Malhação 2004 – O incidente no Estaleiro Municipal

“Ah é? Caiu ou foi caído?”

O pessoal da Vagabanda gosta de causar… chamar atenção com um luau no último fim de semana de férias antes das aulas no Múltipla Escolha voltarem parece não ser o suficiente – então, eles resolvem invadir o Estaleiro Municipal para mergulhar, mesmo que seja proibido e perigoso. O problema é que, além do trio da Vagabanda (Gustavo, Natasha e Catraca), duas mais pessoas acabam se envolvendo na confusão, sem imaginar as consequências vindouras: Cadu, que está fazendo de tudo para se enturmar com os riquinhos; e Fabrício, que cai de gaiato na história, só porque ficou interessado na Natasha e os meninos pregaram uma peça nele dizendo que ela estava interessada ou qualquer coisa assim. E é justamente o Fabrício que é jogado lá de cima.

Enquanto todo mundo se prepara para saltar de um lugar alto, Fabrício hesita e quase desiste, diz que “não vai mais pular”, mas o pressionam e o empurram lá de cima, sem perceber o perigo que isso representa… Natasha é quem diz que “o garoto caiu esquisito” quando Fabrício demora para voltar à superfície, e Gustavo pula para encontrar ele e o levar carregado para fora da água, enquanto os outros três correm para ver o que aconteceu. Mas, aí, o estrago já estava feito… e a polícia já estava a caminho, porque o segurança já ligara desde que eles invadiram o estaleiro! Para Catraca não ter problemas com a polícia, Gustavo manda ele ir embora e manda que ele leve Natasha com ele, enquanto ele e Cadu ficam ali com Fabrício e lidam com a chegada da polícia…

Que já chega mandando eles colocarem as mãos para o alto.

A polícia tem motivo para acreditar que a história está muito mal contada… como assim os três invadem o estaleiro municipal àquela hora da noite e, do nada, um deles “cai” lá de cima? Então, enquanto Fabrício é levado para o hospital em aparente estado grave (!), Gustavo e Cadu são colocados em viaturas separadas e levados para a delegacia… onde, não importa o quanto o Cadu esteja errado em um monte de coisas, eu passo muita raiva pela maneira injusta como ele é tratado: Gustavo, que tem o sobrenome reconhecido graças ao pai, é mandado direto para a sala do delegado, “onde é mais confortável”, enquanto Cadu é recebido sendo chamado de “marginalzinho”, e não ganha nem o direito de ligar para os pais. Infelizmente, é uma representação tão real da realidade.

De um lado, temos Gustavo: um garoto rico com o pai advogado reconhecido, e com ele os policiais agem como se tudo tivesse sido um acidente, e ele é rapidamente mandado de volta para casa; de outro, um garoto pobre sem ninguém para defendê-lo, e os policiais agem como se fosse certo que foi ele quem empurrou o garoto que está em estado grave no hospital e pronto – “Pode trazer o outro envolvido… o marginalzinho”. Há tanto preconceito e pré-julgamento que as cenas causam asco, e Cadu ainda se ferra um pouco mais porque eles acreditam que “ele se infiltrou na festa dos bacanas” e tudo o mais, quando ele diz que conheceu Gustavo naquele dia mesmo… felizmente, eventualmente o deixam ligar para casa – mas isso não quer dizer que ele não vai passar a noite ali.

Imagino só o desespero de Lúcia recebendo aquela ligação!

Enquanto Gustavo está em casa (recebendo sermão e castigo do pai, mas nada mais do que isso!), Cadu e a família estão ouvindo na delegacia que o crime dele é inafiançável e, por isso, vai ter que passar a noite preso, até que um defensor público aceite o caso – provavelmente só no dia seguinte. E esse é um momento-chave, porque Cadu pergunta se “vai ficar na mesma cela do outro cara”, e o delegado diz, na maior cara-de-pau, que “ele já foi liberado”. Amo que a Letícia parte para cima, toda justiceira, dizendo que os dois fizeram a mesma coisa e não é justo que só ele fique detido, e embora a sua argumentação acabe não servindo de nada, é bom ouvi-la dizer em voz alta a verdade que os policiais tentam negar: essa tal de justiça só serve para quem tem grana.

“Os ricos vão pra casa, os pobres pra cadeia. Sempre com a ajuda do delegado”

Cadu passa mesmo uma noite preso e só sai no fim do dia seguinte – mas ele se mantém em silêncio em relação a quem estava com ele no estaleiro municipal, quando Letícia o questiona sobre isso: ele diz que estavam ele, o Fabrício e “outro cara”. Gustavo, enquanto isso, lida com umas broncas do pai (mas diz algo poderoso que me causou certo orgulho: “Pai… agora que eu vou ser seu cliente, você finalmente vai ter tempo pra mim, né?”), mas, infelizmente, o estado de Fabrício não é nada bom, E ELE ENTRA EM COMA. Com o Fabrício em coma, correndo risco de morte, Marcelo adverte Gustavo de que é melhor ele rezar para que esse garoto não morra: se ele morrer, a situação vai se complicar muito, e Gustavo pode pegar até de 4 a 12 anos de cadeia.

E todos sabemos que se a situação está ruim para Gustavo, está pior ainda para Cadu.

E Catraca e Natasha? Vão mesmo conseguir sair impunes?

 

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