Doctor Who (2ª Temporada, 1965) – Arco 013: The Web Planet, Parte 2

Recuperando Vortis.

Está tudo bem, “Classic Who” é uma série de 26 temporadas e mais de 100 arcos… é natural que esbarremos em algumas histórias que não vamos gostar muito, né? “The Web Planet”, o quinto arco da segunda temporada de “Doctor Who”, exibido em 1965, é uma daquelas histórias lembradas não muito carinhosamente por fãs, e é fácil de entender o motivo quando a assistimos. Eu até acho que “The Web Planet” tem seus acertos, dentre eles o visual, que é interessante e curioso para a década de 1960, mas a história acaba não se sustentando: ela é confusa e desinteressante, e talvez tivesse se beneficiado de um arco mais curto… não acho que seria “uma grande história” se contada em apenas 4 episódios tampouco, mas acho que seria mais palatável.

Aos poucos, a série vai entendendo que os arcos de 6 episódios funcionam menos.

Quando a TARDIS é atraída por uma força misteriosa e obrigada a se materializar em Vortis, um planeta parecido com a Terra, mas que favoreceu o desenvolvimento de insetos gigantes, o Doctor, Barbara, Ian e Vicki se veem no meio de uma verdadeira guerra entre os nativos daquele planeta: de um lado, os Menoptra, que parecem abelhas gigantes; de outro, os Zarbi, que parecem formigas gigantes. Infelizmente, o arco falha em gerar um entretenimento envolvente, e não entrega nem co-protagonistas de quem aprendemos a gostar e por quem torcemos, nem vilões icônicos que pudessem retornar mais tarde e se juntar à história de “Doctor Who” de maneira maior. Acaba sendo uma história inexpressiva que fica esquecida entre outras tramas mais legais.

Separados, como é de costume, encontramos a turma da TARDIS fazendo de tudo para sobreviver. O Doctor, por exemplo, é visto obrigado a dar informações a Animus, a criatura que controle os Zarbi, a respeito do eventual ataque dos Menoptra, tudo para poder garantir a segurança de Vicki (e esse é um dos poucos pontos altos da história: a maneira como o Doctor é protetor de Vicki, eu amo a construção da relação deles). Eventualmente, o Doctor e Vicki conseguem escapar de maneira engenhosa, usando um dos aparelhos que os vilões tentam usar para controlá-los para controlar um Zarbi e guiá-los até a saída… é uma fuga que tem mesmo tudo a ver com o Doctor. Do outro lado da história, Barbara e Ian encontram diferentes versões dos Menoptra…

Barbara está trabalhando forçadamente até que ela e os Menoptra conseguem escapar e chegar do campo de escravos e chegar até um Templo da Luz, onde Barbara vai ajudá-los a se preparar para a guerra. Ian, por sua vez, acaba chegando até os Optera, que nada mais são Menoptra cujas asas, vivendo embaixo da terra, definharam… então, Ian e os Menoptra convocam sua ajuda para destruir os Zarbi, invasores de Vortis, para que os Optera possam voltar a ver a luz. Assim, Barbara e Ian estão separados, mas cada um “liderando” um grupo rumo à destruição de Animus, e é quando o Doctor e Vicki chegam até o Templo de Luz no qual Barbara e alguns Menoptra estão escondidos que os planos caminham de vez… e, assim, caminhamos para a conclusão do arco.

Posso estar sendo um chato, é verdade (o que não seria lá uma grande novidade), mas eu não me envolvi com “The Web Planet” o suficiente para me importar tanto assim com Vortis ou com os Menoptra, o que quer dizer que toda a conclusão da história não gera nenhuma experiência catártica para mim… temos uma invasão contra Animus, cujo objetivo é tanto derrotar Animus para “recuperar o planeta” quanto salvar o Doctor e Vicki, que foram capturados, e tudo termina bem, eventualmente… curiosamente, os últimos minutos do episódio não são dedicados à construção de um cliffhanger dentro da TARDIS, como é de costume nessa época de “Doctor Who”, mas se passa em Vortis, com os Menoptra falando sobre como as coisas voltarão a ser como eram no planeta…

É muito triste chegar ao último episódio de um arco de “Doctor Who” com uma sensação de alívio, mas é o que sentimos quando chegamos ao fim do sexto episódio de “The Web Planet”: uma mistura de alívio porque a história chegou ao fim, e de expectativa pelo que vem a seguir, com “The Crusade” – de certa maneira, “Doctor Who” foi inicialmente concebida como uma mistura de ficção científica e história, para podermos explorar a história da humanidade de maneira mais lúdica, e a primeira temporada brincou com essa característica, entregando arcos excelentes como “The Aztecs”, que segue sendo um dos meus favoritos até aqui. Dito isso, vamos ver o que “The Crusade” nos trará, mas o fato de ter só quatro episódios já é um ponto a seu favor!

 

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