Last Twilight – Episode 3

“Boa noite!”

AH, COMO PODE ESSES EPISÓDIOS SEREM TÃO PERFEITOS?! Apesar de que eu sei a resposta para isso: Aof. O diretor responsável por BLs como “1000 Stars”, “Bad Buddy” e “Moonlight Chicken” entrega, mais uma vez, uma história sensível, sincera, emocionante e humana. Com apenas três episódios lançados até agora, “Last Twilight” está facilmente alçando-se a uma posição alta na minha lista de BLs favoritos (embora eu nunca tenha, de fato, feito uma lista, como comentei em minha última review de “Absolute Zero”, outro BL pelo qual eu estou atualmente apaixonado!), e é impressionante o desenvolvimento tão natural que pode ser visto em Mhok, em Day e na relação deles nesses três episódios… e pensar que ainda temos um caminho tão longo pela frente!

A grande sacada de “Last Twilight” é, para mim, a maneira consciente como a deficiência de Day é tratada pelo roteiro. Day nunca “se deu muito bem” com os cuidadores que foram contratados pela mãe antes de Mhok, por um motivo simples: eles agiam como se ele não conseguisse fazer as coisas sozinho. Mhok é o primeiro que não o trata com pena, que acredita nele e que o desafia… e era exatamente o tipo de pessoa de quem Day precisava em sua vida! As cenas dos dois nesse sentido, que estão presentes desde a conclusão do primeiríssimo episódio, se tornam cada vez mais incríveis conforme eles constroem uma relação bonita de confiança, e os episódios conseguem dançar por entre uma variedade de sentimentos diferentes. “Last Twilight” sabe contar uma boa história!

Eu amei toda a sequência introdutória do episódio, com o Mhok ajudando Day a “organizar” o seu quarto de uma maneira que ele saiba onde estão todas as coisas que ele utiliza com frequência sem precisar pedir que alguém pegue para ele: coisas como o carregador do celular ou os fones de ouvido. Depois, Mhok também o ajuda a organizar as suas roupas por cores, para ficar mais fácil de ele identificá-las, e isso acaba levando para um dos momentos mais bonitos de “Last Twilight” até o momento, que é quando os dois vão para o quintal, brincar com umas fantasias de dinossauro… a leveza daquela cena e a importância daquele momento para o Day são muito significativas, e é tão bom ver o Day sorrir de uma maneira tão aberta e tão sincera naquele momento!

Acho que a mãe, com a sua parcela de superproteção, ainda está aprendendo a lidar com essa “nova fase” de Day, mas a conquista gradual de sua independência é, naturalmente, a melhor coisa que poderia acontecer para Day… e isso está presente mesmo em momentos que parecem “pequenos”, mas que são, na verdade, muito importantes, como quando Mhok serve o seu prato na cozinha, porque “Day come na cozinha agora”, e não mais no quarto, e o próprio Day se levanta para procurar pelo molho que quer colocar sobre a comida. Isso capta os olhares da mãe e de Night, mas Day acaba comendo no seu quarto naquela noite, quando a mãe traz à tona o assunto da faculdade e como ele precisa ir pessoalmente até lá para poder trancar a sua matrícula…

No fim, Day acaba aceitando ir até a faculdade, disposto a abandonar o curso definitivamente, e eu gosto muitíssimo de como o Mhok respeita o Day: é ele quem acompanha Day até a faculdade, mas enquanto Day conversa com o responsável por sua matrícula, ele deixa que o Day fale e não emite opinião alguma, porque sabe que aquela é uma decisão sua. Felizmente, Day acaba se convencendo a apenas trancar a matrícula, para retornar mais tarde, se assim decidir… e, na verdade, o seu retorno à faculdade NÃO depende de uma cirurgia que o faça voltar a enxergar, mas ele precisa estar mais independente e confiando em si mesmo para poder retornar às aulas, e esse é um processo que já está acontecendo durante “Last Twilight”, como vemos.

