Doctor Who: Especial de Natal 2023 – The Church on Ruby Road
“Good luck, Ruby”
AH, COMO É
BOM ESTAR DE VOLTA! Com gostinho de novidade, excelente apresentação do novo
Doctor e da nova companion e
mistérios promissores que devem ser desenvolvidos na temporada que estreia no
primeiro semestre de 2024, “The Church
on Ruby Road” é uma aventura natalina e deliciosa… e como é bom poder
assistir a “Doctor Who” novamente no
dia 25 de dezembro, depois de a série ter passado alguns anos sem Especiais de
Natal, na Era Chibnall. Com os Especiais de 60 anos “encerrando” um ciclo para “Doctor Who” com o 14ª Doctor,
interpretado por David Tennant, esse episódio é não apenas a excelente estreia
de Ncuti Gatwa como o mais novo Doctor, mas também uma importante porta de
entrada para futuros fãs.
É preciso
dizer: NCUTI GATWA É MARAVILHOSO! Quem o acompanha desde “Sex Education” sabe o quanto o ator tem um carisma quase
indescritível, que ele entregou ao 15º Doctor, fazendo com que nos apaixonemos
por ele desde o primeiro momento…
também gosto do fato de ele ter tido uma participação estendida no especial
anterior, porque embora “The Church on
Ruby Road” seja oficialmente a entrada para a sua era (e tem mesmo o gostinho
de introdução que vemos em Pilotos), é interessante chegar aqui com a sensação
de que, de certa maneira, nós já conhecemos
um pouco desse Doctor… e eu digo mesmo que eu teria passado o episódio todo angustiado para conhecer o interior da
sua TARDIS se nós já não a tivéssemos visto no outro episódio.
Além de ser
a apresentação de um novo Doctor, o episódio também é a apresentação de uma
nova companion, e essa é a forma como
a série, nos seus 60 anos de história, apresenta e reapresenta alguns conceitos
a possíveis novos espectadores: afinal de contas, tudo também é novo para ela.
Ruby Sunday foi deixada na porta de uma igreja na Rua Ruby (por isso o nome) em
uma Véspera de Natal há 19 anos, e teve a sorte de ser acolhida por Carla, que
é a melhor mãe que ela poderia ter tido… isso não quer dizer que não exista um
desejo em Ruby de saber quem são seus pais biológicos, e esse é um mistério não resolvido durante esse episódio:
aparentemente, não há nenhuma compatibilidade de DNA de Ruby com nenhum banco
de dados.
Isso nos
levanta uma série de dúvidas… quem é
a mãe de Ruby, afinal?
De onde ela
veio?!
Ruby Sunday
chama a atenção do Doctor quando uma série de “acidentes” começam a acontecer
com ela – e o Doctor não é alguém que acredita
em coincidências. Gosto bastante da introdução do episódio, que traz o
Doctor observando de longe, salvando a Ruby de um boneco de neve gigante usando
a sua nova chave de fenda sônica (ainda divide opiniões), e interagindo com
aquele policial em uma das minhas cenas favoritas, antes de desaparecer na
TARDIS… mas o episódio ganha bastante da interação do Doctor com Ruby, quando
um bebê é sequestrado da casa dela por duendes (!), e o Doctor corre por
telhados e pula em uma escada de corda pendurada de um navio duende para poder
ajudar a Ruby e, é claro, a pequena Lulubelle, que foi levada.
A história é
bizarra e divertida, de uma maneira que realmente me faz saber que eu estou assistindo a “Doctor Who” – a
existência de duendes nesse universo, no entanto, pode ter a ver com o fato de
que o 14º Doctor invocou uma superstição no fim do universo e abriu portas para
coisas que antes não existiam? Quer dizer, essa nova “era” está levando em
conta o que aconteceu nos Especiais de 60 Anos, como vemos quando o Doctor
apresenta as superluvas para Ruby e ele usa “mavidade” ao invés de “gravidade”.
E não me venham com “Ah, mas é uma piada que quem começar aqui não vai
entender” – de fato, mas isso não atrapalha a compreensão do episódio, é um
ótimo ponto de entrada, e “Doctor Who”
sempre vai ter uma história prévia…
Mesmo que
estejamos de braços abertos para receber novos fãs!
Confesso que
eu amei o Doctor do Ncuti Gatwa imediatamente, mas a Ruby demorou um pouco mais
para me conquistar de fato… eu acho que ainda preciso vê-la mais durante a temporada.
De todo modo, ela e o Doctor têm uma aventura inesperada em um navio duende, com direito a uma musiquinha bizarra
em uma cena que me divertiu muito, e a minha parte favorita fica para quando,
depois da rachadura causada pelos duendes, a
Ruby desaparece… e não apenas ali, naquele momento, mas da vida de Carla e
de Cherry, também – e, então, o Doctor entende rapidamente o que aconteceu: os
duendes racharam o contínuo de espaço-tempo e retornaram em busca de outro bebê
abandonado na Véspera de Natal, no lugar da Lulubelle que eles acabaram de
salvar…
A própria Ruby, na igreja da Rua Ruby.
Excelente
clímax, e excelente cena para o 15º Doctor!!!
Tivemos uma
boa introdução a esse universo, em um episódio razoavelmente simples que deve
ser fácil de compreender para novos espectadores, mas que ainda não entregou
muito a respeito da mitologia de “Doctor
Who”, algo que será explorado aos poucos. Gosto muito dos mistérios introduzidos, tanto em relação
à mãe de Ruby, que não me parece um plot
que já tenha sido encerrado, quanto da vizinha de Ruby que parece pouco
surpresa com a TARDIS aparecendo e desaparecendo na frente de casa…
eventualmente, a confirmação vem: ela incentiva Ruby a entrar na TARDIS quando
Ruby entende mais ou menos quem é o Doctor, deseja boa sorte antes de ela
partir, e quebra a quarta parede conversando conosco no fim do episódio.
Quem, afinal
de contas, é a Sra. Flood?! Curiosíssimo para esse mistério nível Missy.
“Never seen
a TARDIS before?”
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