Bodies 1x04 – Right Up the Wazoo
“My point
is: free will does not exit. It’s an illusion”
O MELHOR
EPISÓDIO ATÉ AGORA! Eletrizante do início ao fim, cheio de novas informações e
novas conexões, e todo o mistério de “Bodies”
vai se intensificando… eu gosto muito da premissa de “Bodies”, que traz o “mesmo” corpo sendo encontrado quatro vezes
durante a história (em 1890, em 1941, em 2023 e em 2053), mas a trama não gira
em torno de paralelos, mas de
verdadeiras ligações que estão ficando cada vez mais claras conforme a história
avança. Vemos Polly, a filha de Alfred, desempenhar um papel importante na
história de Whiteman, por exemplo; e vemos Shahara escutar uma gravação com o
nome de Iris Maplewood na antiga casa dos Harker. Assim, a série vai
construindo uma narrativa complexa e interessante na qual tudo está conectado.
E Defoe
levanta uma questão: o livre arbítrio
existe de verdade?
No fim do
episódio passado, Alfred Hillinghead colocou seu nome em um tijolo de
Longharvest Lane em 1890. Agora, ele segue investigando o corpo misterioso
encontrado ali e o possível envolvimento do Sir Julian Harker – e quando ele
acredita que chegou a um beco sem saída, mais uma noite de amor com Henry Ashe
lhe traz respostas inesperadas… devo dizer que é, sim, uma m*rda que Alfred
esteja traindo a esposa (será que Polly vai descobrir o seu caso em algum
momento?), mas a química dele com Henry é inegável, e assumir aquele
relacionamento na sociedade do fim do século XIX não era a coisa mais fácil do mundo. Então, a relação de
Alfred e Henry se resume a momentos furtivos que eles compartilham quando estão
sozinhos… e é quente.
E é depois
de uma conexão íntima entre eles que Alfred fica pensativo a respeito do caso e
Henry percebe uma mancha na lente dos
seus óculos… conveniente, é claro, mas é o que ele precisava para poder
comparar com as digitais encontradas na cena do crime e, finalmente, descobrir
que não há dúvida: as impressões digitais
são de Sir Julian Harker. Então, Henry Ashe resolve escrever uma matéria a
respeito disso e convence seu editor a colocá-la na primeira página do jornal… o mesmo jornal ao qual Shahara Hasan
chega em 2023, quando o nome que ela encontra gravado em um tijolo de
Longharvest Lane a faz partir em busca de quem foi “Hillinghead”. E, assim,
Shahara chega a informações que lhe parecem impossíveis, mas cujas evidências
ela não pode negar…
“Elias said that bodies had come before”
Acompanhar a
trama de 2023 é muito bom, porque é
mais ou menos onde as coisas mais se
conectam, talvez. Shahara chega à identidade de Hillinghead, ao caso que
ele investigou em 1890 e, com uma ajuda, ela também descobre que Whiteman
investigou um outro assassinato em Longharvest Lane em 1941: todos com o mesmo corpo idêntico encontrado.
Ela compartilha essa informação com Barber, que até tenta, inicialmente, negar
que isso esteja de fato acontecendo… mas não há o que fazer, as evidências
estão ali, na frente deles. E, enquanto pensam a respeito do caso juntos,
Shahara e Barber chegam a uma nova descoberta: o fato de que Julian Harker era
um suspeito em 1890 e a empresa de advocacia para a qual o advogado de Elias
trabalhava se chamava Harker…
Shahara
acredita que vale a pena dar uma olhada,
então. E ela chega à casa dos Harker, um lugar outrora majestoso e, agora,
primordialmente abandonado… um lugar onde ela encontra uma gravação em um disco
que cita o nome de “Iris Maplewood” (gosto do fato de “Bodies” ter acrescentado uma menção à história de 2053 na
realidade de 2023 também, já que era o único tempo que “ainda não tinha
aparecido” ali), e onde ela é encontrada por Andrew Morley, em uma das
sequências mais tensas e surpreendentes da série… Andrew fala sobre como Elias
Mannix está destinado a fazer algo do qual vai se arrepender eventualmente, e
sobre a participação de Shahara que, aparentemente, está fazendo tudo como foi
“predestinado”. Inclusive, ela ser presa é parte do “plano”.
É por isso
que as falas de Gabriel Defoe, em 2053, parecem tão importantes: será que existe mesmo o livre arbítrio ou será
que tudo não passa de uma ilusão? Desesperado com a possibilidade de sua
morte em questão de dias, embora ele não saiba quantos, Defoe pede a ajuda de Iris Maplewood (“Stay with me. Please”), e ela acaba o levando para a sua casa, em
uma atitude que ela acredita que foi sua escolha e sua decisão… mas que talvez
tenha sido motivadas por uma série de fatores alheios e anteriores a ela, que a
levaram exatamente para aquele lugar. Talvez Gabriel Defoe tenha tentado mudar as coisas quando saiu correndo do
seu apartamento naquela cena eletrizante, mas ele acaba capturado por Iris e
Iris acaba atacada pela vizinha
inoportuna.
Era óbvio
que aquela vizinha escondia algo!
Por fim,
precisamos falar sobre 1941… e como, aqui, ganhamos uma das cenas mais tristes
e revoltantes do episódio – e como esse é um acontecimento que pode mudar Charles Whiteman/Karl Weissman.
Quando a mulher que lhe dá ordens pelo telefone mandou que ele matasse a garota
alemã que poderia reconhecê-lo de Longharvest Lane, Whiteman não teve coragem
de matar Esther, e acabou a levando para casa, onde ela precisa ficar escondida
se quiser continuar viva… e, agora, vemos que Whiteman foi lentamente se afeiçoando a Esther, de alguma
maneira? Ele tenta distraí-la quando as bombas começam a cair ao redor deles e
eles ainda não podem sair do apartamento para algum lugar seguro porque tem
alguém esperando por eles do lado de fora…
Eventualmente,
Esther fica apavorada e sai correndo, e Whiteman arrisca tudo para ir atrás
dela e mantê-la em segurança, e mesmo com tão pouco tempo de desenvolvimento
dos dois, eu acreditei profundamente na maneira como ele se importava com ela…
por isso, foi tão angustiante
assistir à conclusão dessa empreitada toda. Enquanto eles estão escondidos em
uma estação de metrô, com a cidade acima sendo bombardeada, Whiteman vai atrás
do homem que os está seguindo e deixa Esther com uma senhorinha que parece confiável, mas que depressa
descobrimos não ser – o mais surpreendente é descobrir que essa mulher, que
provavelmente falava com o Whiteman pelo telefone e que acabou de matar Esther é Polly Hillinghead, filha de Alfred.
Aquele “You’re a lucky man, sergeant Whiteman. Know you are loved!” me
tirou o fôlego.
O grito de
dor profunda de Whiteman também. Que sequência! Que episódio!
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