Last Twilight – Episode 5

Passado.

Lindo… mas triste de uma maneira que nos atinge e nos faz terminar o episódio com uma sensação de melancolia. “Last Twilight” chega ao seu quinto episódio, e traz alguns dos momentos mais íntimos entre Mhok e Day – quando Mhok fala sobre a morte de sua irmã e Day se abre a respeito dos sentimentos que tem por August, seu antigo parceiro de badminton. O que mais me chama a atenção nesse episódio é a clareza com que Mhok já está completamente apaixonado por Day, e como isso o leva a querer que Day esteja bem e feliz de qualquer maneira – mesmo quando isso significa que o seu próprio coração estará despedaçado. Sentimental, bonito e sempre com uma sensibilidade impressionante, esse é mais um lindo episódio de “Last Twilight”.

E eu preciso dizer algo que eu já disse repetidas vezes e que continuarei dizendo até o fim de “Last Twilight”: a direção do Aof (Noppharnach Chaiyahwimhon) é simplesmente PERFEITA. Aof foi o responsável por outras das minhas produções favoritas de BLs (“1000 Stars”, “Bad Buddy” e “Moonlight Chicken”), e eu adoro a maneira como o diretor consegue contar histórias que tem o seu pé na realidade, e como ele consegue evocar sentimentos sinceros que conversam com a comunidade LGBTQIA+, porque ele tem essa vivência de fato… suas produções têm um quê de beleza poética e, ocasionalmente, uma melancolia, mas sempre na medida certa: elementos sempre trabalhando para contar a história e as relações mais sinceras que ele puder. Há muita verdade em “Last Twilight”, como em suas outras produções.

Saber que não tem nenhuma próxima do Aof já programada me entristece.

Gosto muito de como a série está construindo a relação entre Mhok e Day – e de como esse episódio parece dar uma guinada quando surge a trama dos sentimentos de Day por August. Essa “novidade” lança uma nova perspectiva sobre o que estamos vendo, e evidencia a maneira como o Mhok já está apaixonado (cenas intensas!), e como a proximidade e a admiração que Day está construindo por Mhok é uma paixão que ainda não é consciente… talvez seja necessário “encerrar um ciclo” com toda a história com August, e isso se torna possível quando eles se reencontram em um jogo de badminton de Gee, ao qual Mhok leva Day (e, é claro, Mhok e Day compartilham excelentes momentos). É um reencontro turbulento porque August se sentiu abandonado.

Eu não vou defender o August, porque o que ele fez na reta final do episódio me deixou, naturalmente, muito chateado. Isso não quer dizer que a sua revolta inicial não seja justificável: Day desapareceu, não deu notícias, não contou o que tinha acontecido… de fato ele abandonou o seu parceiro de badminton, que não tinha como “adivinhar”. Por alguns minutos, eu quis acreditar que August era uma boa pessoa, na maneira como ele fala com Day depois que eles “se acertam”, ou como ele chama o Day para sair (e acaba sendo o Mhok quem “organiza” um encontro para o próximo sábado!), mas no fundo eu sabia que não seria o caso, justamente porque eu sei que Day e Mhok estão destinados um para o outro ou qualquer coisa assim… então, eu meio que só esperei “tudo dar errado”.

Com o “reencontro” com August, o episódio nos leva a flashbacks que nos mostram um pouquinho da relação dele e Day – e como a relação foi difícil inicialmente. Afinal de contas, eles foram colocados como dupla pelo treinador (um conceito que eventualmente Day descreveria como “um casamento arranjado”), e August não parecia gostar muito dele… talvez porque não quisesse jogar em dupla, talvez porque Day estava fazendo com que eles perdessem vários pontos e não sentia que “ele estava à sua altura”. Então, Day passa uma noite toda treinando para ser o melhor que pode ser, e é naquele momento que August o “aceita”, e o presenteia com a faixa que já vimos Day usar… e essa é uma relação que durou até o fatídico jogo que Day abandonou no meio.

(Preciso dizer que acho o Sea um gato, e o Day suado jogando badminton? Uau)

Já que, graças a Mhok, Day tem um encontro marcado para o sábado, e ele está nervoso com a possibilidade de “se envergonhar” porque não está habituado a comer na frente de outras pessoas, Mhok resolve ajudar – e é tudo tão fofinho. Não sei quão conscientemente o Mhok estava fazendo aquilo tudo, mas quando ele leva Day para almoçar em um restaurante, ele se prepara todo, se veste bem, passa perfume e entra no personagem, chegando a chamar o Day de “namorado” na frente dos outros e tudo! Talvez parte dele achasse que era uma brincadeira e uma ajuda, mas no fundo ele estava “testando” a palavra e o encontro. E é tão bonito e tão mágico cada momento que eles compartilham naquele restaurante… cada sorriso, cada piada. Tudo.

O jantar de sábado, por sua vez, é uma grande decepção… e foi extremamente doloroso. Conhecemos tão pouco de August que eu realmente não sabia o que esperar, e eu achei que ele fosse aparecer, mas que faria algum comentário errado e faria o Day se sentir péssimo. Na verdade, ele nem mesmo se digna a aparecer, o que é um desrespeito sem tamanho! É tão triste ver o Day sozinho, esperando por August que nunca chega. Felizmente, Mhok não “obedeceu” ao Day quando ele o mandou embora, dizendo que “pediria que o August o levasse para casa depois”, e ele estava o tempo todo no estacionamento, para garantir que August viria e que tudo ficaria bem. Depois de mais de uma hora de atraso, Mhok resolve entrar no restaurante e “resgatar” o Day.

Um dos grandes momentos de “Last Twilight” vem na sequência, então, quando o Mhok faz de tudo para distrair o Day, para que ele não fique se sentindo péssimo como ele sabe que ele está inevitavelmente se sentindo… ele o leva para uma ponte com um clima gostoso e, depois, para cheirar flores em uma feira – essa determinação de Mhok em fazer o Day voltar a sorrir é uma preciosidade sem tamanho! Um cuidado tremendo, uma demonstração de carinho que vale mais do que qualquer coisa. Toda a cena dos dois com as flores é muito bonita, e os dois acabam de volta no bar no qual Day foi abandonado, por mais que possa ser doloroso, porque Day quer ter a certeza de que “August não apareceu eventualmente procurando por ele”. Mas ninguém apareceu.

Essa cena e esse diálogo de Mhok e Day no bar é um dos mais importantes de “Last Twilight”, porque é um momento no qual Day, um pouco bêbado, se mostra mais vulnerável em relação aos seus sentimentos do que jamais se mostrara a Mhok. Ele confessa que não está bem, e ele fala sobre como está apaixonado por August, mas “devia ter contado isso para ele antes”. Existe tanta verdade nas suas palavras, de um sentimento que viveu dentro dele durante tanto tempo que ele ainda nem se deu conta, talvez, de que está indo embora, enquanto os olhinhos de Mhok sentem e demonstram toda a dor e a tristeza em ouvir aquilo, porque ele está apaixonado por Day. Na sua última tentativa de fazê-lo sorrir, ele pega um girassol, a flor favorita de Day, que comprara para ele…

E, quando se vira, August está ali, atrás de Day.

Mas August vai embora, covardemente em silêncio, e pede que Mhok guarde o segredo.

É tão triste, tão revoltante. Que episódio!!!

 

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