Last Twilight – Episode 11
“Eu te amo tanto”
Daquele tipo
de episódio que te deixa ATORDOADO. Parece que “Last Twilight” não escapou da famosa “maldição do episódio 11”
(que, a meu ver, nem é mais algo tão rotineiro assim, felizmente), e
vivenciamos um episódio cheio de altos e baixos e inegavelmente emocionante. Intenso e surpreendente, o
episódio é formado por diferentes momentos que evocam diferentes emoções: temos
a cirurgia de Day, depois de ele receber uma doação de córnea; temos, meses
depois, uma viagem de Day com Mhok, que está prestes a receber a sua grande
chance profissional; e, por fim, temos o momento em que tudo parece desandar
porque Mhok mente para tentar proteger o Day e o Day se pergunta se, no fim das
contas, ele também sente pena dele.
Esse
episódio é um golpe inesperado!
Toda a
sequência inicial do episódio está relacionada à cirurgia sobre a qual ouvimos
falar no fim do episódio anterior, quando a mãe e o irmão de Day apareceram em
seu jantar de Natal com Mhok – e já faz umas duas reviews, pelo menos, que eu estou falando sobre como me preocupa
essa parte da trama, sua possível resolução e a mensagem que ela pode passar.
Eu acho que o Aof fez um trabalho lindíssimo em “Moonlight Chicken”, ao retratar a surdez de Heart, e eu acho os
diálogos de “Last Twilight” tão bem
escritos quanto. Amei a conversa entre o Mhok e a Sra. Mhon, a mãe de Day, por
exemplo, na qual ela pergunta se o Mhok acha que o Day é “normal”, e o Mhok
responde que “ele é normal, só não enxerga”. Não poderia haver resposta mais
perfeita.
Portanto, eu
mantenho o que eu disse anteriormente: eu acho que, para o roteiro da série, o
ideal seria o Day não voltar a enxergar,
e o texto de “Last Twilight” está
constantemente reforçando o fato de que, mesmo sem enxergar, o Day é, sim, uma
“pessoa normal” (um conceito que nem existe, para dizer a verdade, porque o que
é “normal”?), e ele pode viver e ser feliz. Eu acho que essa é a força da
mensagem da série. O que não me isenta de sentir todo o peso e toda a dor da
sequência na qual as vendas dos olhos de Day são tiradas na frente da Sra.
Mhon, Mhok e Night, e o Day desaba em lágrimas ao perceber que ele não está enxergando – é muito
doloroso ver que esperanças lhe foram dadas e ele se apegou a isso bem quando
estava se habituando à sua nova vida.
Curiosamente,
toda essa trama dura apenas a primeira de
quatro partes do episódio, e quase me parece que o roteiro só está
“querendo tirar isso do caminho de uma vez”, porque meses se passam e
retornamos àquele Day que levamos vários episódios para conhecer: um Day que
está gradualmente conquistando sua independência e aprendendo a viver com a sua
deficiência. Em uma cena bonita, mas muito mais breve do que eu imaginei que
seria quando chegasse esse momento, conhecemos o bebê de Porjai quando seus
três tios (Mhok, Day e Night) vão visitá-la no hospital, e me parece que ainda
é incerto em qual estágio está o relacionamento de Porjai e Night, embora seja
claro o suficiente que eles se gostam e Night quer cuidar de Mee como se fosse
sua filha.
Com o Mhok
prestes a viajar para trabalhar como cozinheiro em um evento, Day pede à mãe
que ela o deixe ir com o namorado, e eu gosto de todo o avanço que a Sra. Mhon
teve, mesmo que tenha sido algo apresentado de maneira rápida. Ainda que
rápido, no entanto, me parece suficientemente convincente, porque, como eu
comentei na minha última review, eu
acho que as suas atitudes foram, sim, equivocadas, mas ela achava que estava
“fazendo o melhor para Day”: e agora ela aprendeu a enxergar o quanto Mhok faz bem para ele e aprendeu a
confiar nele. Ela o aceitou lá no
hospital, meses antes, e agora ela está vendo essa relação se desenrolar na
frente dos seus olhos, sabendo que, em breve, os dois vão querer morar juntos
ou qualquer coisa assim.
A viagem é
uma oportunidade importante para Mhok, que pode ganhar uma proposta de emprego
nos Estados Unidos, e para a relação de Mhok e Day, porque sabemos que
eventualmente ganharemos momentos bonitos dos dois… e ganhamos vários pequenos
momentos fofos, como o Mhok enchendo o Day de beijinhos para “se recarregar”
depois de um dia de trabalho, por exemplo, ou os dois conversando sobre a
proposta de emprego que o Mhok pode
receber quando esse trabalho terminar. Eu gosto de como o Mhok é inicialmente
sincero com Day a respeito da possibilidade de ele ir embora, o convidando para
ir para o exterior com ele, e é quase estranho
que ele tenha mudado de ideia e escondido coisas de Day, mas eu entendo o seu
raciocínio.
E, na
verdade, é um processo que o episódio apresenta… Mhok ama o Day profundamente,
e ele quer garantir que ele esteja sempre em segurança – e, durante aquela
viagem, Mhok sentiu um desespero e uma preocupação quase insuportáveis em dois
momentos nos quais deixara o Day sozinho: primeiro, quando um hóspede do hotel
é atropelado e ele teme que tenha sido Day; depois, quando Mhok não encontra
Day no quarto. Ironicamente, embora sejam dois momentos que causem angústia em
Mhok pela preocupação, também são dois momentos em que Day se mostra independente, e eu adoro ver a
independência que ele está criando, agora que ele aceitou andar com uma
bengala, por exemplo, porque “não vai ter sempre alguém que o guie”.
