Upload: Realidade Virtual 1x03 – The Funeral

Seu dia especial?

QUE. EPISÓDIO. BOM. Eu não sei se é um consenso, mas eu realmente estou adorando esse início de “Upload: Realidade Virtual” – é o tipo de série que me conquista e me prende! Eu gosto de como os episódios são rápidos, de como ela tem história a contar (e muita coisa a desenvolver e explorar ainda!), e de como pode ser, em parte, uma “série de comédia”, mas isso não a isenta de tocar em temas sensíveis e trazer um episódio como “The Funeral”, que é brutalmente melancólico… e não por causa do velório de Nathan Brown em si ou não por ele, pelo menos, mas por causa de tudo o que esse velório representa, por como Nathan se sente sozinho depois da morte, por como Ingrid, a namorada, o vê como uma propriedade sua e não como uma pessoa real…

A verdade é que existe muita coisa a ser investigada em relação à morte de Nathan, e eu acho que isso vai desempenhar um papel mais importante do que eu esperava na trama de “Upload”, e estou contente por isso. Existe o mistério das memórias corrompidas de Nathan e o fato de ele não se lembrar bem com o que trabalhava (!), e a morte aconteceu sob circunstâncias estranhas: era um carro automático, que deveria ser à prova de falhas… e que mesmo agora, todo destruído em um ferro-velho, continua dizendo que “não apresenta nenhum dano” ou qualquer coisa assim. Temos uma investigadora no caso… ou, bem, uma professora que é prima de Nathan e acha a morte do primo suspeita, mas acho que já é próximo o suficiente. Afinal de contas, tem coisas a serem descobertas.

E é muito fácil pensar que Ingrid está, de alguma maneira, por trás disso… afinal de contas, será que Nathan Brown estava mesmo tão à beira da morte a ponto de precisar de um upload lá no primeiro episódio? Talvez ele não parecesse tão perto de morrer assim. Talvez Ingrid só quisesse pressioná-lo para que ele fizesse o upload para que ela tivesse total controle sobre ele, para que ela pudesse tratá-lo como sua propriedade, porque é o que ela está fazendo agora, não é? Ela não lhe dá a senha da conta para que ele possa tomar as próprias decisões ou comprar as próprias coisas, e decide tudo por ele, inclusive em relação ao seu funeral, que tem uma cena angustiante na qual eles acabam discutindo e ela ameaça deletá-lo, porque ela tem o poder de fazer isso.

É bizarro.

Ingrid é egocêntrica, suspeita e controladora. O dia do funeral de Nathan também o dia em que a primeira pessoa está fazendo um Download: ela vai ter a sua consciência baixada novamente em um corpo clonado, depois de ter pagado 4 bilhões de dólares para isso… o processo, feito pela primeira vez em uma transmissão ao vivo para todos assistirem tanto no nosso mundo quanto nos “paraísos digitais”, acaba falhando e o homem morre – e isso é tudo sobre o que Ingrid fala durante o seu discurso no funeral de Nathan. Ela não lhe dá atenção, ela não cita o seu nome, não lhe faz uma homenagem, não passa informações bacanas para a pessoa que está conduzindo a cerimônia… é um evento vazio, desumano e, na verdade, bastante impessoal… é frustrante.

Talvez a ideia de um funeral perca um pouco o seu propósito quando a pessoa que está sendo velada continua ali, está presente… e todos sabem que sua consciência está guardada digitalmente e podem ligar para ele para conversar ou qualquer coisa assim. Ainda assim, Nathan queria que aquele dia fosse especial, de alguma maneira, e não é. Ingrid faz com que tudo seja sobre ela, e deixa clara a maneira como ele é sua propriedade e ele não tem voz. Além disso, um de seus amigos é um completo babaca e outro nem se digna a aparecer (embora eu ache isso suspeito e provavelmente tenha a ver com a questão do projeto no qual eles trabalhavam e cujas memórias estão corrompidas para Nathan após a morte). A mensagem que Nathan deixa para esse amigo é forte.

No meio disso tudo, existe Nora… curiosamente, a única relação verdadeira que Nathan ainda parece ter. Ela já se deu conta de que Nathan não é um completo babaca como ela achou que ele pudesse ser, e eles estão estabelecendo uma relação muito bonita e uma conexão bastante sincera. Se, no episódio anterior, Nathan esteve ali por Nora, querendo saber o que estava lhe fazendo mal naquele dia, aqui Nora aparece no funeral de Nathan e parece ser uma das poucas pessoas que está se importando de verdade… sentada no último banco de uma capela digital de Nova York, a presença de Nora é notada por Nathan e esse é, provavelmente, o único momento em que Nathan se sente realmente importante e amado em um dia que deveria ser todo a seu respeito.

Que episódio profundo, não?

 

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