Doctor Who (3ª Temporada, 1965) – Arco 020: The Myth Makers
Cavalo de
Troia.
Escrito por
Donald Cotton e dirigido por Michael Leeston-Smith, “The Myth Makers” é o terceiro arco da terceira temporada de
“Doctor Who”, e foi exibido entre 16
de outubro e 06 de novembro de 1965, em quatro partes. Temos, aqui, um arco
histórico com a TARDIS chegando à Guerra de Troia (e o Doctor desempenhando um
papel importantíssimo nesse evento, quem diria?), que termina em uma despedida
bastante anticlimática para uma companion
de quem eu gostava bastante – infelizmente, eu não acho que a Vicki tenha tido
a atenção que ela merecia, tendo sido uma companion
tão bacana no pouco tempo em que esteve na TARDIS, e certamente eu sentirei sua
falta… parece que Steven ainda não está ali há tempo o suficiente para
“segurar” esse posto de companion.
Próximo arco
terá carinha de coisa nova mesmo.
A chegada da
TARDIS à Grécia Antiga faz com que o Doctor seja confundido com Zeus, o que eu
acho uma das coisas mais interessantes
desse arco, porque eu me diverti com o Doctor aceitando esse “papel”, fingindo
que é mesmo Zeus para ter algum tipo de respeito por ali… embora Ulisses não
acredite muito nessa coisa de que ele é um deus. Quando o Doctor é “capturado”
e o Steven sai em sua procura, Vicki fica para trás, dentro da TARDIS, que é
levada pelos troianos, e ela sai lá de dentro, eventualmente, como uma
“surpresa” para Troia – o que, para mim, já tem muito a ver com toda a história
do Cavalo de Troia, sabe? Preocupado com Vicki com o “sumiço” da TARDIS, Steven
planeja “se deixar capturar” pelos troianos, para ser levado à cidade e buscar
a amiga…
Não que seja
lá um grande plano… fantasiado de grego e chamado “Diomedes”, Steven acaba
sendo capturado como um inimigo, é claro. Além disso, Cassandra, a sacerdotisa
de Troia, acha que o fato de Vicki (que ela chama de “Cressida”) conhecer
Steven, supostamente um grego, é a prova de que ela estava certa e Cressida é
uma espiã que precisa ser presa e, eventualmente, morta… de qualquer maneira,
não sei por que a Vicki escolheu sair de dentro da TARDIS e chamar tanto a
atenção, contando abertamente para todo mundo que tinha vindo do futuro, por
exemplo… no fim, isso termina com Vicki e Steven, ou “Cressida e Diomedes”,
presos, e Vicki/Cressida tem um “plano” para escapar da prisão, assim que ela
começa a conversar com Troilus…
A
aproximação rápida de Vicki e Troilus nos faz lembrar a maneira como Susan se
apaixonou antes de decidir ficar no século XXII para “ajudar a reconstruir a
Terra” depois da tentativa de invasão Dalek e tudo o mais, e não é difícil
perceber que é justamente esse o caminho que o roteiro está seguindo quando
Vicki começa a pensar que “ela poderia ser feliz ali” – o que, se eu posso
dizer, não faz sentido nenhum para mim. Quando Ian e Barbara se despediram da
TARDIS, o Doctor perguntou a Vicki se ela não queria ir com eles, e ela disse
que queria continuar viajando e que não pertencia a um lugar “antigo” como
Londres em 1965. Agora subitamente ela pode “pertencer” a um lugar que é muito
mais antigo e distante do seu tempo, sem ninguém que ela conhece a não ser
Troilus? E que acabou de conhecer?
Teria sido
mais convincente ela ficar em Londres com Ian e Barbara.
Ao menos ela teria uma “família” lá.
Enquanto
isso, o Doctor é pressionado por uma ideia:
Ulisses diz que vai deixá-lo ir embora se ele lhe der uma boa ideia de como
invadir Troia – e então já sabemos o que vem a seguir! Não só é o Doctor quem
dá a ideia do Cavalo de Troia (HAHAHA), como ele está pessoalmente dentro do cavalo quando ele é levado para dentro da
cidade cheio de soldados gregos… com a chegada do Cavalo, Steven aconselha
Vicki a dar um jeito de “tirar Troilus da cidade” se ela se importa tanto com
ele, e ela o faz, pedindo que ele busque Diomedes, que escapou, fora da cidade.
Assim, Troilus não está em Troia quando a noite cai, o Cavalo se abre e os
soldados gregos invadem a cidade, colocando um fim na guerra. Mas, em parte,
Troilus acredita que eles foram traídos por “Cressida”.
As coisas
acontecem depressa no fim de “The
Myth Makers”. Vicki e o Doctor têm um reencontro rápido e bonito, no
qual ele a abraça, contente por vê-la de volta e bem, e Vicki pede que
Katarina, uma garota troiana, busque Diomedes/Steven do meio da batalha e o
traga de volta para o seu “templo”. Enquanto Katarina, a futura companion do Primeiro Doctor, sai em
busca de Steven, Vicki sai de dentro da TARDIS, triste, e abraça a nave
rapidamente, como uma forma de despedida… e então caminha para longe, com o
Doctor percebendo, sem dizer nada. Quando Katarina retorna com Steven, no meio
da confusão, da guerra e da iminente queda de Troia, o Doctor parte dali com a
TARDIS, deixando Vicki para trás e levando, com ele e com Steven, a Katarina.
Infelizmente,
é um final do qual eu não gosto o suficiente… e eu acho meio desrespeitoso com
a Vicki. É legal ter uma nova companion
na TARDIS, vinda de outra época e acreditando que o Doctor é um deus (!), mas
Vicki ficar para trás para mostrar para Troilus que ela não os traiu é algo que
não me desce. Como eu disse, não faz sentido que ela não tenha querido ficar
com Ian e Barbara, mas tenha querido ficar ali, e o fato de ela ficar para trás
“porque se apaixonou” é a mesma história reciclada de Susan, o que é uma pena.
Além disso, se Susan, Barbara e Ian receberam despedidas emocionantes, cada uma
à sua maneira, a Vicki foi negada uma despedida decente, uma conversa com o
Doctor ou com Steven… faltou emoção aqui, e a Vicki merecia.
Eu amava a
Vicki!
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