Sandman, Volume 6 – Lugares Maleáveis
Verde do Violinista!
Publicado
originalmente em julho de 1992, “Lugares
Maleáveis” é a 39ª edição de “Sandman”
e traz dois personagens dos quais eu gosto bastante: primeiro, o Verde do
Violinista, um personagem que já teve um grande papel em outro arco do Senhor
dos Sonhos, “Casa de Bonecas”, e que
me causou certa impressão quando eu li pela primeira vez, porque eu amei o conceito; depois, Marco Polo, que me
causa uma certa sensação de nostalgia
porque ler histórias dele sempre me faz lembrar de um arco da primeira temporada de “Doctor Who”, de 1963, da qual gosto
bastante… aqui, Marco Polo é um dos sonhadores
da edição, e ele se encontra nos domínios do Sonhar ao se perder da caravana do
pai e do tio através do Deserto de Lop.
E, ali no
Sonhar, Marco Polo se encontra em um LUGAR MALEÁVEL, que é explicado pelo Verde
do Violinista: “O tempo nas orlas do
Sonhar é mais flexível do que em outras partes; e aqui, nos Lugares Maleáveis,
ele se contorce e se espirala sobre si mesmo. Nos Lugares Maleáveis, onde a
fronteira entre os sonhos e a realidade está erodida, ou ainda nem se formou o
tempo. É como uma pedra arremessada numa lagoa. Ela emite ondas”. Trata-se
de um lugar, como o nome sugere, mais maleável que os demais – um tipo de lugar
mais comum no passado, e cada vez mais escasso, mas ainda existente, agora… um
lugar onde, aparentemente, sonhadores de diferentes épocas podem se encontrar,
e é o que a edição nos proporciona durante essa história…
Eu adoro
explorar um pouco mais das “características” e propriedades do Sonhar. Aqui,
vemos Marco Polo cair no sono e encontrar um outro sonhador (os dois “discutem”
para saber qual dos dois está sonhando e, portanto, qual deles é “real”,
incapazes de perceber que ambos são reais)
e, juntos, eles encontram o Verde do Violinista, que proporciona uma
experiência até que bem satisfatória enquanto estão naqueles domínios… afinal
de contas, o Verde do Violinista está “de folga”, mas ele está em seus domínios
e, portanto, tem certos “poderes”. A edição é uma conversa gostosa entre
diferentes viajantes e exploradores, que estão dispostos a contar as suas
histórias até despertarem… e Marco Polo se permite a esperança de, ao
despertar, conseguir reencontrar sua caravana.
Curiosamente,
ele se encontra com Sonho nessa edição, depois que seus companheiros
desaparecem – despertando ou indo sabe-se lá para onde. E, como estamos em um
lugar maleável, encontramos um Sonho que existia lá no primeiro volume de “Sandman”: um Sonho enfraquecido, ainda
sem as suas ferramentas, que acabou de se libertar de seu cativeiro de tantos
anos e de punir o seu captor… um Sonho que talvez não devesse usar suas forças
para ajudar Marco Polo, porque não sabe se lhe sobrará forças para ajudar a si mesmo, mas que o faz de todo
modo, como uma maneira de retribuir o
fato de Marco Polo despretensiosamente o ajudar oferecendo o resto de água que
tinha ao ver o seu estado… então, Morfeu o devolve para o mundo desperto e para
a sua caravana…
Que edição deliciosa.
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