Te Amar Dói (Te Quiero y Me Duele) 1x10 – Falsificação

Armários.

Um episódio com dois grandes momentos: 1) o protesto organizado contra a “Destruidora Robles” em um evento importante cheio de imprensa; e 2) o momento em que todos saem de seus “armários” depois de Nacho fazer o mesmo. É um episódio muito bom! Gostei muito de como o conceito de “Falsificação”, o título do episódio, é trazido de maneira simbólica para o episódio: a falsificação é uma enganação que tenta se passar por real, um conjunto de elementos que estão ali para tentar passar uma imagem que não é verdadeira, e é justamente o que Iván e a Construtora Robles sempre fizeram… justamente o que Juan Gris e Lola ajudam a derrubar nesse episódio, quando os dois mundos se unem em uma ação conjunta que, no mínimo, chama a atenção.

Descobrir que é filho biológico de Iván Robles não trouxe nenhuma vantagem a Juan Gris… seu “pai” não vai parar o que está fazendo no bairro, desalojando famílias inteiras e querendo destruir a fábrica, e ele nem tem ideia mais de como seguir o que estava tentando fazer antes. Além disso, é como se os mundos dele e de Lola estivessem ainda mais distantes nesse momento, porque a verdade é que Lola e os seus amigos podem se compadecer, podem entender a importância da luta deles, podem ajudar… mas eles nunca vão entender realmente. Eles nunca vão ter vivido isso na pele. E, querendo ou não, isso faz toda a diferença. E é muito bom quando Lola começa a andar pelo bairro e começa a perceber ela mesma tudo o que está acontecendo.

Tudo o que o seu pai fez.

Lola vê a tristeza e o abandono do bairro, as famílias que não têm nada, nem onde morar, as casas que parecem abandonadas, porque estão há três meses sem água e sem luz, mas ainda abrigam famílias até que a Construtora Robles venha e os tire de lá… exatamente como faz com a família de DJ em uma cena impactante, que une as duas tramas do episódio: DJ tinha levado Nacho para conhecer a família (e que cena bonita do Nacho sendo perfeitamente bem acolhido por todo mundo na casa de DJ, algo que ele nunca teve e que sabe que nunca terá em casa), e enquanto eles estavam começando a se servir para o almoço, eles são interrompidos por uma ordem de despejo e, assim como acontecera com tantas famílias antes, eles são tirados do seu lar.

Tudo isso se une para que algo seja feito imediatamente. É uma luta contínua no El Dorado, é verdade, mas dessa vez eles querem chamar a atenção da imprensa, talvez, e Lola lidera um plano interessante que consiste na gravação de um “documentário”, mostrando a realidade das famílias do bairro e tudo o que a “Destruidora Robles” vem fazendo… um plano que conta com a ajuda das pessoas do bairro, como o Juan Gris, o DJ, o Ciro, a Romina e a Melody, e também com a ajuda dos “riquinhos”, como a própria Lola, o Nacho, o Dante, a Camila e até mesmo o Marcos… e eu gostei de como esse foi um trabalho em conjunto no qual vemos todos trabalhando para que tudo funcione perfeitamente. É bom ver a força que se conquista com todos assim.

Assim, vemos Romina e Marcos entrarem como um casal de fachada no evento de Iván Robles, enquanto Sara, a irmã de Ciro, é levada como estagiária, e todos contribuem para que as várias partes do plano funcionem à perfeição… no telão, um vídeo de denúncia sobre as ações da Construtora Robles e o estado do El Dorado, expondo a gentrificação; nos mezaninos, Juan Gris cantando uma canção de protesto, enquanto Lola fala diretamente com Iván e como está decepcionada com ele; do lado de fora, um cartaz contra Iván e Melody no alto-falante, denunciando a Destruidora Robles. E, é claro, tudo é um grande evento que deve ter deixado a imprensa empolgadíssima! É, no mínimo, uma maneira de chamar a atenção para o que está acontecendo no bairro.

No fim do episódio, os jovens se reúnem para celebrar essa pequena vitória (Camila diz que a luta não tem graça se não tiver uma festa depois), e esse é um grande momento para Nacho, no qual ele “sai do armário” para todos os amigos, sabendo o que enfrentará com a família, mas também sabendo que, ali dentro, ele tem apoio. Amei ouvi-lo cantar “Desarmados” no piano, amei ver o DJ o abraçando, amei vê-los se beijando de maneira mais apaixonada e sem se importar com quem estiver vendo. E a atitude de Nacho ainda motiva todos a falarem de seus próprios “armários”, o conceito sendo usado como algo que o prende, o esconde e o sufoca, um lugar de onde se deseja sair porque, do lado de fora, as coisas esperançosamente serão melhores.

Uma grande cena, certamente!

 

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