O Primeiro Natal do Mundo (2023)

“Peraí, o vagabundo foi lá na matrix do mundo e deletou o Natal?”

AH, EU ME DIVERTI TANTO! Protagonizado por Ingrid Guimarães e Lázaro Ramos, com a presença incrível de Igor Jansen, Theo Matos, Valen Gaspar e Yasmin Londuik e a participação especial de Fabiana Karla, “O Primeiro Natal do Mundo” é uma comédia natalina brasileira, lançada pela Prime Video no último dia 08 de dezembro – e é uma delícia! Com um roteiro divertido e momentos emocionantes que valorizam o espírito natalino (também com umas alfinetadas à maneira como o comércio vê a data), esse é um daqueles filmes que me arrancam risadas sinceras e que me deixa, no fim, com o coração quentinho (e umas lágrimas nos olhos), exatamente como eu espero de um bom filme natalino (natalesco?) – que, por sinal, eu amo muito!

Com uma vibe que me faz pensar em outros filmes com “coisas misteriosas” e lições, como “Click”, “17 Outra Vez”, “De Repente 30” e “Sexta-Feira Muito Louca”, “O Primeiro Natal do Mundo” faz com que o Natal desapareça – e apenas uma família, mais ou menos responsável por esse desaparecimento, pode salvar a data e, consequentemente, o mundo… afinal de contas, sem o Natal, o espírito natalino também desaparece, bem como os encontros entre as famílias, o clima gostoso de férias – um verdadeiro caos toma conta do mundo, e gera situações divertidíssimas! O filme entrega diálogos muito bons, sacadas incríveis e não adianta: eu sou um grande fã de Ingrid Guimarães e eu sempre me divirto horrores quando assisto qualquer coisa com ela!

E ela está incrível!!!

Na premissa do filme, Pepê e Tina estão prestes a passar o seu primeiro Natal como uma família… os dois se casaram recentemente e ainda estão no processo de “juntar” as famílias: de um lado, Pepê com suas duas filhas, uma esposa falecida, e um amor descomunal pelo Natal; de outro, Tina com seus dois filhos, um ex-marido ausente, e um pouco de canseira de fim de ano e pouca empolgação com a data festiva. O grande problema é que as crianças ainda têm dificuldade para se ver como família, as brigas são constantes, e mesmo Pepê e Tina, embora se amem, ainda não encontraram a maneira de fazer o relacionamento e a criação dos filhos funcionar. Com um clima natalino nada bom e uma boneca importante quebrada, Maju faz um desejo ousado…

Deseja que o Natal deixe de existir.

E ele deixa.

A grande missão do filme é trazer o Natal de volta, e os pais e as crianças vão ter que encontrar uma maneira de ser uma família para redescobrir o espírito natalino e salvar a data. Eu gosto muito de como o filme brinca com situações, rendendo ótimos momentos hilários, bem como momentos emocionantes… eu me diverti bastante com a família reunida na loja de fantasias, tentando recriar uma roupa de Papai Noel, que não existe nessa realidade, ou de como Tina ajudou Pepê a invadir um palco em um festival de música para tentar chamar a atenção dos jovens com um rap sobre o Natal que até viraliza no Tik Tok, mas acaba não trazendo as memórias de volta. Parece que ninguém além deles mesmos se lembram do que é ou como é o Natal.

Acho que o filme perde um pouco a mão com toda a história do “Natal da Silvana” – eu gosto da ideia, mas eu acho que se estende mais do que o necessário, e talvez não funcione tão bem como clímax. A reunião para vender a ideia do Natal para o comércio é divertida, os absurdos como o Papai Noel, o jet-ski no lugar do trenó e as capivaras no lugar das renas me arrancaram risadas, mas eu não consegui me divertir tanto assim com o plano de aumentar os preços para “arruinar o Natal da Silvana”, que nem me pareceu um plano tão bom assim, ou o surto de Silvana dando descontos para salvar a data… mas o mesmo não vale para o pequeno Gael, que ARRASA enquanto está distraindo um segurança do shopping para os irmãos poderem entrar na sala das câmeras.

Todo o conceito, no entanto, é muito bacana. Quando eles falham continuamente em “resgatar” o Natal, Pepê e Tina têm uma briga bastante séria que acaba em uma separação, e na qual coisas fortes são ditas, mas também coisas importantes que precisam ser discutidas e trabalhadas para que o casamento e a família funcionem… toda a confusão, no entanto, fez com que os filhos se aproximassem, e é muito bonitinho ver o Arthur, a Maju e a Nanda se unirem para fazer alguma coisa quando o Gael também se esquece do Natal – e ele costumava amar o Natal e o Papai Noel! É aí que está a força do filme, ao fazer as crianças unirem os pais e mostrar para eles mesmos que eles são, sim, uma família… diferente do que eles planejaram ou do que estão acostumados…

Mas uma família.

Gosto muito de como a conclusão do filme é algo profundamente emotivo. Quando eles “falham” em resgatar o Natal e em destruir o Natal da Silvana, eles resolvem ter “um último Natal” em família, preparado por eles mesmos, com o que eles têm… e é como se eles se lembrassem de tudo o que realmente importa: é lindo vê-los se unindo para fazer uma árvore de Natal e os enfeites, ver Arthur trabalhando bem com Pepê, por exemplo, ou ver a Maju fazendo um bolo com Tina, e cada um deixa a sua marca no último Natal da família. E quando esse clima bom de Natal retorna, quando essa sensação gostosa toma conta de todos e eles se lembram do que é a data, Maju faz um novo pedido: se o Natal for sempre assim, ela quer o Natal de volta e para sempre.

Porque nunca foi o Natal o problema. Mas como as coisas estavam.

É meio que um alívio, até para nós, ver as decorações de Natal retornarem com o pedido de Maju! “O Primeiro Natal do Mundo” é realmente uma delícia. Clichê como um filme de Natal costuma ser, mas cheio de coração e sentimento, o filme é honesto, engraçado e competente, trazendo aquele espírito natalino e aquela sensação gostosa no peito! É uma comédia excelente, de fato conseguindo entregar muitos momentos divertidos, e também é uma história emocionante que deve te deixar com lágrimas nos olhos no fim, se você não for um Grinch da vida. Visual bonito, produção lindíssima, elenco carismático: tudo contribui para que “O Primeiro Natal do Mundo” seja um grande filme natalino, daqueles que dá vontade de ver mais de uma vez!

Amei!

 

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