Doctor Who (2ª Temporada, 1965) – Arco 016: The Chase, Parte 1
Perseguição
dos Daleks!
COMO NÃO
AMAR “DOCTOR WHO”?! Escrito por Terry
Nation e dirigido por Richard Martin, “The
Chase” é o oitavo arco da segunda temporada de “Doctor Who”, e foi exibido originalmente entre 22 de maio e 26 de
junho de 1965, em seis partes – E É UM DOS MELHORES ARCOS DA ERA DO PRIMEIRO
DOCTOR! Além de ser a despedida de dois companions
incríveis e que estavam conosco desde o início da série, “The Chase” também traz algumas novidades interessantes, e deve ser o arco de 6 episódios mais gostosinho de se assistir até
agora, porque existe uma quebra de
expectativa no momento em que o Doctor, Barbara, Ian e Vicki conseguem
escapar de Aridius já no segundo episódio…
afinal de contas, não é a história de Aridius, mas da perseguição dos Daleks!
Assim, “The Chase” é um dos episódios
que mais explora diferentes cenários e
possibilidades nesse início de série, e é muito gostoso ver o quanto eles
conseguem abranger! Só na primeira parte do arco (os três primeiros episódios, “The Executioners”, “The Death of Time” e “Flight
Through Eternity”, sobre os quais comentarei nesse texto), visitamos o
Planeta Aridius, um planeta alienígena com um quê de “Star Wars” (que ainda estava a mais de uma década de ser lançado)
e “Duna” (que foi lançado em agosto
daquele mesmo ano), além de dois pontos da Terra: primeiro, o topo do Empire
State Building, em 1966; depois, o veleiro Mary Celeste, no século XIX. E todas
as sequências são realmente MARAVILHOSAS de se acompanhar, do início ao fim.
Isso sem
falar do Visualizador do Tempo e do Espaço!
O
Visualizador, que o Doctor e Vicki descrevem como uma espécie de “Televisão do
Tempo”, é um aparelho que o Doctor pegou do Museu Espacial da última história,
como um presente de agradecimento dos Xerons, e que é capaz de mostrar qualquer evento da história…
assim, os tripulantes da TARDIS se divertem um pouco assistindo diferentes
momentos da história: primeiro, um discurso de Abraham Lincoln; depois, uma
conversa entre a Rainha Elizabeth I e William Shakespeare, inclusive com o
escritor tendo a ideia para “Hamlet”;
e, por fim, uma apresentação dos Beatles na BBC em 1965, com direito ao
comentário icônico de Vicki: “I didn’t
know they played classical music”. E, então, o Visualizador do Tempo e do
Espaço mostra os Daleks…
E o plano de perseguição deles.
Os Daleks
estão em busca do Doctor e dos seus companions
por eles terem impedido o seu plano de conquista da Terra no século XXII, em “The Dalek Invasion of Earth”, e
agora eles querem vingança… quando
eles chegam a Aridius, no entanto, um planeta com bastante oxigênio, gravidade
maior que a da Terra, dois sóis e dias e noites bem curtos, Vicki e Ian saem
para explorar as dunas de areia, ainda sem saber que os Daleks estão em seu
encalço, e quando Barbara e Doctor descobrem sobre os vilões na “televisão”,
eles precisam encontrar Ian e Vicki para que eles possam retornar para a TARDIS
e escapar depressa dali… o problema é que, depois de uma noite fria e tempestuosa,
a TARDIS “desaparece”, porque foi enterrada pela tempestade de areia.
Acho
interessante a proposta de ter Daleks em um planeta alienígena que não é o
deles, dividindo espaço, pela primeira vez, com outras histórias e outras
ameaças… o Doctor e Barbara conhecem os Aridianos, nativos de Aridius, por
exemplo, e eles contam sobre as Bestas da
Lama, que sobreviveram depois de os sóis terem se aproximado do planeta e
secado os oceanos, e se tornaram predadores perigosos que acabaram com o
planeta… enquanto isso, Ian e Vicki conhecem um pouco mais das tais Bestas da
Lama. Os Daleks, por sua vez, tentam negociar com os Aridianos para que eles
entreguem os seus prisioneiros, em troca de não
destruir tudo o que eles têm… e esse é o tipo de história que, nessa fase
de “Doctor Who”, comumente demoraria
um arco todo a se resolver.
E é por isso
que “The Chase” é TÃO LEGAL!
Quando, no segundo de seis episódios, a TARDIS consegue deixar Aridius e toda
sua história para trás, é impossível não ficar surpreso e satisfeito! Além
disso, a história brinca com um tom de humor quase bobão, mas extremamente
carismático e que funciona para “Doctor
Who”, especialmente se pensamos na época em que essa temporada foi feita!
Vicki consegue chegar até o Doctor e Barbara, os leva de volta até o Ian, e o
Ian tem um plano para se livrar dos Daleks – ou pelo menos de um deles, dando
tempo para que eles entrem na TARDIS e partam daquele lugar… afinal de contas,
como o título sugere, esse é um episódio de PERSEGUIÇÃO! A TARDIS está
partindo, mas a máquina do tempo dos Daleks está na sua cola!
O terceiro
episódio do arco é, possivelmente, o arco mais diferente e divertido que
tivemos na série até aqui! Mesmo sabendo que a máquina do tempo dos Daleks está
em seu encalço, o Doctor diz que eles não podem passar muito tempo sem
“pousar”, e é assim que eles terminam no 102º andar do Empire State Building –
Nova York, 1966. Tudo aqui funciona perfeitamente: a Vicki chamando aquele
lugar de “Velha Nova York”, o turista do Alabama presenciando tudo e achando
tudo muito esquisito (acreditando que
eles são astros de Hollywood e que estão gravando um filme!), e depois vendo
outra máquina do tempo se materializar no lugar da TARDIS, dessa vez trazendo
Daleks, mas no fim sendo tratado como “louco”, porque ninguém além dele viu
tudo…
Uma das
minhas sequências FAVORITAS na HISTÓRIA de “Doctor
Who”.
Depois do
Empire State Building, a TARDIS se materializa em um veleiro em mar aberto,
onde Barbara é capturada por um marinheiro que acredita que ela é uma
passageira clandestina, e ela é salva por Vicki, que eventualmente também acaba
batendo na cabeça de Ian, achando que é outra pessoa que está vindo atacar a
Barbara… no fim, eles conseguem escapar de lá também antes da chegada dos
Daleks, e toda a sequência dos Daleks andando pelo navio e causando pânico é
surpreendentemente hilária, porque eles acreditam que se trata da realização de
uma antiga superstição e acabam se
jogando todos no mar, até que, quando os Daleks também vão embora, o navio
está vazio… e o Mary Celeste é realmente um veleiro que foi encontrado
sem tripulação em 1872, de maneira misteriosa.
AMEI ver “Doctor Who” brincando com esse evento!
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