The White Lotus 1x02 – New Day

O segundo dia.

Por se tratar de uma série antológica e, portanto, essa história se encerrar nos seis episódios que compõem a primeira temporada, eu esperava estar entendendo mais a essa altura, mas eu realmente ainda não sei o que esperar de “The White Lotus” nesse ponto: é bizarro, até desconfortável em alguns momentos, mas qual o propósito? Para onde vai caminhar essa trama dos hóspedes e funcionários do White Lotus no Havaí? Normalmente, eu comento toda série que eu assisto episódio a episódio, mas “The White Lotus” me fez desejar que eu estivesse guardando minhas impressões para um comentário único no fim da temporada, quando eu tiver uma ideia mais clara do objetivo da série, que ainda me parece bastante nebuloso… mas vamos lá.

“New Day” continua a história dos hóspedes que conhecemos no episódio passado em seu segundo dia no White Lotus, e o que me chamou a atenção nesse segundo episódio foi a sensação estranha de desconforto que uma variedade de cenas me transmitiu, e tenho certeza de que isso é proposital… algumas cenas são intencionalmente prolongadas para causar estranheza e/ou vergonha alheia, gerando uma experiência que é, no mínimo, curiosa. Além disso, é muito difícil se conectar aos personagens ou se importar com eles, em outra jogada do roteiro que também me parece proposital, a julgar pela fala de Belinda durante o seu jantar com Tanya, no qual ela fala um pouco sobre o que nós estamos sentindo: é um bando de gente branca e rica.

Assim, acompanhamos a disfuncional família Mossbacher, por exemplo. Mark está felicíssimo com o fato de que não tem câncer, no fim das contas, e passa o episódio todo fazendo discursos cafonas (que não deixam de ser verdadeiros, mas são extremamente bregas e parecem forçados) sobre a brevidade da vida e tudo o mais; Olivia e a amiga, Paula, estão se drogando no quarto ou na praia, e distribuindo julgamento e comentários sarcásticos; Nicole está tentando fazer com que o filho tenha uma experiência um pouco melhor enquanto ele está sendo obrigado a dormir na cozinha porque Olivia e Paula não o querem com elas na sala; e Quinn escapa durante a noite para dormir na praia, onde ele consegue ver uma baleia bem perto da costa.

Tanya, enquanto isso, está assustadoramente fascinada com Belinda e o seu dom para fazer com que ela relaxe, e Rachel recebe uma proposta para escrever uma matéria, que Shane não quer que ela aceite de jeito nenhum porque, afinal de contas, eles estão de lua-de-mel… eu até o entenderia, se ele não fosse um completo babaca que acha que o dinheiro resolve tudo e que está fixado na “Suíte Abacaxi” desde que eles chegaram ao White Lotus e, praticamente, não fala sobre outra coisa. Rachel, por sua vez, resolve ir conversar com Nicole (!) a respeito disso, e essa é uma das sequências mais interessantes do episódio, porque começa como uma conversa até bonita com a Nicole dando bons conselhos a Rachel, mas termina da maneira mais desconfortável possível…

Por fim, temos Armond tentando lidar com a culpa por ter passado o dia anterior inteiro criticando Lani em seu primeiro dia de trabalho, sem perceber que ela estava em trabalho de parto… ainda estou curioso para explorar mais dos funcionários do White Lotus, mas Armond é o único que ganha algum destaque nesse segundo episódio, quando descobrimos que ele está sóbrio há 5 anos, mas quis muito beber alguma coisa na noite anterior, depois de toda a história do parto no seu escritório, e agora uma bolsa cheia de remédios e drogas (que pertencia a Paula e a Olivia) chega até ele, de maneira tentadora… esse segundo episódio me empolgou menos do que a estreia, mas eu ainda acredito que “The White Lotus” vai ser um caos crescente interessante de se acompanhar.

 

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