Upload: Realidade Virtual 1x02 – Five Stars
A conexão de Nathan e Nora.
Certo, eu
vou amar mesmo essa série! Com um visual muito bacana e uma premissa curiosa, “Upload: Realidade Virtual” pode trazer
temas e reflexões muito interessantes em relação à morte, ao luto e às relações
humanas. Tenho muito a dizer a respeito da relação de Nathan Brown e Ingrid, a
namorada que possivelmente tem alguma
coisa a ver com a sua morte (pelo menos eu acredito que sim, toda a
situação foi bastante suspeita), mas talvez “Five Stars” tenha sido, inusitadamente, um episódio muito mais
sobre Nora: o “Anjo” de Nathan, funcionária da Lakeview by Horizen que está
tentando convencer o pai a aceitar que ela pague por um upload para ele, mas
ele se recusa, porque a mãe morreu subitamente há alguns anos e sua consciência
não foi subida.
Para ele, não existe paraíso sem ela.
É muito
curioso como “Upload” levanta essa
questão da perda, porque eu realmente não acho que Nora acredite que Lakeview é
perfeito nem nada assim… ela trabalha lá dentro, tem um monte de clientes de
quem cuidar, viu Nathan tentar “se matar” (se jogar na torrente de dados e
desaparecer para sempre) recentemente, e tem noção de que não é o paraíso vendido
pelas propagandas. Ainda assim, a ideia de perder o pai é demais para ela,
então ela quer convencê-lo a aceitar o upload, porque assim “eles poderão
continuar em contato”. Parece quase egoísta
da parte dela, e uma tecnologia como a de “Upload”
realmente acabaria transformando as
relações humanas e, principalmente, a relação das pessoas com a morte – por
isso se pensa muito em “Black Mirror”.
Como é um
serviço caro e, portanto, disponível apenas para as pessoas mais ricas do
mundo, Nora pretende usar o seu desconto de funcionária – algo que a sua
supervisora nem está disposta a dar-lhe, porque existe uma regra de que a média
de avaliação tem que ser de pelo menos 4.6 estrelas, e a de Nora é 4.598 ou
qualquer coisa assim… então, Nora é colocada em uma “missão” de subir a sua
pontuação para 4.8 se ela quiser que a sua supervisora assine o documento de
que precisa para ela ter direito ao desconto de funcionária, e isso faz com que
ela faça de tudo para aumentar essas estrelas, e não é a coisa mais fácil. Tem
o garotinho de 11 anos que só lhe dá 3 estrelas porque o seu “melhor amigo” não
quer falar com ele… mas o melhor amigo
cresceu, tem 18 anos, outros interesses…
O garoto continua sendo o mesmo de quando
morreu, há anos.
Os caminhos
se separaram.
Em paralelo,
Nathan Brown está tentando lidar com a sua nova realidade. Morrer tão jovem não
estava nos seus planos, e estar nas mãos da namorada daquela maneira muito
menos. Depois de ter sido impedido de se jogar na torrente de dados e
desaparecer para sempre por Nora, Nathan procura ajuda… de um terapeuta canino. Adorei o conceito de termos terapeutas que
aparecem dentro de Lakeview como animais, e Nathan recebe uma tarefa: ele tem que conhecer outros cinco uploads e
tentar fazer amizade. O problema é que toda pessoa que o Nathan encontra
acaba sendo muito estranha ou muito chata. Mal posso esperar para que Nathan
Brown perceba que o melhor amigo que ele pode fazer dentro de Lakeview by
Horizen é Luke Crossly.
Nathan e
Nora compartilham uma das cenas mais
lindas desse início de série quando Nathan percebe que alguma coisa está errada com Nora e tenta conversar com ela,
insistentemente lhe dando cinco estrelas, uma vez após a outra, até que ele
“quebra o gelo” e consegue fazê-la falar sobre o que a está deixando tão mal o
dia todo… no fim, Nora acaba desabafando de maneira sincera a respeito da morte
iminente do pai, sua recusa por um upload e a pressão de ter que sempre
conseguir cinco estrelas pelas coisas que faz como “Anjo”, e tudo o que Nathan
faz é escutar – mas era tudo o que Nora precisava, na verdade, e isso lhe faz
muito bem. A conexão que vai nascendo
entre eles é muito bonita e muito sincera, e eu sinto que essa vai ser a alma da série.
Os dois
cantando “Uptown Funk”? Perfeição.
Ansioso pelo
futuro de “Upload”!
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