Last Twilight – Episode 2

“Chega de solidão, Pequeno Day”

QUANTA SENSIBILIDADE! QUE EPISÓDIO BONITO! A proposta de “Last Twilight” é realmente muito interessante, e a direção do Aof garante ao BL um cuidado e uma honestidade necessários para contar essa história. Gostei bem mais desse segundo episódio do que da estreia, porque fica mais evidente a maneira como a deficiência de Day vai ser tratada. Tendo convivido a minha vida inteira com pessoas cegas que, assim como o conselheiro enviado para o Day, encontraram suas formas de levar a vida de maneira independente, eu fiquei muito feliz com a adição do personagem à série, porque ele não é apenas um conselheiro para o Day, mas alguém que ajuda o Mhok a enxergar o quanto o Day pode fazer sozinho, desde que ele seja incentivado a conquistar sua independência.

Um processo que leva tempo, talvez… mas ele precisa que confiem nele.

Felizmente, já conhecemos essa faceta de Mhok na reta final do episódio anterior, quando, antes de aceitar o emprego de “cuidador” de Day, ele fez com que Day se levantasse e viesse até ele para buscar um cartão da biblioteca que ele tinha derrubado: não o irmão ou a mãe indo buscar e entregar para ele na sua mão, mas o próprio Day… é verdade que Mhok não pode entender realmente como Day se sente, mas quando ele conversa com o conselheiro que veio visitá-lo e ele diz que “Day não tem medo de tropeçar nas coisas, ele tem medo de como as pessoas vão olhar para ele”, em parte Mhok pode entender, sim… afinal de contas, ele sabe como é ter os olhos sobre ele, sendo constantemente julgado, por causa da tornozeleira eletrônica que ele usou.

A relação de Mhok e Day é a alma de “Last Twilight”, e foi muito legal vê-la sendo construída de maneira gradual ao longo desse episódio. Desde que descera do seu quarto sozinho pela última vez e ganhara um gesso, Day está bastante “confinado” lá dentro – e Mhok está tendo dificuldade para tirá-lo de lá. A descrição do seu trabalho parece “fácil”, porque consiste em “manter o Day em segurança” e “esquentar comida para ele”, mas eu gosto de como o Mhok quer fazer mais do que isso… ele quer fazer com que Day saia do quarto, encontre outras maneiras de explorar o mundo, sei lá! Mas ele não vai descansar o deixando ali, e há algo de charmoso na insistência de Mhok, porque o Day precisa justamente disso: de alguém que o provoque.

Quando Day derruba e “perde” o colírio que ele precisa pingar diariamente nos olhos, ele dá o braço a torcer e pede a ajuda de Mhok – que entra no quarto sem camisa porque “ele cheira a cigarro”, mas que é uma desculpa esfarrapada do roteiro para mostrar o Jimmy sem camisa e para fazer o Day tocar nos seus peitos… não estou reclamando. A cena acaba sendo mais cômica que qualquer coisa, e é prelúdio para dois pontos importantes do episódio: a) a informação de que, depois de pingar o colírio, Day consegue enxergar um pouquinho melhor por 10 segundos; e b) o Pequeno Day, o peixinho dourado e solitário no aquário no quarto de Day. Um peixinho cuja vida Mhok precisa salvar no dia seguinte, quando vem despertar Day e o encontra sufocando no aquário sujo.

Toda a sequência do Mhok limpando o aquário é uma das minhas favoritas do episódio, porque é uma oportunidade inusitada de os dois conversarem e se aproximarem… Mhok pergunta a respeito de como é a visão de Day, já que ele só enxerga 20%, e fica a um palmo dele para que ele possa “saber como ele é” ou qualquer coisa assim. Aos poucos, Day vai cedendo, e acho que ele vai entendendo que, no fundo, ele não quer que o Mhok dure “no máximo uma semana”. Gosto muito da cena em que Mhok o convence a assistir um filme, porque a verdade é que Day não tentou desde que perdera a visão, então ele não sabe se “não é divertido” assistir a um filme, mesmo que ele só escute as vozes, e eles compartilham um momento leve e gostoso assistindo ao filme.

Até que tudo desande.

É fortíssima toda a sequência que começa com a chegada de Night e termina com a demissão de Mhok. Quando Night, o irmão mais velho de Day, aparece em casa com amigos, a quem claramente a família mentiu que “Day estava nos Estados Unidos”, Day se desespera, tenta se levantar, tropeça, cai… toda uma situação humilhante que exemplifica o motivo de Day não querer sair do seu quarto. Quando ele se tranca no quarto e ele e Mhok têm uma pequena briga através da porta, porque não importa o que Mhok diga, ele NÃO entende como o Day se sente (!), Mhok se lembra de como sua irmã foi encontrada morta no banheiro de casa, e parte dele teme que Day faça o mesmo e tire a própria vida… então, desesperado, ele acaba arrombando a porta e entrando.

