Cherry Magic (Tailândia) – Episódio 1

Você sabe o que acontece se você chega virgem aos 30 anos?

Antes de mais nada, eu preciso dizer: Achi é absolutamente fofo e o Karan é muito gato, dois grandes acertos sem os quais não tem como “Cherry Magic” funcionar. Com uma estreia cativante, um visual bonito, humor na medida certa e a clareza de um romance fofo que vai aquecer os nossos corações semanalmente, eu realmente AMEI a estreia da versão tailandesa de “Cherry Magic”. A história, originalmente do mangá “Cherry Magic! Thirty Years of Virginity Can Make You a Wizard?!” (a que o episódio faz referência de uma maneira muito bacana, na minha opinião!), de Yuu Toyota, já ganhou uma adaptação japonesa em 2020, que fez muito sucesso entre os BLzeiros de plantão, portanto há certo protecionismo (às vezes preocupante) em relação à obra.

Protagonizado por Tay (Tawan Vihokratana) e New (Thitipoom Techa-apaikhun), a versão tailandesa é uma nova proposta e uma nova visão sobre uma história conhecida – e que, para mim, é muito bem-vinda. Adaptada para o cenário tailandês, a série parece manter o seu carisma e a sua doçura, sem precisar escorar-se em uma simples “repetição” do que a versão japonesa já trouxe, e eu gosto da possibilidade de liberdades serem tomadas para contar a história de Achi e Karan… também gosto do “espaço” que a narrativa ganha com episódios mais longos, e como isso, eventualmente, deve refletir no quanto do mangá é factualmente adaptado e no quanto vemos do romance de Achi e Karan. Minhas expectativas para “Cherry Magic” estão altíssimas!

O primeiro episódio é totalmente CARISMÁTICO, daqueles episódios que me deixaram com um sorriso bobo no rosto durante os 45 minutos em que estive em frente à tela… fofo, divertido e promissor, o episódio nos apresenta a Achi, um homem que está prestes a completar 30 anos, mas que não está no lugar em que queria estar na vida – e isso é algo com o qual podemos tanto nos relacionar: Achi sente que, aos 30 anos, era sua “obrigação” ter um carro, uma casa própria, um bom emprego e alguém com quem dividir a vida… e, bem, ele não tem nada disso. Quer dizer, talvez ele tenha um bom emprego, mas ele sente que está “estagnado” no tempo todo em que passou na empresa (os últimos 7 anos), e que talvez ele devesse estar em algum outro cargo.

Acho um pouco doloroso como Achi vê Karan como “o seu completo oposto”: Karan é bem-sucedido e admirado por todos na empresa, além de ser bonito (e, nossa, o Karan é realmente muito bonito, eu estou completamente apaixonado por ele), legal e educado. É como se Achi achasse que Karan é tudo o que ele queria ser e não é… e isso é bastante triste, na verdade. Mas isso também é uma parte importante do plot, porque torna tudo ainda mais surpreendente para o Achi quando ele descobre que Karan está completamente apaixonado por ele. E como isso acontece? Existe uma lenda que diz que 30 anos de virgindade podem dar-lhe “poderes mágicos” ou algo assim… e Achi de fato desperta no seu aniversário de 30 anos com um “poder mágico”

Ele pode ouvir o pensamento das pessoas!

Naturalmente, seu mundo parece virar de cabeça para baixo… e eu achei curiosa a forma como ele ouviu pensamentos que não foram nada delicados inicialmente, do monge e de uma amiga sua, e que no fundo talvez seja mesmo o que algumas pessoas ao nosso redor pensam sobre a gente – é meio assustador pensar em poder ouvir o que elas pensam, sem o filtro do bom-senso que às vezes não deixa que essas mesmas coisas sejam ditas em voz alta. É um pouco desesperador para Achi, e é muito divertido acompanhar o seu processo de descoberta, conforme as pessoas esbarram ou encostam nele no metrô, por exemplo, e ele vai entendendo que ele pode ouvir o pensamento das pessoas que encostam nele… então, ele começa a evitar contatos.

É por isso que ele deixa um elevador cheio ir sem ele e espera o próximo – e ele espera que só estejam ele e Karan, que acabou de chegar, nesse próximo elevador… mas é claro que ele acaba igualmente lotado. E, assim, ganhamos uma das cenas mais icônicas de “Cherry Magic”, quando Karan encosta em Achi e Achi começa a escutar seus pensamentos a respeito de alguém, ali dentro do elevador, que ele acha “absolutamente fofo” e por quem “tem um crush”. É com surpresa que Achi percebe, eventualmente, que Karan está pensando nele. Com o risco de ser virtualmente apedrejado, eu digo destemidamente: gostei mais dessa cena na versão tailandesa do que na versão japonesa… gosto de como Achi age com choque e surpresa, mas não como se estivesse assustado.

No fundo, talvez ele esteja lisonjeado.

E é isso o que o episódio vai lentamente construindo de uma maneira apaixonante e convincente. O seu “complexo de inferioridade” chega a fazê-lo pensar que ele “está imaginando coisas”, como se alguém como o Karan não pudesse se apaixonar por ele, mas Achi vai tendo mais e mais confirmações de que o seu poder é real… e, se ele é real, Karan está realmente apaixonado por ele. Talvez a minha cena favorita desse primeiro episódio tenha sido a cena do bolo de aniversário do Achi, quando ele vai levar um pedaço para o Karan, o Karan pergunta se ele “já provou”, e depois Achi descobre que Karan está curioso para saber se ele gostou do bolo porque foi ele quem escolheu… e levou um mês escolhendo o que achou que Achi mais ia gostar de ganhar.

ISSO NÃO É MUITO FOFO?!