E está tudo
bem: é lindo que o Day esteja se tornando essa pessoa!
Antes de
tudo ir por água abaixo para os dois, ganhamos uma das cenas mais bonitas e
mais românticas do casal: depois de se divertirem em uma festa com temática
havaiana (!), Mhok diz a Day que ele não conseguiu a vaga, e o Day fica
honestamente sentido por ele, mas lhe dá toda a força, dizendo que ele terá
outras chances… então, como se quisesse parar de falar sobre isso e estivesse
conformado, Mhok puxa o Day para dentro da piscina, os dois se divertem e se
provocam, e então o Mhok diz, com sinceridade, mas com certo pesar, que ama muito o Day – e é a primeira
vez que ele diz essas palavras. Então, Day pede que ele se aproxime e diz, no
seu ouvido, que também o ama muito. AQUELE ERA PARA O SER O MOMENTO MAIS
ESPECIAL DELES!
Mas no fundo
sabíamos que o Mhok estava mentindo.
Era uma
questão de tempo.
O fato de
que Mhok ganhou, sim, a vaga para os Estados Unidos e a recusou por causa de
Day vem à tona mais rapidamente do que eu imaginei, e de uma maneira inusitada,
com o Day encontrando um documento na bolsa de Mhok e tirando uma foto para que
o celular lhe dissesse do que se tratava… e a conclusão desse episódio traz uma
das cenas mais emblemáticas de “Last
Twilight”, e um daqueles momentos paradoxais nos quais eu julgo todo mundo
ou, no fundo, eu não julgo ninguém.
Acho que apenas séries que têm um pezinho na realidade como “Last Twilight” (e como também era o
caso de “Moonlight Chicken”)
conseguem transmitir tanta verdade ao retratar as relações humanas e toda a
complexidade de suas motivações e expectativas.
Eu não acho
que o Mhok esteja errado. No entanto, tampouco acho que o Day esteja errado.
Mhok recebeu uma proposta aparentemente irrecusável, mas é TÃO DOLOROSO ouvi-lo
falar sobre como “a irmã se suicidou porque ele não atendeu a uma ligação sua”
que nós entendemos como ele não quer perder mais ninguém que ele ama e, por
isso, não quer não estar ao lado de
Day se ele precisar dele – não é um sentimento que eu possa julgar. Por outro
lado, Day dissera que Mhok era “a única pessoa que não olhava com pena”, e
agora parecia que era justamente isso o que ele estava fazendo, recusando uma
proposta de emprego para “poder cuidar dele”, e Day se pergunta se Mhok teria mentido
para ele da mesma maneira se ele não fosse cego… e não é o tratamento que ele
quer. Nunca foi.
Com toda a
complexidade bem trabalhada daquele momento, o 11º episódio de “Last Twilight” chega ao fim em um
momento dramático no qual Day diz a Mhok que “acha melhor eles terminarem”, e
então eles se separam… do lado de dentro de casa, Day recebe o abraço e o apoio
da Sra. Mhon e de Night, se perguntando se ele fez o certo; do lado de fora,
Mhok nem consegue ir embora, e chora desesperadamente encostado à parede, em
uma cena de partir os nossos corações… e é com essa sensação de pesar, angústia
e medo que nos preparamos para a grande conclusão de “Last Twilight” no próximo episódio, e eu tenho plena convicção de
que teremos um final lindíssimo, emocionante e não necessariamente fácil. Vamos
ver o que a série nos reserva!
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Demorei mais para ver esse episódio 11 do que a mãe do Day demorou para aceotar o relavionamento dele com o Mhok kk.
ResponderExcluirO episódio começa e termina machucando muitoooo. É como você disse, por mais que a melhor decisão de roteiro seja o Day permanecer cego, ver toda essa esperança que ele criou com a cirurgia ir por água abaixo é muito desolador, muito triste. E por isso não ter ocupado tanto o episódio, realmente serve como indicatico de que o final feliz do Day não necessita que ele volte a enxergar para acontecer.
Acho engraçado o quão rápida foi a cena do parto de Porjai. É assim porque Last Twilight é uma história 100% focada somente nos protagonistas, e isso não é algo ruim, já que eles são tão lindos juntos e emocionam tanto, que não sobra espaço para tramas paralelas nem para personagens secundárioa kdksk. Faço a comparação com My School President, por exemplo, que tinha o casal principal, mas tinha também o casal secundário. Last Twilight não tem isso, mas não deixa de ser uma série impecável.
Quem vê as cenas fofas da viagem do Mhok e do Day não imaginam a dor que vai ser o final do episódio. Estou indo agora para o 12° e último episódio de Last Twilight, e, sinceramente, espero muito que eles reatem logo no comecinho do episódio, senão meu coração pode não aguentar!
Concordo com você que não dá para culpar nem o Day nem o Mhok nessa situação. Dá para entender os lados dos dois. Texto maravilhosíssimo, amigo!
Amigo, que bom ter você de volta por aqui!!! Esse episódio é muito bom mesmo: dor no começo, cenas lindas no meio, dor no fim, tudo bem equilibrado kkkkkk O último me deixou meio confuso, talvez, com os sentimentos divididos... eu gosto, porque eu amo Last Twilight, mas tem coisa que eu gostaria que tivesse sido diferente. Enfim, vamos ver quais vão ser suas impressões quando você ver/ler sobre o último :)
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