Absolute Zero – Episode 10: If I could wish for one thing, I would ask for us not to meet each other
“Please,
let us meet each other again”
A carga
emocional de “Absolute Zero” é ABSURDA.
Assistir a essa série é sempre uma experiência muito especial para mim! Infelizmente,
eu sinto que o BL está passando “ignorado” por uma parte significativa dos fãs
do gênero, o que é uma pena, porque temos aqui uma das melhores obras BL feitas, na minha opinião. Além de usar bem o
elemento da viagem no tempo e do efeito borboleta, “Absolute Zero” é um drama inteligente e sensível, com uma direção
extremamente competente ao transmitir emoções…
eu sinto que esses personagens são quase reais, eu me compadeço de suas dores,
perdas e sofrimentos, e eu acho que além de “ação” ou qualquer coisa assim, a
proposta da série é algo intimista que se volta realmente ao amor e à natureza
humana.
É belíssimo!
Os primeiros
10/12 minutos desse décimo episódio acabaram
comigo. A intensidade de toda a cena na qual Ongsa conversa com Suansoon e
o faz escrever uma carta para ele mesmo é DOLOROSA – um golpe certeiro! Seguindo
de onde o episódio passado terminou, vemos Soon querendo entender quem é Ongsa e por que ele sente que “seu coração quer chorar”, e a conexão dos
dois é tão profunda e tão verdadeira que Soon sente que o ama e que perdê-lo é
doloroso mesmo antes de “conhecê-lo”. Ongsa se propõe a contar a verdade para
Soon, mas pede que ele escreva o que ele
lhe vai ditar, e ganhamos a cena mais triste e angustiante de “Absolute Zero” até o momento, e tudo
funciona para a grandiosidade da cena: o roteiro, a atuação, a direção…
Soon chora
ao escrever uma carta que ele sabe que é a despedida de algo bonito que ele nem teve a oportunidade de viver, e
o Soon do futuro também chora, abraçado àquela mesma carta, escrita por sua
versão mais jovem, 10 anos antes – ditada por aquele que seria seu grande amor,
mas cuja história foi “apagada”. Não sei para
quem é mais doloroso, para dizer a verdade… é profundamente doloroso ver o
Soon chorar daquela maneira tão pungente e, ao mesmo tempo, tão sem entender o porquê, e é ainda mais
doloroso ouvir o Ongsa ditar a carta, escolhendo apagar a história deles, e
explicando para Soon que, depois daquele momento, eles não vão mais se ver… a
despedida no ponto de ônibus e a maneira como Ongsa se impede de olhar para
trás…
Para Soon.
Para o homem que ele ama.
As últimas
palavras da carta me pegaram em cheio.
Ongsa fala sobre a famigerada poltrona G8, e como ele sempre estará nessa poltrona e talvez um dia o Soon possa se
sentar na G7 ou na G9… ele pede que, se isso acontecer e a pessoa ao seu lado
fizer um comentário sobre o filme quando ele terminar, que Soon não o deixe
falando sozinho, porque essa pessoa será
ele. “Absolute Zero” entrega
muita emoção em momentos-chave perfeitos! Depois disso, Ongsa permite que mais
uma parte da história se apague: a noite dos meteoros, quando Ongsa pediu Soon
em namoro… e, em paralelo, flashes
nos recordam de como as coisas foram originalmente, como gostaríamos que elas
seguissem sendo sem colocar a vida de ambos em risco depois de 10 anos.
Mas, naquele
momento, Ongsa faz um novo pedido à chuva
de meteoros… ele pede que, em algum momento, ele e Soon voltem a se
encontrar. E, então, ele está quase pronto para partir de volta a 2018 – afinal
de contas, aquele é o Ongsa que “retornou” no tempo depois de sofrer o acidente
no futuro, com todas as memórias da sua história com Soon nos últimos 10 anos. Antes
de partir, no entanto, Ongsa recebe uma visita inesperada no café de Nan: o dono da locadora. E embora eles “ainda
não devessem se conhecer”, ele não apenas parece conhecer Ongsa, como toda a
sua história… e como ela está prestes a
chegar ao fim. O que eu acho um enigma interessantíssimo de “Absolute Zero”! Mas ele não sabe dizer
se Ongsa se esquecerá de tudo quando voltar para o futuro…
Ongsa espera não esquecer.
E ele não
esquece. A transição de 2008 a 2018 acontece de maneira muito simbólica, quando
Ongsa pega no sono no cinema, na
poltrona G8, e a primeira coisa que ele faz quando percebe que “está de volta”
é correr até o café de Nan para perguntar a ela se ela conhece alguém chamado Suansoon… a mesma coisa que ele
perguntara há 10 anos. E Nan responde a mesma coisa que respondera naquela
ocasião: ela não conhece ninguém com esse nome. Ongsa não esqueceu Soon… mas a
história deles foi “apagada”. Se ele tivesse “esquecido”, seu coração teria se
lembrado e teria sofrido durante todo esse tempo sem entender o porquê, como provavelmente aconteceu com Soon, e
essa dor e esse vazio sem “conhecer” o motivo parece tão dolorosa quanto!
Agora, no
entanto, Soon e Ongsa podem se reencontrar em 2018?
Eles podem começar de novo, 10 anos depois?
Eu confio
que sim… eu acredito MUITO em um final feliz para “Absolute Zero”. É sempre muito bom acompanhar o Ongsa do futuro,
porque sinto que, na série como um todo, acabamos vendo pouco dele, e ele tem cenas lindíssimas, de diferentes teores, com
vários personagens: amei a maneira como ele chora sem pudores enquanto é
abraçado por Nan; amei a conversa com a mãe sobre “a pessoa certa” e como ele
gostaria de encontrar Soon; amei
aquela conversa inesperada dele com uma de suas amigas, quando ela pergunta se “ele
acredita em viagem no tempo”, o que parece abrupto e o pega totalmente desprevenido;
e gostei de ver Ongsa interagindo com os seus amigos da juventude 10 anos
depois, porque parece que eles conseguiram manter a amizade.
(Essa parte de
quatro amigos do Ensino Médio seguirem amigos 10 anos depois me parece utópica,
mas tudo bem)
O décimo
episódio de “Absolute Zero” (meu
Deus, faltam apenas 2 episódios e eu não vou saber lidar com a ausência dessa
série!) é profundo, sentimento, íntimo e melancólico, mas termina com uma nota
de esperança que é, para mim, um
exemplo perfeito do conceito da série… Ongsa e Soon podem ter passado os
últimos 10 anos “separados”, mas o amor
deles vai sempre fazer com que eles encontrem uma maneira de voltar um para o
outro. Nan conta para Ongsa que vai espalhar panfletos para tentar alugar o
quarto sobre o café, que está há muito tempo vazio, e uma borboleta azul (!) leva
Soon diretamente para esse panfleto… é
o universo querendo que eles se
encontrem novamente. Agora, é uma questão de tempo. Mas eu mal posso esperar
por isso!
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