Sandman, Volume 6 – A Caçada / Augustus
Atuação.
Que “Sandman” é uma das maiores publicações
de quadrinhos de todos os tempos é
inegável. E é curioso como volumes como “Fábulas
e Reflexões” proporcionam uma experiência diferente a cada edição… afinal de contas, Neil Gaiman
ocasionalmente “divaga” durante “Sandman”
para trazer diferentes propostas em contos isolados (ou não tão isolados assim, vide “Calíope”,
lá no terceiro volume, e o próprio “Termidor”,
desse volume mesmo), cada um com sua identidade, seu estilo, e sempre trazendo
alguma conexão com o Sonhar ou com o
universo de “Sandman” – afinal de
contas, o universo de “Sandman”
consegue englobar toda a realidade, desde que Neil Gaiman assim o queira… e,
com toda essa proposta única a cada edição, as edições despertam diferentes reações.
Confesso que
“A Caçada” e “Augustus” não figuram entre as minhas edições favoritas de “Sandman”. Fiz a minha primeira review do Volume 6 justamente exaltando “Três Setembros e um Janeiro”, que é, para mim, uma edição
inteligente, curiosa e lindíssima, para pular agora para edições que não
conseguiram realmente me tocar como a
edição que abre o volume… mas sabe de uma coisa? Está tudo bem! Essa é a beleza
de uma publicação que reúne contos –
tenho certeza que, se procurarmos na internet por comentários a respeito dessas
edições, encontraremos alguém dizendo que “Augustus”,
por exemplo, é a melhor edição de “Sandman”
que essa pessoa já leu na vida… interessante o poder que a literatura tem de
conversar com diferentes pessoas à sua maneira.
Publicado
originalmente em junho de 1992, na 38ª edição de “Sandman”, “A Caçada”
traz a história de Vassily em dois momentos de sua vida: o primeiro quando ele
empreende uma inesperada jornada através da floresta e para longe do Povo, até conseguir, com a ajuda do Sonho, o que
achou que sempre quisera, mas que não lhe parece mais tão essencial agora, e o
seu consequente retorno para junto do Povo, onde ele se sente em casa e onde
ele se sente feliz; o segundo, em paralelo a esse, com um Vassily muitos anos mais velho, contando a sua
própria história à neta – o que, para mim, rende alguns dos melhores momentos
da edição, que também conta com a participação de personagens como Baba Yaga,
que oferece uma carona a Vassily, e Lucien, em busca de um livro roubado da
biblioteca.
Já “Augustus” foi publicado originalmente
em setembro de 1991, na 30ª edição de “Sandman”
e traz como personagem principal Augustus – o primeiro Imperador Romano, filho
de Julio Cesar, que fundou o Império Romano e, como seu primeiro Imperador,
ficou no poder entre 27 a.C. e 14 d.C. Gosto muito de quando Neil Gaiman “brinca”
com personagens e histórias reais e, dessa vez, coloca Augustus para “viver”
como um mendigo pedindo esmola no mercado durante
um dia por ano, depois de uma ideia que lhe foi dada em sonho pelo próprio
Senhor dos Sonhos… e, naquele um dia por ano, ele pode pensar “sem que os
deuses estejam prestando atenção”. É um conceito interessante que indaga: Augustus está atuando naquele dia, ou aquele
é o único dia no qual ele não precisa atuar?
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