Confuso, então, Achi vai pedir conselhos para o seu melhor amigo: Jinta, um novelista que “deve ter muita experiência com relacionamentos”. O que Achi não sabe, pelo menos não até que ele acabe encostando em Jinta e ouça seus pensamentos, é que Jinta sabe tão pouco sobre relacionamentos quanto ele. Mas ele está prestes a descobrir! Quando Jinta vai embora depois de conversar com Achi, ele encontra um gato de rua que o segue e ele acaba o levando para casa consigo, deixando Min, um entregador absolutamente fofo que costumava levar comida para o gatinho todo dia, um pouquinho desolado… e, mais do que isso, torcendo para que quem quer que tenha levado seu amigo felino embora seja uma boa pessoa. Curioso para ver a química dos dois.

Ainda que Jinta não tenha lá muita experiência com relacionamentos, Achi resolve seguir o seu conselho e meio que “se manter afastado” de Karan, mas é a coisa que ele menos consegue fazer, no fim das contas. E eu ADORO como “Cherry Magic” encontra maneiras adoráveis de aproximá-los o tempo todo – e o fato de o Karan ser tão totalmente apaixonado desde o começo torna a história muito fofa… quer dizer, ele faz de tudo para não “demonstrar” isso, mas não existe nenhum tipo de filtro quando Achi escuta os seus pensamentos! Quando ele fica até mais tarde no escritório para ajudar um novo colega, o Rock, Karan acaba ficando também, e lhe traz algo para ele beber, porque sabe que “ele deve estar com fome depois de trabalhar tanto”, e se voluntaria para ajudar.

Achi aceita a ajuda…

E isso deixa Karan nas nuvens, naturalmente.

Toda a sequência final do episódio é uma explosão de lindeza, de fofura e me deixou cheio de expectativa! É tarde demais para o Achi pegar o trem, e parece que nenhum táxi ou uber está aceitando a sua corrida e, além de tudo, está chovendo! Então, Karan faz algo ousado, e o convida para passar a noite no seu apartamento – afinal de contas, ele mora ali perto e assim Achi poderá descansar mais antes do próximo dia de trabalho, que já está perto demais de começar. Acho que o que eu mais gostei em toda a cena é o fato de os pensamentos de Karan responderem a uma dúvida de Achi, sem saber que o faz: ele pensa sobre como Achi é gentil e prestativo, e sobre como essa é uma das coisas que ele gosta nele… e o sorriso de Achi para Karan é absolutamente fofo.

Acredito que, ali, o coração de Achi deu uma balançada.

E aqui começa o romance de Achi e Karan.

Confesso que eu quase esperei que o Achi fosse “se assustar” quando Karan o convida para ir até a sua casa, porque quando Karan oferece-lhe um lenço para secar o rosto, Achi os seus pensamentos quando devolve o lenço… é muito mais do que ouvir, dessa vez: é ver as fantasias românticas de Karan, cuidando de Achi, secando o seu cabelo, o colocando na cama, quase o beijando. O “gay panic” de Achi, no entanto, não é o suficiente para fazê-lo fugir e dizer que “vai dormir em casa mesmo” ou qualquer coisa assim. No fundo, ele “não sabe como chegou até ali”, mas ele está permitindo que as coisas fluam, e acompanha Karan até a sua casa… o sorriso de satisfação escondido de Karan ao fechar a porta? Preciso dizer que aquilo meio que me seduziu, sabe?

Achei o episódio DELICIOSO! Há um quê de conforto no fato de já “conhecer” a história, como já assisti à versão japonesa de “Cherry Magic”, mas também há o quê necessário de novidade para que seja algo fresco e novo, que vai mexer comigo novamente, como foi em 2020, e estou bastante empolgado e curioso com os rumos que essa nova adaptação de “Cherry Magic” trilhará ao longo dos seus 12 episódios. Muito feliz com a proposta dessa nova adaptação, com a “nova” roupagem da história, e com a maneira como os personagens foram abraçados… e tem como não gostar de “Cherry Magic”, quando a premissa é tão absurda e tão absolutamente fofa?! Vai ser um prazer poder acompanhar Achi e Karan nessa jornada de descobertas e romance!

 

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Comentários

  1. Que texto maravilhoso! Confesso que depois de lê-lo passei até a gostar mais do primeiro episódio da versão tailandesa de Cherry Magic. Infelizmente assistindo não fui pego pela série, ainda. Com certeza deve ser influência de um certo protecionismo, como você mesmo diz. Achei que o fato de eu ser apaixonado pela adaptação japonesa não iria afetar minha opinião em relação à nova versão, mas pelo visto afetou sim.

    Mesmo não tendo ficado com o coração quentinho vendo o episódio, tenho que concordar que os atores foram um grande acerto para a série, dois lindos e fofos. Gosto de como o Achi é expressivo, e do quão perfeito é o Karan (apesar de que ele ainda tem que comer muito arroz com feijão para chegar aos pés do Kurosawa haha). Sem dúvidas, a duração estendida dos episódios em relação a versão japonesa é um ponto positivo, pois permite um melhor desenvolvimento desse romance que promete ser muito lindo. Com uma premissa dessa, não tem como Cherry Magic ser ruim. Tenho certeza que, igual a alguns outros BLs que já assisti e que de início não me atraíram tanto, esse vai mudar minha opinião em breve.

    Parabéns pelo review maravilhoso, espero que possamos acompanhar essa série juntos!

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    1. Amigo!!! Sempre tão bom ver você comentando por aqui! Por mim, com certeza é mais um BL para a gente acompanhar juntos, mas é aquilo que eu já te falei: se você não gostar, eu tenho uma lista de BLs para recomendar para você para podermos compartilhar hahahaha

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    2. Quero todas as suas recomendações em breve haha

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