A confusão toda acaba em sua demissão.

No dia seguinte, Day já está sentindo a falta de Mhok… quando Phojai, a amiga de Mhok, aparece de surpresa na casa de Day, as coisas começam a mudar. Eu realmente achei que teríamos um longo diálogo profundo, que Day descobriria mais sobre Mhok, e eu fiquei muito feliz por esse não ser exatamente o caso. Na verdade, Phojai está ali para entregar a Day algo que Mhok comprara para ele: chinelos macios, uma espécie de pantufa, que mostram o quanto ele se importa com o Day… porque a) os chinelos servem para que Day não se machuque mais quando eventualmente trombar nas coisas, como aconteceu com o próprio Mhok quando ele convenceu Day a almoçar na cozinha; e b) ainda são pantufas com a carinha de um beijinho dourado, como do aquário.

Tão sensível, tão pessoal!

Então, Day pede que Phojai o leve até Mhok… e ele se surpreende ao encontrá-lo no mercado, almoçando de olhos vendados, fazendo o que pode para ver se entende Day melhor. A conversa dos dois no mercado é lindíssima, porque Mhok reconhece que ele, de fato, não entende Day, e pede desculpas por ter presumido que sim, mas o seu esforço diz muito sobre o quanto ele se importa. Além disso, ele fala sobre como ele achou que os olhares das pessoas sobre ele eram cruéis, como Day sempre imaginou que seria, mas está muito mais na nossa percepção e no nosso medo do que, de fato, nos olhares alheios. Naquele momento, Day reconhece que ele o quer de volta, e pede que ele o leve para casa em sua moto, porque “ele é o seu cuidador”, afinal de contas.

No caminho, Mhok faz uma parada para comprar algo: um segundo peixinho dourado para o aquário, para que o Pequeno Day não fique tão sozinho. A beleza e a intensidade da última cena concentram tudo o que sentimos durante esse segundo episódio de “Last Twilight”, e é a melhor cena da série até o momento – que, vale lembrar, está apenas em seu início, então estou muito confiante pelo que vem a seguir… a maneira como Mhok e Day compartilham aquele momento de colocar o novo peixinho no aquário, como juntos o nomeiam, e como Day pinga o seu colírio diário e observa os dois peixinhos juntos, furtivamente também lançando um olhar ao Mhok e o “conhecendo”. A cena é emocionante, colocou um sorriso no meu rosto e me deixou ansioso por mais!

 

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Comentários

  1. Amei esse segundo episódio, teve muita emoção e sensibilidade. É bonito ver como o Mhok se importa com o Day e se esforça para entendê-lo. E é muito bonito ver como esses já criaram um laço muito forte.

    Fiquei com muita agonia vendo a cena de quando o Night chega com os amigos. É desesperador ver o Day naquela situação, se sentindo tão humilhado. Essa cena é ainda mais triste pq vem logo após um momento tão fofo deles assistindo um filme juntos.

    Deu pra ver como a morte da irmã do Mhok o deixou bastante traumatizado. Deu pra sentir a aflição dele ao imaginar que o Day pudesse ter se suicidado no banheiro. E foi triste ver o Day o demitindo. Ainda bem que durou pouco essa demissão.

    A cena do Mhok sem camisa foi um sabor! Amei kk. E amei toda a sensibilidade e significado da cena do aquário. Aquele peixe, o Pequeno Day, não está mais só, e o Day humano também não. Ele agora tem alguém ao seu lado, e felizmente é alguém que se importa muito com ele, e que vai se esfprçar bastante para ajudá-lo a conseguir autonomia em sua situação. E esse alguém é o Grande Mhok, ou melhor dizendo, o grande gostoso Mhok kkkkkk. E falando em grande gostoso, que sabor aquele conselheiro... Muito lindooooo Lindo também foi seu texto! Amei a review!!!!

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    1. Mandar mensagem para o Jimmy no Twitter e aconselhá-lo a trocar o "Grande Mhok" por "Grande Gostoso Mhok", eu apoio hahaha

      Como comentei no início do texto: gostei mais desse episódio do que do primeiro. Realmente, cheio de cenas que são ou muito emocionantes e fortes, ou profundamente lindas e fofas - direção lindíssima de toda a sequência do aquário, né?

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    2. O Twitter dele ta assim? Kskskskss Concordo que o episodio 2 é melhor que o 1, acho que é uma crescente, a cada episodio vai atingindo ainda mais a perfeiçao

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    3. Na verdade, agora está "jimmyyjp (P’Mhok)", mas na época desse episódio era "jimmyyjp (Big Mhok) e a gente pode fazê-lo mudar os parênteses hahaha

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