Depois da faculdade, Day e Mhok curtem “um dia fora de casa”, que é uma primeira vez para Day, desde que ele começara a perder a visão – e temos três momentos extremamente marcantes durante esse “passeio” de Day e Mhok: 1) os dois comprando camisetas novas juntos e as experimentando; 2) a busca por um livro em um sebo; e 3) o momento em que Day se perde de Mhok na rua. São três cenas importantíssimas e com tons diferentes que ajudam a concretizar a relação que conhecemos de Day e Mhok… temos um quê de desejo e hesitação, depois algo de confiança e fofura e, por fim, algo de desespero, preocupação e alívio. É uma verdadeira montanha-russa de sentimentos em uma sequência muito bem dirigida que torna o episódio tão incrível!

A cena do provador é surpreendentemente quente… e não porque algo de fato aconteça entre Day e Mhok, mas a maneira como eles estão “presos” em um lugar pequeno, próximos um do outro, e como existe certo nervosismo na maneira como Mhok olha para Day quando o ajuda a tirar a camisa que está vestindo ou o ajuda a colocá-la novamente. Existe uma tensão palpável ali, transmitida no olhar e na respiração de Mhok, e a cena é impressionante! Depois, isso é enriquecido por toda a sequência do sebo, enquanto Mhok e Day estão procurando por um livro chamado “Last Twilight” (!), que foi indicado para Day: foi tão fofo, atencioso e carinhoso o fato de o Mhok ter encontrado o livro, mantido silêncio e o colocado junto dos livros em que Day estava mexendo para que ele o “encontrasse”…

Como podem ser tão perfeitos?

Depois, partimos para a sequência mais desesperadora do episódio, quando Mhok se afasta para comprar água para o Day e os dois acabam “se separando”: Mhok acaba encontrando o noivo de sua amiga com outra garota e se envolve em uma briga, enquanto o Day acaba sendo “tirado” do seu lugar seguro e fica perdido no meio da rua, entre carros e tantos transeuntes… é uma sequência sufocante e angustiante. A conclusão dela, no entanto, não poderia ter sido mais sensível e mais bonita: a maneira como Mhok chama por Day e como ele está usando a camiseta rosa vibrante que eles acabaram de comprar, porque ele sabia que Day enxergaria a cor chamativa e o reconheceria pela camiseta… o abraço aliviado de ambos, a lágrimas escorrendo do rosto de Day…

Perfeição.

Também temos uma conclusão muito bonita e necessária para o episódio, quando eles chegam em casa depois de um dia intenso na rua, e a mãe de Day diz a Mhok que “ele não precisa voltar no dia seguinte”, por causa de sua aparência de quem “acabou de sair de uma briga feia”. Então, ela também traz à tona o fato de “ter pesquisado sua ficha antes de contratá-lo”, e o próprio Mhok diz ao Day que foi preso anteriormente, e eu amo a maneira como Day responde a isso e enfrenta a mãe, dizendo que isso não interfere em nada no fato de ele ser seu “cuidador”, e ele é o melhor que ele teve até então, porque acredita nele… e é verdade. No fundo, a própria mãe de Day deve saber disso. Então, Mhok vai continuar, porque Day não vai deixar que ele vá a lugar nenhum.

Mhok tampouco quer ir.

A última cena do episódio é, para finalizar o episódio e deixar a audiência com “o coração quentinho”, a coisa mais fofa do mundo! Antes que ele vá embora no fim do seu “turno”, Day pede que Mhok leia a contracapa do livro que eles compraram, porque era algo que ele costumava fazer na livraria mesmo antes de comprar um livro novo, e Mhok o faz. Quem diria que um simples “Boa noite” teria tanto significado, por fim? O “Boa noite” que Mhok diz, lendo do livro em suas mãos, a empolgação de Day antes de descobrir que ele “só estava lendo”, e o Mhok ainda observando enquanto Day “confere no livro” se o “Boa noite” estava mesmo escrito ali… perguntando se “ele estava decepcionado”, Mhok diz um “Boa noite” seu mesmo antes de sair do quarto, deixando Day com um sorriso bobo e fácil.

Como não amá-los já?!

 

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