I Feel You Linger in the Air – Episode 11
“Vamos aproveitar o tempo que ainda nos resta juntos,
ok?”
LINDÍSSIMO!
Existe uma melancolia natural que toma conta de nós quando uma série da qual
gostamos muito está chegando ao fim… com “I
Feel You Linger in the Air”, isso é intensificado nesse penúltimo episódio,
com a iminente partida de Jom de volta para o futuro e ele recorda como, quando
chegou a 1928, ele não queria estar ali, e chorava durante a noite, se
perguntando quando e como voltaria para casa. Agora, depois de tanto tempo, de
ter conhecido tantas pessoas e de ter se apaixonado por Khun Yai, ele sabe que
está chegando a hora de ir embora, porque seu reflexo já está desaparecendo do espelho, mas ele não
quer ir. E, com a inevitabilidade da situação, Jom pede que Khun Yai o ajude a
organizar uma espécie de “festa de despedida”.
E não
poderia ser mais lindo e mais triste.
No episódio
anterior, Jom contara a verdade para Khun Yai… não havia mais motivo para
escondê-la: com a sua imagem desaparecendo da foto que James tirara dele há
algum tempo e o seu reflexo translúcido no espelho na sua frente, Jom sabe que
partirá em breve – e que, de alguma maneira, Khun Yai precisa estar avisado. Inicialmente, parece
“fantasioso demais” acreditar que Jom está dizendo a verdade, mas Yai tampouco
acredita que ele esteja mentindo, e isso o coloca em um dilema no qual a única
coisa em que ele consegue pensar é: como
ele pode fazer com que Jom pare de desaparecer? Ele não consegue suportar a
ideia de perdê-lo, depois de tê-lo encontrado e de os dois terem enfrentado,
juntos, tantas coisas pra serem felizes.
Parece
injusto mesmo!
Uma das
tentativas de Jom e Khun Yai consiste nos desenhos que Jom tem feito desde que
chegara, e que ele mesmo encontrara em um baú na casa, quase 100 anos depois,
no início da série. Foi enquanto fazia aqueles desenhos que Jom teve algumas
experiências nas quais conseguia “se conectar” com o futuro e com visões que
tivera antes de viajar ao passado, mas essas “janelas” não se abrem mais quando
ele tenta repetir a experiência de fazer os desenhos… o que é levemente
frustrante. Então, Yai tenta fazer outra
coisa, e ele meio que se fecha em seu mundinho, ironicamente talvez
perdendo momentos preciosos ao lado de Jom, mas tudo para tentar encontrar alguma
coisa que possa ajudá-lo a ficar ali
(destaque para Yai lendo “A Máquina do
Tempo”, de H. G. Wells).
A construção
do episódio é belíssima, inteligente e competente – como o foi durante todo “I Feel You Linger in the Air”.
Conseguimos acompanhar as emoções dos
personagens, a frustração de ter que lidar com a impotência de provavelmente
não poder fazer nada para impedir Jom de voltar para o seu próprio tempo, e
quando isso parece inegável, Khun Yai protagoniza uma das cenas mais tristes da série, quando abraça Jom
de surpresa e, em meio a lágrimas pesadas e sinceras, fala sobre como não pode
suportar a ideia de ele desaparecer… e, naquele momento, Jom tenta se manter
firme pelo homem que ama, e faz um “acordo” com ele, de que eles viverão e
aproveitarão o tempo que ainda lhes resta juntos… parece tão difícil saber que o fim está tão próximo.
Com a
chegada do fim de “I Feel You Linger in
the Air”, outras tramas também precisam de resoluções… mesmo estando
finalmente livre de Robert, Khun Eeang Peung descobre que ela está grávida, e é doloroso ver o desespero que toma conta dela
porque “isso não tem fim”, e Fong Kaew lhe dá uma ideia que pode não agradar
muito a Maey, mas a decisão é inteiramente de Peung. Também temos uma cena
lindinha de Ming (eu gosto MUITO do Ming, sério!), quando Jom vem conversar com
ele e pedir uma ajuda, pouco depois de ele descobrir que Eeang Peung e Maey
estão indo embora… ao descobrir que Jom também está indo embora, Ming lamenta
ter que dizer adeus pela segunda vez no mesmo dia, e realmente eles têm uma
amizade muito bacana.
Ming foi
muito importante para Jom em 1928!
A ajuda que
Jom pede a Ming é justamente para distribuir os convites das pessoas que ele
quer que venham à casa para a “festa de despedida”: uma cena que é linda, mas que
também é tomada pela melancolia. Quando desce as escadas com Khun Yai e
encontra os seus convidados, Jom se despede deles, anunciando, com pesar, que
em breve ele “voltará para o lugar de onde veio”, e é um lugar tão distante que
ele não sabe se poderá voltar a vê-los um dia… com igual tristeza, todos ouvem
Jom e olham para ele, lembrando de coisas que aconteceram desde a sua chegada,
em uma sequência breve de flashbacks
repletos de emoção. E o toque especial da cena: a dança que Jom e Khun Yai finalmente podem compartilhar em frente aos
convidados. É TÃO LINDO!
Antes de
partir, Jom deixa uma carta… uma carta que ele espera que Khun Yai guarde e
passe adiante, para chegar até a sua família, caso ele não consiga retornar
para eles… uma carta que Khun Yai quer ler imediatamente, e que é uma despedida
emocionante. A cena é perfeita, equilibrando o conteúdo da carta com o momento
em que Jom a escrevera e o momento em que Khun Yai está do lado de fora, a
lendo. Jom dá a Khun Yai privacidade para e leitura da carta, na qual ele fala
sobre sua viagem no tempo, sobre ter encontrado o amor, sobre querer estar com
ele para o resto da vida (!), e diz que “estará no segundo andar”. Eu não tenho
certeza, no entanto, de que ele ainda
estará lá quando Khun Yai terminar de ler a carta e for procurar por ele…
Estamos
preparados para nos despedir?
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