a sensação. E aquilo terá sido o suficiente para que toda a história de Ongsa e Suansoon seja
apagada? É justo que isso aconteça?
Depois de
sair do cinema, Ongsa usa um telefone público para ligar para Nan, em uma das
cenas mais fortes do episódio,
perguntando se “ela conhece alguém chamado Suansoon”, e Nan não reconhece o nome… naquele momento,
Ongsa entende que ele mudou a história, ele apagou a relação deles, o
aniversário de 10 anos, o acidente e, consequentemente, a viagem de Suansoon ao
passado – Suansoon nunca o conheceu.
É belíssima a maneira como “Absolute
Zero” consegue aproveitar cenas que já conhecemos e enchê-las de
significado e sentimento, como quando Ongsa chora abraçado a um travesseiro no
quarto sobre a cafeteria, que Soon costumava alugar, e flashes nos lembram momentos da história deles… momentos que Ongsa
não vai mais viver.
Que dor!
Qual o rumo
que a história vai tomar agora? É difícil saber, mas ainda temos três episódios pela frente (eu já estou
ficando triste, não quero me despedir de “Absolute
Zero”), e eu estou BEM CURIOSO para saber qual o papel que o dono da locadora vai desempenhar…
afinal de contas, o episódio “coincidentemente” nos mostra o dono da locadora
olhando para a chuva de meteoros em uma sequência que deveria ser apenas de
Ongsa e Soon (!), e depois descobrimos que ele
ainda tem a carta que o Soon de 2018 escreveu para o Ongsa, caso ele viesse
procurar por sua versão mais jovem… quer dizer, se o Soon de 2018 foi
“apagado” da memória de Nan porque aquela viagem supostamente nunca aconteceu,
por que o dono da locadora ainda tem essa carta?
Será que ele
pode mesmo ser o Soon do futuro?!
De todo
modo, é improvável que o amor de Soon e Ongsa não sobreviva, mesmo com as
“tentativas” de Ongsa de se afastar e salvar a vida de ambos. Afinal de contas,
Soon sente a falta de algo ou alguém, e Ongsa está perto o suficiente para
chamar a atenção e “inverter os papeis”, quem sabe? Talvez seja a vez de Soon
ir atrás de Ongsa na juventude! Três cenas são marcantes para o Soon e o Ongsa
jovens: 1) o momento em que Ongsa olha Soon saindo do cinema depois de ver “Once”, sozinho; 2) quando Ongsa manda
uma borboleta azul voar até a pessoa que ele ama e dizer que “ele sente a sua
falta”, e os olhares dos dois se encontram; e 3) quando Ongsa está do lado de
fora da locadora, olhando para Soon, e Soon acaba o vendo ali, mesmo que ele
não entre…
E, então,
eles interagem.
A CENA DA
CHUVA É UMA DAS MINHAS FAVORITAS NA SÉRIE TODA! Quando começa a chover, o que
pega o Ongsa totalmente desprevenido porque “não deveria chover naquele dia”,
ele sai correndo e se surpreende quando Suansoon o segue, para entregar um
guarda-chuva para ele – ali, temos a primeira conversa de verdade entre eles,
que não acontece no cinema depois da sessão, mas acontece, mais cedo ou mais
tarde… e, ali, Suansoon pergunta se “eles já se conhecem”, porque “ele lhe parece
muito familiar”. Acho bonita essa coisa de o Soon sentir que o conhece, porque embora aquela versão sua ainda não
tenha vivido uma história com Ongsa, alguma versão já viveu e isso ecoa nele de
alguma maneira… afinal de contas, eles
estão destinados um ao outro.
Talvez o
Ongsa não esteja fazendo um trabalho tão excelente “se mantendo afastado” – mas
ninguém pode culpá-lo! Para devolver o guarda-chuva emprestado por Soon, ele
vai até o apartamento no qual ele mora, aparentemente sem se dar conta de que isso
vai chamar a atenção de Soon, até porque ele
não deveria saber onde ele mora… além disso, quando Ongsa percebe que Soon
não está em casa, ele resolve entrar, porque sabe onde ele esconde uma chave, e
deixa o guarda-chuva sobre a escrivaninha, o que jamais passaria despercebido.
Talvez, inconscientemente, Ongsa quisesse “ser descoberto”. O quarto de Soon é
repleto de boas memórias do romance deles, e poder “visitar” momentos como os
dois dormindo abraçados naquela cama é bonito e triste…
Melancólico.
Eventualmente,
Soon retorna – e Ongsa não tem o que fazer. A cena é peculiar, inesperada e
abre novas possibilidades para o futuro de “Absolute
Zero”. Ongsa segura a boca de Soon e pede que ele prometa que não vai
gritar, e inventa uma história sobre como “conseguiu o seu endereço com o dono
da locadora” (!), mas Soon sabe, desde o começo, que Ongsa está mentindo… ainda
que o saiba, no entanto, ele quer ouvi-lo, porque está sentindo algo estranho dentro de si, algo que o deixa
inquieto, desde o momento em que eles se conheceram naquele dia chuvoso,
próximo à locadora. A intensidade do olhar de Soon me surpreende nessa cena, porque, ali, estão a confusão e as perguntas
que ele quer fazer a Ongsa… ele quer entender.
E talvez Ongsa precise dizer a verdade.
Eu amo essa
série. Eu amo essa série com todo o coração!
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