Absolute Zero – Final Episode
“To Ongsa
who has lost, and to Suansoon for all the fractions in our relationship”
Me despeço
com uma sensação de pesar por saber que não terei mais esses personagens tão
queridos para acompanhar semanalmente, mas profundamente feliz com tudo o que a
série entregou ao longo desses 12 episódios. Com um coração imenso e uma
direção competente, “Absolute Zero”
construiu uma história que mescla elementos de drama, romance e ficção
científica, e entra para a minha lista pessoal de BLs favoritos, ao longo de
outras grandes obras pelas quais eu tenho um carinho imenso, como “Until We Meet Again” e “Bad Buddy”. Sempre sensível e humano, o
desenvolvimento de “Absolute Zero” me
arrebatou ao me fazer me importar de
verdade com aqueles personagens, e viver suas histórias ao seu lado, por mais
dolorosas que por ventura elas fossem…
Suansoon e
Ongsa sofreram muito para chegar até aqui.
Inclusive, eu acho uma escolha criativa bastante bonita que o episódio final
tenha sido inteiramente tranquilo e feliz, quando tão poucos outros foram. Com
tudo o que Soon e Ongsa sofreram em viagens no tempo e linhas temporais
alternativas, o último pedido que Ongsa fizera a uma estrela ou a vontade do
universo e o do destino fez com que eles se encontrassem novamente em um
momento em que o amor deles fosse tão grande e forte quanto sempre fora, e eles
pudessem apenas viver esse amor e ser felizes juntos. Comentei, em minha review anterior, que parte de mim ficou
apreensivo com o gostinho de “resolução” no penúltimo episódio, e essa mesma
parte de mim está aliviada com o
presente desse Finale.
Eu AMO Soon
e Ongsa! Eu torci por eles em cada momento, e eu acreditei em um final feliz
mesmo quando as perspectivas estavam das piores, talvez porque no fundo eu seja
um romântico incurável e achasse um absurdo imaginar que um amor tão bonito e
merecedor de felicidade não fosse alcançá-la. E, como comentei no episódio
passado, eu fico feliz por “Absolute
Zero” ter mantido Soon e Ongsa com as memórias de tudo o que viveram, ainda
que tenham passado os últimos 10 anos separados. Havia, sim, uma maneira de
“recomeçar” mantendo o sentimento sem
as memórias, e isso poderia ter gerado uma história bastante bonita de
reencontro e recomeço, mas eu acredito que a série precisaria de mais tempo para desenvolver isso…
E, como foi,
nada foi de fato “apagado”.
Pelo menos
não para Soon e Ongsa… acho que o que eu quero dizer quando escrevo que “havia uma
maneira de recomeçar mantendo o sentimento sem as memórias” tem muito a ver com
o que acontece quando Soon “conhece” Nan ou os pais de Ongsa: eles não têm
memórias concretas de outras linhas temporais nas quais Soon e Ongsa estão
juntos há 10 anos, mas, de alguma maneira, o sentimento “escapa” para essas
versões dos personagens quando eles olham para Soon, e não é apenas através de déjà vu, mas através de sentimentos
mesmo… é muito fácil gostar de Soon
porque eles já gostaram antes – é
como se eles já o conhecessem, como se eles já o amassem. E essa sensação gera
alguns momentos bacanas tanto com Nan quanto com os pais de Ongsa…
Novamente,
os pais de Ongsa acolhem Soon na família.
O episódio também
é repleto de flashbacks, mas que são
encaixados à trama de uma maneira convincente – e que, para pessoas que
acompanharam “Absolute Zero” ao longo
de 3 meses, se tornam profundamente nostálgicos porque nos leva de volta de
verdade… revemos momentos de Soon e Ongsa com Nan, por exemplo; revemos
momentos de Soon e Ongsa juntos no quarto para o qual eles acabaram de se mudar
agora, sobre o café, e onde viveram tanta coisa; e revemos momentos de Soon com
os amigos de Ongsa, quando eles aparecem de surpresa no café de Nan, sem avisar
que vinham, e Soon fica emocionado ao vê-los novamente. Inclusive, a amiga de
Ongsa, que outrora nem acreditava em viagem no tempo, curiosamente se lembra de tudo.
Sinto que
esse episódio final de “Absolute Zero”
pode até ser chamado de “simples”, dependendo de como você quiser avaliá-lo…
mas a verdade é que encontramos nele a beleza que apenas a simplicidade traz, e
é um presente a todos os fãs desse e de outros BLs que, às vezes, só queriam
curtir um pouco mais do casal depois que “todos os problemas foram resolvidos”.
Tivemos dramas e complicações o
suficiente até aqui. É bom ver a vida de casados de Soon e Ongsa, ver Ongsa
dando um beijinho em Soon enquanto ele ainda está dormindo enquanto sai para
trabalhar ou ver Ongsa levando o Soon para o seu primeiro dia de aula em uma
outra faculdade, ou ver como Soon recebeu todo o apoio tanto de Ongsa quanto de
Nan para colocar os DVDs que “herdara” para alugar ali no café.
E, então,
eles se preparam para uma viagem em família para a praia – e cenas na praia tem
tudo para ser perfeitamente românticas… e nós meio que sabíamos o que estava por vir desde aquela conversa sobre a
pulseira e o anel. Se, em alguma linha temporal, Ongsa conseguiu um anel de
plástico para Soon em 2008, agora ele tem um anel de verdade para colocar no
seu dedo em 2018, à beira da praia, como uma promessa e um símbolo do seu amor.
A felicidade palpável do AMOR de Soon e Ongsa, o abraço emocionado, feliz e
aconchegante, em paralelo a flashbacks
que nos levam de volta por todas as reviravoltas do roteiro e tudo o que ambos
precisaram enfrentar para chegar àquele momento… tudo o que viveram para poder, enfim, estar juntos e felizes ali,
naquela praia.
Eles
mereceram essa felicidade.
E EU AMEI
CADA SEGUNDO.
A série
ainda traz uma espécie de “cena pós-créditos” que é curiosa – e traz menos
explicações do que o esperado, mas dá material para teorias para que cada um
tire suas próprias conclusões. Vemos Ongsa e Soon conversando e rindo com os
amigos no café de Nan, enquanto alguém assiste de longe à mesa, com um sorriso
no rosto e emoção nos olhos: o dono da
locadora. Sabemos exatamente quem ele é e qual a participação dele na possibilidade das viagens no tempo
realizadas durante “Absolute Zero”?
Não. Mas me parece bastante seguro dizer que aquela é uma versão de Soon quando ele escolhe um DVD para alugar e é
justamente “Once”, o filme que juntou
Ongsa e Soon pela primeira vez… que, claramente, também significa muito para
ele.
Então, ele
observou tudo como um guia ou um anjo protetor.
Disse no
início do texto, e repito agora: me
despeço de “Absolute Zero” muito feliz com tudo o que vivi ao longo desses 12
episódios, mas também com uma sensação de pesar porque sei que sentirei falta
dessa série… sempre fui apaixonado por histórias de viagem no tempo (sinto
que um dos primeiros filmes que eu amei
na vida foi “De Volta Para o Futuro”),
e eu gosto de como o recurso é utilizado em “Absolute
Zero”, como uma parte importante da trama porque as viagens acontecem dentro da linha temporal dos
personagens, com direito à exploração da teoria do caos e do efeito borboleta,
e, ainda assim, sem que a série seja exclusivamente sobre isso, porque “Absolute
Zero” é sobre as pessoas e as relações entre elas. É a história de amor de
Soon e Ongsa.
E não
poderia ser mais lindo.
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