Vencer o Medo – Marcela vai presa novamente
A história se repete?
Marcela está
tentando recomeçar a sua vida… mas ela sabe que, infelizmente, não é fácil.
Apesar de ser inocente, ela ainda é vista no bairro por muitas pessoas apenas
como “a garota que passou três anos presa”, e apontada continuamente como
criminosa e assassina. Ela nem sabe se vale a pena aceitar um convite para dar
aulas de desenho na comunidade, por exemplo, mesmo que seja uma oportunidade e
tanto, mas ela acaba convencida quando Rommel manda desenhos antigos dela, que
ele tinha comprado, para uma exposição que chama a atenção das pessoas e faz
com que alguns alunos se inscrevam para as aulas de pintura de Marcela. A
primeira coisa que Marcela escuta na primeira
aula é um aluno perguntando se “foi ela que matou um cara há três anos”.
Naquele
momento, eu achei que tudo tinha desandado de vez… e é profundamente triste,
porque Marcela estava tão animada com as aulas, com a sala que tinham lhe dado,
com os cinco alunos que estavam ali para aprender
mais sobre desenho, e todo o clima é comprometido com aquela pergunta.
Surpreendentemente, no entanto, Marcela tem um jogo de cintura e consegue
escapar da situação com uma resposta simples e desviando o assunto para o que
realmente importa e o que eles vieram fazer ali: aprender mais sobre desenho. Assisti à cena com um sorriso no
rosto, porque eu queria mesmo que as coisas dessem certo para Marcela, e é bom
ver que ela está feliz ao fim da aula, e que os alunos se despedem dela dizendo
que “vão voltar para a próxima aula”.
Como Marcela
temia, a maneira como ela é vista no bairro é
um problema. Embora os alunos gostem dela e eles estabeleçam uma relação
bacana (destaque para a aproximação de Marcela e Yahir, o namoradinho de Areli
cujo melhor amigo morreu e está desesperadamente tentando sair da Dosis, sem
muito sucesso), um grupo de babacas preconceituosos do bairro invadem o centro
para protestar contra o responsável pelo espaço por Marcela estar ensinando as
crianças a pintar… a vizinha fofoqueira (aquela mesmíssima que passa todas as
informações da forma mais maldosa e cruel possível) acusa Marcela de “estar
ensinando as crianças a vandalizar os muros” ou qualquer coisa assim, sendo que
os muros pichados no bairro nem têm nada
a ver com ela ou com as aulas.
Marcela se
defende, diz que eles não estão pichando muros e ela nem ensinou nada disso
para eles ainda, mas se voluntaria a cobrir as pichações com arte, se eles
quiserem, “devolvendo vida e cor para o bairro”, e é muito legal como Marcela
vai se tornando ídolo dos seus
alunos. Marcela faz tudo certinho, consegue autorização dos moradores para
pintar alguns muros, mas acaba sendo detida pela polícia quando ela e os alunos
estão fazendo um desenho, porque um dos moradores mais babacas, que foi contra
o grafite até o fim, denunciou, e embora Marcela tente explicar que ela tem
autorização para fazer o que está fazendo e que tudo não passa de um
mal-entendido, a polícia está mesmo louca para colocar as mãos em Marcela Durán
há muito tempo…
E a levam
presa.
É
desesperador, porque Marcela espera o mal-entendido se resolver, confiante de
que logo estará solta, mas quando ela acha que poderá ir embora, ela descobre
que encontraram droga em sua bolsa
(que definitivamente não é dela!), e é tudo o que o policial corrupto queria
para manter Marcela ali por mais tempo… enquanto isso, a vizinha maldosa corre
para contar tudo para Inês da sua maneira, e para dizer que “a história de três
anos atrás de repete”. Quando Cristina vai visitar Marcela (felizmente, graças
à relação que as duas conseguiram reestabelecer recentemente, ela não duvida de
Marcela em nenhum momento), ela pergunta se isso pode ser coisa do Rommel de
novo… ou mesmo do Beto, e aos poucos Marcela se convence de que pode sim ter sido o “Beto”.
Afinal de
contas, as peças se encaixam. Cristina acabou de contar para ela que Beto/Omar
está tentando reabrir o caso da morte de Fabián Cifuentes, provavelmente porque
conseguiu alguma prova nova, e até perguntou a Marcela se ele “não poderia
tentar criar provas falsas”, e Marcela se lembra de ter visto “Beto”
conversando de maneira suspeita com Yahir no bairro e de Yahir mexendo em sua
bolsa naquele dia, para pegar uma carta que Areli tinha mandado para ele…
parece fazer sentido ser coisa do Omar, e Marcela saberia até como ele fez o que fez: através de
Yahir. Mas será? Sabemos que não foi Omar, mas é muito fácil acreditar que foi,
e aquilo fica martelando dentro da mente de Marcela… afinal de contas, Omar mentiu para ela desde que se conheceram, não?
Felizmente,
Marcela não fica detida por muito tempo… é determinado que a quantidade de
droga em sua bolsa está dentro do que é permitido para uso pessoal e ela está
livre. Ela queria, no entanto, ter provado que a droga não era dela, porque sabe que o pessoal do bairro vai ficar
falando mal dela eternamente – infelizmente, o pessoal é maldoso o suficiente
para falar de qualquer jeito, tendo ela provado que é inocente ou não. No
entanto, isso quer dizer que Marcela provavelmente vai perder os poucos alunos
que tinha, e ela percebe isso quando o primeiro deles aparece dizendo que “a mãe
não quer mais que ele vá à aula”. E é
muito triste. Ao menos Omar garante que não tem nada a ver com isso, porque
acredita que ela é inocente, mas Marcela não sabe se acredita nele.
Ela quer acreditar. Mas não sabe se deve.
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