The Nightmare Room (A Hora do Arrepio) – Camp Nowhere

“What if this really is a ghost camp?”

The Nightmare Room chega ao fim com um episódio duplo que traduz um pouco do espírito das histórias de terror contadas ao redor de fogueiras de acampamentos. Nunca estive em um acampamento como esse, embora eu adoraria, mas sabemos que se trata de uma prática muito mais comum nos Estados Unidos – a ideia de Camp Nowhere é muito boa, porque faz uma pergunta interessante: e se houvesse um pouco de verdade nas histórias de terror contadas para assustar os outros? É um bom episódio de 40 minutos, o único, que desenvolve sua história sob duas perspectivas distintas, e ainda brinca, de certa maneira, com o tempo, algo de que gosto demais… no entanto, eu acho o final um pouco fraco, especialmente levando-se em consideração que é o fechamento da série. Ainda assim, é um dos episódios de que mais gosto por todo o seu desenvolvimento e construção da tensão.

Ainda que ela não se concretize afinal.

Somos apresentados a Dave, Charlotte, Erin e Russell enquanto Dave provoca Russell porque, supostamente, ele não tem coragem nenhuma. É um clássico momento de bullies. O cenário é o Acampamento Hawkwood, e a introdução da história acontece quando Ramos, em volta da fogueira, fala sobre um Acampamento Fantasma, sobre espíritos malignos de índios que habitaram o lugar, e a Cabana Fantasma, onde quatro veteranos (e você sabe quem são) passarão uma noite no meio da floresta. Coisas suspeitas começam a acontecer antes que eles partam. Como YOU WILL NEVER RETURN entalhado fundo no chão do chalé dos meninos, algo impossível de ser feito depressa e que certamente faria barulho suficiente para acordá-los. Como apareceu ali então? Fora o toque especial e assustador dos nomes dos quatro em lápides quando eles partem.

Sacanagem.

A Primeira Parte do episódio duplo conta com a Cabana, especialmente. Erin tem sua água misteriosa transformada em (ou substituída por) terra, a Cabana, maligna, traz o nome de Scott Murphy, o garoto que desapareceu segundo histórias contadas a Russell, e os garotos encontram o cajado e a camisa de Ramos na floresta, presumindo que seja tudo parte de uma grande armação. As coisas começam a ficar bizarras de verdade em cenas como aquele buraco sugando o saco de dormir e o gatinho (e mala) do Dave junto, mas as garotas o salvam no último instante. A mensagem IT’S TOO LATE, pintada na porta com tinta é bem menos assustador, e dá mais material para que eles se convençam de que tudo não passa de uma história, uma brincadeira. Assim, o jogo se inverte, e ELES começam a pregar peças, como destruir a Cabana, se esconder e pintar mensagens como THEY BELONG TO US.

Foi bacana.

Mas as coisas mudam quando eles saem da cabana depois de tudo isso, porque as coisas estão BEM diferentes do que eles se lembram. Há casas indígenas espalhadas pela paisagem que, por sinal, também já não é mais a mesma da qual eles se lembravam. Tudo está completamente diferente. Então eles vagam pela floresta, tentando chegar novamente ao Camp Hawkwood, sem sucesso. Mas eles chegam a ALGUM acampamento. E é um negócio meio estranho, afinal de contas o lugar não é exatamente o mesmo e as crianças são outras completamente diferentes, e embora usem camisetas diferentes daquelas que eles usavam, os dizeres são o mesmo: CAMP HAWKWOOD. Assim, sem conseguir se esconder, eles acabam cercados por um grupinho de campistas misteriosos que insistem em gritar “Fantasmas! Fantasmas!”, levantando um monte de teorias absurdas que serão depressa desmentidas no início da segunda parte.

A Segunda Parte do episódio é BEM mais interessante, porque traz diálogos como:

 

“M.J.?”

“Jordan”

“Jordan who?”

“Michael Jordan”

 

Tudo se transforma em Camp Nowhere: Part 2 e é bem bacana ver a nova dinâmica e o conjunto de novas possibilidades. Um novinho Frankie Muniz indica que as coisas não são assim tão simples quanto a recepção dos garotos no novo Camp Hawkwood quis que eles acreditassem. Russell percebe que Joey, o garotinho fã de basquete, mas que não conhece Michael Jordan, pode ser uma expressão de um Acampamento Fantasma DE VERDADE, e então pergunta: “Who is the president in the United States right now?”, ao que ele responde “Lyndon Johnson”. Juntando isso à descoberta de uma das garotas, sobre o “show do ano” que é dos Beatles, parece evidente que alguma coisa está errada – porque eles parecem presos nos anos 1960. É assim que eles são interceptados por Drew, um garotinho que aparentemente sabe “a verdade sobre o acampamento” e está disposto a contar, mas é interrompido por Will…

No entanto é evidente que não se pode confiar em todo mundo, e Russell vai fazendo descobertas sozinho, com o lance do telefone e Brian, por exemplo, e depois levando todos ao celeiro de onde ouviu alguém gritar por ajuda, onde Will não queria que ele entrasse. E eles encontram DREW, claro. É a construção de uma pequena tensão quando eles soltam Drew e todos planejam escapar, mas são cercados pelos funcionários e demais crianças do Acampamento que não os deixam partir, mas a história VERDADEIRA do lugar vai se desvelando depressa. Os índios, o solo sagrado e os espíritos com os quais, em 1966, Brian precisou fazer um Acordo. É realmente um Acampamento Fantasma que aparece durante dois dias no ano, e então se vai – e quando isso acontecer, supostamente Erin, Charlotte, Dave e Russell estarão livres para voltar para o seu próprio acampamento e seu próprio tempo.

Desde que eles não contem o segredo.

Mas as coisas ainda têm uma reviravolta final. Drew NÃO AGUENTA mais estar ali, não aguenta mais essa “vida”, e quando ele foge e ameaça dar machadadas em uma árvore, eu juro que eu entendo. Não é mais como ele quer viver, e ele nem queria ir para o acampamento em primeiro lugar! Isso é preocupante e relacionável. Assim, ele causa a ira dos espíritos indígenas ao tentar destruir a árvore (“He’s destroying the land. And us”) e é interrompido por Russel. Ha! A coragem que Dave proclamou que ele não tinha! É uma pena, no entanto, que depois daquela quase tempestade, da corrida de volta à Cabana enquanto tudo desaparece, Erin, Charlotte e Dave desaparecendo embaixo da mesa enquanto Russell é quase carregado por uma raiz de árvore, chegue ao final com um “You tried to protect our land, now we will save you and your friends”, e então TUDO ACABA BEM.

Um dos finais mais simples e FELIZES de The Nightmare Room.

E para o fim da série? Eu achei meio decepcionante, não era o estilo pedido!

 

Every camp has its stories, told in the dark of night around the roaring fire. Stories that bring us shiver to the hottest summer night. Stories that can possibly be true unless the campfire burns in The Nightmare Room.

 

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