Vale o Piloto? – A Magia de Aruna 1x01 – Garota Estranha

Penumbra.

Com um visual bonito e uma premissa interessante, “A Magia de Aruna” é uma produção nacional do Disney+ que estreou no último dia 29 de novembro. A estreia traz alguns rostos conhecidos da teledramaturgia brasileira, três bruxas que inevitavelmente nos fazem pensar nas Irmãs Sanderson, e um ritmo e uma linguagem que me remeteram a “Mila no Multiverso”, outra produção nacional do Disney+ lançada em 2023. “Garota Estranha”, o episódio de estreia de “A Magia de Aruna”, começa no Rio de Janeiro em 1723, quando três bruxas, de três linhagens diferentes, se sacrificam para proteger a fonte de magia que está sendo caçada e ameaçada: transformadas juntas em uma árvore, elas protegem a magia adormecida durante 3 séculos, até que esteja pronta para ser despertada.

O que mais me chamou a atenção no primeiro episódio de “A Magia de Aruna” foi a construção desse universo e como ele difere do nosso… embora a narrativa central se passe no Rio de Janeiro de 2023, não temos a realidade como a conhecemos (e talvez isso tenha feito com que eu me lembrasse de “Mila no Multiverso”?), e isso é algo que me fascina: essa reconstrução da realidade dentro do conceito fictício de uma série de fantasia. Aqui, estamos em um universo (paralelo?) que caiu na penumbra há 300 anos, desde que a magia foi “escondida”, e isso alterou a vida, os costumes e os estudos das pessoas, que tiveram que se adaptar com uma realidade na qual a luz do sol é extremamente escassa e dura apenas algumas pouquíssimas horas por dia…

É nessa realidade que conhecemos Mima, uma garota inteligente e descendente de bruxa, mas que esconde mechas douradas em seu cabelo para não ser “reconhecida”, já que existe essa aparente ruptura entre “bruxas” e “humanos”. Essa parte da história é bem apresentada através de um colega de classe que é sabidamente um descendente e que, por isso, é constantemente atormentado por alguns adolescentes babacas da escola, e também por Ariel, o melhor amigo de Mima, e que se auto intitula “um aliado”. Gostei da dinâmica entre Mima e Ariel, e espero que Ariel desempenhe também um papel importante na narrativa a partir do momento em que os poderes de Mima despertarem oficialmente porque a Magia de Aruna está finalmente retornando para o mundo.

Por ora, Mima está preocupada em esconder seu segredo e, quem sabe, ganhar o “Jovem Patrono 2023”, um cargo importante que pode levá-la até a ONU. E, para isso, ela vai ter que competir com Caio, um garoto popular, também bastante inteligente, ao que tudo indica, mas dono de uma arrogância sem tamanho… e Mima não se sai muito bem na primeira etapa da competição para Jovem Patrono – ter a capacidade de escutar os pensamentos maldosos de seus colegas de classe enquanto ela está se preparando para um debate com Caio certamente não é algo que a ajuda a criar confiança nem nada. E ela acaba saindo correndo da escola sem participar do debate, depois de ter vomitado na frente de todo mundo (!), e sem querer falar nem mesmo com Ariel…

Esse evento conduz a narrativa para a conclusão do primeiro episódio de “A Magia de Aruna”, que faz um belo trabalho apresentando a realidade tomada pela penumbra, um pouco da história das bruxas e dos descendentes (as quatro linhagens bruxas: ervas, minerais, água e coração), e todo o esperado universo adolescente que condiz com a produção da Disney. Quando o episódio chega ao fim, Mima está sozinha em frente à árvore na qual as três bruxas se transformaram em 1723 para proteger Aruna, condenando o mundo à “penumbra”, e talvez tenha finalmente chega a hora de a magia ser despertada novamente… de a Magia de Aruna retornar ao mundo. É uma estreia bem gostosa de se assistir, estou empolgado com o que vem pela frente!

 

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