Vale o Piloto? – The White Lotus 1x01 – Arrivals

Havaí.

Uma estreia interessante, curiosa e repleta de possibilidades. “The White Lotus” é, atualmente, uma das séries mais famosas da HBO: sucesso de crítica e de público, a série é uma espécie de sátira social antológica, que se passa em um resort de luxo onde as coisas estão longe de ser tão perfeitas quanto parecem… existe a fachada de um hotel grandioso e de cinco estrelas, a excentricidade privilegiada de pessoas ricas que provavelmente se sentem superior a todos os demais, e o contraste com os funcionários que só querem manter o seu emprego, também “interpretando seu papel”. A primeira temporada de “The White Lotus”, de 2021, se passa na filial do Havaí do “grande” hotel White Lotus… naturalmente, isso serve um visual lindíssimo, não?

O mais interessante no primeiro episódio, para mim, é justamente a estranheza causada pela ausência de informações… conhecemos os personagens principais da temporada, ficamos sabendo que, ao que tudo indica, um assassinato acontecerá nos próximos sete dias (!), mas existe tanta coisa que a gente não sabe. Tudo parece propositalmente artificial, tudo parece esconder segredos que teremos que desvendar conforme nos aprofundamos nas camadas do White Lotus no decorrer da temporada, e isso é promissor. Existe, na série, tanto um potencial para o drama quanto para a comédia, e eu acho que esses são os ingredientes perfeitos para entregar uma sátira interessante, e eu estou apostando todas as minhas fichas em surpresas futuras.

Minha teoria inicial: o White Lotus não é nada do que ele aparenta ser. Os funcionários, sob a liderança de Armond, sabem o papel que precisam interpretar com os hóspedes para que eles se sintam acolhidos e privilegiados, como pais lidando com crianças riquinhas e mimadas… que, no fundo, é exatamente o que eles são. Algumas coisas sobre o hotel chamam a atenção nessa estreia, no entanto: a) Tanya não consegue marcar uma massagem e é direcionada a outro tipo de tratamento, com Belinda; b) Shane está incomodado com o fato de que ele não parece ter sido colocado na “suíte de lua-de-mel”, conforme a sua reserva; e c) Mark e Quinn não conseguem nenhum grande programa como mergulho ou esqui, por uma série de desculpas dadas por Armond.

Como se nada disso existisse de fato… a massagem, a suíte de lua-de-mel, os programas.

Uhm.

Não tenho muito o que dizer dos personagens, ainda. É uma galeria interessante, e a ideia de um assassinato e possivelmente buscar um culpado dentre os hóspedes me faz pensar nos romances de Agatha Christie, e quase fico buscando por um Hercule Poirot. Conhecemos Nicole e Mark, que estão tentando tirar férias apesar do marido preocupado com uma possível doença, com a qual ela não parece se importar tanto assim; Quinn, o filho “estranho” do casal; Olivia, filha de Nicole e Mark, e Paula, sua melhor amiga, as duas adolescentes sarcásticas; Tanya, uma mulher rica excêntrica que foi sozinha ao resort; Shane e Rachel, recém-casados que estão em lua-de-mel, ele um filhinho de mamãe mimado que sempre teve tudo o que quer, ela uma jornalista…

Dentre os funcionários, conhecemos principalmente Armond, o gerente do hotel que tenta fazer com que tudo pareça perfeito a qualquer custo, e Lani, uma trainee que está no seu primeiro dia de trabalho, e que escondeu o fato de que ela está grávida porque precisa desesperadamente do emprego, e não esperava que a sua bolsa fosse estourar durante o seu primeiro dia – e, agora, ela está prestes a dar à luz no escritório de Armond, o que cria uma espécie de caos que, para mim, foi a melhor parte do episódio. Acho que é essa minha expectativa para “The White Lotus”: conforme as máscaras vão caindo, acho que vamos descender ao caos de maneira cada vez mais inevitável, e isso pode ser bem divertido de se acompanhar!

Uma estreia interessante, mas ainda não dá para tirar conclusões.

Vamos ver o que vem a seguir!

 

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