Doctor Who (2ª Temporada, 1965) – Arco 013: The Web Planet, Parte 1

“My ship… my TARDIS…”

Escrito por Bill Strutton e dirigido por Richard Martin, “The Web Planet” é o quinto arco da segunda temporada de “Doctor Who”, exibido entre 13 de fevereiro e 20 de março de 1965, em seis partes – e eu preciso dizer que esse arco não tem um ritmo que me agrada. Viemos de uma sequência de histórias muito boas na segunda temporada de “Doctor Who” (amo “Planet of Giants” e “The Romans”, por exemplo, e tivemos o icônico “The Dalek Invasion of Earth”, que tem a cara de “Doctor Who”), e é inevitável a sensação de que esse arco representa uma queda na qualidade… acho que o fato de a história estar dividida em seis episódios também não ajuda, e a história de “The Web Planet” ficaria melhor contada em uma história de, no máximo, quatro episódios.

A TARDIS é misteriosamente atraída por uma força que o Doctor não entende para um planeta chamado Vortis – a muitos anos-luz da Terra, ele tem algumas semelhanças com o nosso planeta, embora conte com um ar mais rarefeito. Depois da materialização misteriosa e de a TARIDS perder sua energia, o Doctor apresenta uma nova maneira de abrir a porta da nave e ele e Ian saem para investigar os arredores e descobrir o que causou a interferência na TARDIS, enquanto Vicki e Barbara ficam para trás, já que um estranho barulho atingiu Vicki mais do que a qualquer outro, e ela não está se sentindo muito bem… inclusive, Barbara e Vicki protagonizam a minha cena favorita de “The Web Planet” até o momento, quando Barbara tenta lhe dar uma aspirina…

Eu acho muito bacana o Doctor ter companions que não vêm da época em que a série está indo ao ar. Eu entendo que os companions, na maioria das vezes, funcionam como a “representação” da audiência dentro da série, e por isso é viável que eles venham da época em que a série está sendo produzida, mas o fato de termos Vicki, uma companion de 2493, na TARDIS nos permite brincar com elementos desconhecidos e nos lembrar que “Doctor Who” é uma série de ficção científica: aqui, vemos Vicki quase recusar a aspirina oferecida por Barbara porque “é algo muito medieval”, e as duas conversam a respeito de como as coisas são no Século XXV: Vicki fala sobre como se formou aos 10 anos e sobre como “estudava quase uma hora por semana”, como se fosse muito.

Gosto muito dessa conversa das duas… mas é uma pena que eu goste mais dessa conversa das duas do que de qualquer cena que venha depois. Quando uma energia estranha afeta a TARDIS mesmo depois de sua materialização e Barbara é atraída para fora em uma espécie de hipnose, Vicki fica sozinha para trás – e é então que a história começa de verdade e conhecemos os moradores de Vortis. Segundo o Doctor, o ar rarefeito do planeta favoreceu o desenvolvimento de espécies de insetos gigantes, e embora eu goste do visual (e tenha uma energia gostosa de produções da década de 1960), parte de mim acha “repetitivo” sendo que a temporada começou com “Planet of Giants” (que, por sinal, é um arco muito mais legal do que esse de agora).

De todo modo, a ação de “The Web Planet” começa quando a TARDIS é carregada por formigas gigantes, os Zarbi, as mesmas criaturas que também capturam o Doctor e Ian – o que quer dizer que eles e Vicki não tardam a se reunir. Barbara, por sua vez, foi “resgatada” antes de cair em um líquido mortal pelos Menoptras, que parecem abelhas gigantes. Assim, percebemos que estamos no meio de uma guerra entre os Zarbi e os Menoptras, e ficamos nos perguntando quem está dizendo a verdade… afinal de contas, ambos falam do outro grupo como “vilões” e “invasores”, e falam sobre “recuperar o controle do planeta”. Barbara consegue algumas informações com um dos Menoptra, e o Doctor conversa diretamente com Animus, o líder dos Zarbi.

“The Web Planet” tem a estranheza gostosa característica de “Doctor Who”, e eu não acho que tenha uma ideia ruim, mas talvez devesse mesmo ter sido executada em um número menor de episódios… estamos na metade do arco, e ainda estamos lidando com acusações e a promessa de uma guerra que não entendemos bem – e da qual o Doctor, Barbara, Ian e Vicki poderiam muito bem entrar na TARDIS e escapar, se estivessem todos juntos, porque eu não tenho certeza de que realmente nos importamos. De todo modo, ainda faltam três episódios, e vamos ver qual vai ser o ritmo da história de agora para frente, e que rumos ela vai tomar até a sua conclusão… caso se prove mesmo um arco inferior, está tudo bem: todas as histórias da segunda temporada foram muito boas até aqui.

 

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