Doctor Who (3ª Temporada, 1965) – Arco 018: Galaxy 4
Uma mensagem contra o preconceito!
Escrito por
William Emms e dirigido por Derek Martinus, “Galaxy 4” é o arco de estreia da terceira temporada de “Doctor Who”, e foi exibido entre 11 de
setembro e 02 de outubro de 1965, em quatro partes – desses quatro episódios,
três estão perdidos e receberam uma animação pela BBC em 2021, e é um prazer
saber que existem pelo menos algumas animações nessa grande era de episódios
perdidos e reconstruções na qual estamos entrando, porque a animação é bastante
bonita! O arco, no entanto, não figura entre os meus favoritos… gostei mais de “Planet of Giants” como Season
Première do que de “Galaxy 4”,
mas, em parte, eu acredito que minha opinião é afetada pelo fato de eu gostar bastante dos três últimos arcos da
segunda temporada.
Mas é um
início… uma nova era se iniciando para “Doctor
Who”. É a última temporada completa de William Hartnell como o Primeiro
Doctor, Vicki está prestes a se despedir da TARDIS e teremos uma variedade de companions acompanhando o Doctor nas
viagens seguintes… em “Galaxy 4”,
a TARDIS se materializa em um planeta com três sóis (!) e um robozinho
simpático que Vicki chama de “Chumbley”, e o trio está prestes a conhecer dois
povos distintos: de um lado, as Drahvins, vindas de Drahva, na Galáxia 4; de
outro, os Rills… ambos prestes a morrer
em um planeta que está com os dias contados. Gosto do conceito da história
e de toda a discussão a respeito de preconceito
que ela eventualmente levanta, ainda que os episódios não tenham me empolgado
tanto.
O primeiro
contato de Doctor, Vicki e Steven com vida inteligente naquele planeta é com as
Drahvins, soldadas quase robóticas lideradas por Maaga, que parecem antagonizar
os Rills, as criaturas “horrendas” que controlam os Chumblies. Segundo a
história compartilhada por Maaga, os Rills mataram uma delas e elas os odeiam
desde então, mas planejam roubar a nave deles para escapar do planeta antes de
sua explosão iminente, que elas acreditam que acontecerá em 14 dias… mas que o
Doctor descobre ser em apenas 2. Maaga não
é uma pessoa confiável, e isso fica evidente pela maneira como ela fala sobre
as soldadas “inferiores” que trabalham para ela, por exemplo, ou a naturalidade
como fala sobre como as Drahvins matam os homens.
Quando o
Doctor é forçado a ajudar as Drahvins, Vicki fica para trás como “refém”,
embora Maaga se recuse a assumir isso, enquanto o Doctor e Steven retornam para
a TARDIS, e o Doctor vai percebendo que ele
não quer ajudar as Drahvins… suas histórias são convenientes demais, e elas
e os Rills perderam tempo demais brigando uns com os outros enquanto poderiam
estar se ajudando para fugirem daquele planeta: as Drahvins assumiram coisas
que tomaram como verdade, e agora planejam roubar a Nave Rill e deixá-los para
trás… infelizmente, não parece que as Drahvins vão simplesmente “aceitar” a
decisão do Doctor de não ajudá-las, e quando Vicki é ameaçada (!), o Doctor
fica encurralado… dessa vez, no entanto, Steven diz que é ele quem vai ficar
para trás, como refém.
Então, o
Doctor e Vicki partem para a nave dos Rills com uma missão duvidosa, enquanto
Steven fica preso por Maaga… e essa é a grande oportunidade de descobrirmos mais tanto sobre as Drahvins
quanto sobre os Rills. Vicki conversa com um Rill, que se comunica com ela
através dos alto-falantes dos Chumblies, projetados para transmitir os pensamentos dos Rills, e ele conta a sua versão da história, que é muito
diferente daquela contada pelas Drahvins… e um flashback rápido mostra que eles
estão dizendo a verdade: foi a própria Maaga quem matou uma das suas (!) e
colocou a culpa nos Rills, e os Rills ofereceram uma carona para as Drahvins
para fora do planeta, mas elas recusaram… elas os odeiam e, aparentemente, apenas
por causa da sua aparência incomum.
Assim, as
Drahvins vão se concretizando como vilãs – bastante desprezíveis, por sinal.
Existe muito prazer na voz de Maaga, por exemplo, quando ela comenta a explosão
vindoura do planeta e imagina os Rills morrendo queimados, tomados pelo pavor e
pelo medo… é assustador ouvir a satisfação em sua fala. Além disso, existe toda
a maneira como elas os julgaram: elas não quiseram ouvi-los, entendê-los ou
aceitar a sua ajuda, porque a aparência deles é tão nojenta para elas que elas
preferem odiá-los… e quantas pessoas não
são infelizmente como as Drahvins, julgando tudo o que é diferente?
Enquanto o Doctor e Vicki descobrem mais sobre os Rills e a maldade das
Drahvins, Steven está quase morrendo nas mãos das Drahvins em uma câmara sem
oxigênio ao tentar escapar…
Então, o Doctor e Vicki precisam salvá-lo…
com a ajuda dos Chumblies.
O resgate de
Steven dá início à reta final de “Galaxy
4”, quando todas as cartas foram colocadas sobre a mesa, e o Doctor tem
uma fala muito interessante ao saber de toda a história e ao ver a real
aparência dos Rills, dizendo que a aparência é o que menos importa… o que
importa é o caráter e para que se usa a inteligência que se tem – sério, o
Doctor está muito amorzinho! Toda a sequência de ação final do arco conta com o
Doctor, Vicki e Steven ajudando os Rills a escaparem em segurança do planeta
moribundo, enquanto eles retornam para a TARDIS verdadeiramente correndo contra
o tempo, e também conseguem escapar. As Drahvins ficam para trás para morrer na
explosão, mas elas teriam sido salvas se elas não julgassem e odiassem com
tanta facilidade…
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