O Quinto Elemento (The Fifth Element, 1997)
“Time not
important. Only life important”
Eu ADORO
ficções científicas da década de 1980 e 1990. “O Quinto Elemento” não tem o impacto narrativo de “Blade Runner” ou o tom inovador para o
gênero de “The Matrix”, por exemplo,
mas é um filme do qual eu sempre gostei muito! Com cenas icônicas como a Diva
cantando na ópera enquanto Leeloo luta contra os vilões, “O Quinto Elemento” é divertido e ocasionalmente emocionante,
enquanto um “Ser Supremo”, um padre e um taxista tentam “salvar o mundo do
Mal”. É uma narrativa bastante simples e linear, mas conduzida de uma maneira
competente e envolvente, sendo uma delícia de se acompanhar. O filme começa no
Egito no início do Século XX, apresentando os Quatro Elementos, em forma de
pedras, e o Quinto Elemento, sempre uma pessoa, que poderão destruir o Mal
quando ele aparecer… o Mal que aparece a cada 5.000 anos, e que aparecerá pela
próxima vez dentro de aproximadamente 300.
O visual do
filme é marcado pela ideia futurística da década, e isso me leva no tempo para
clássicos como “De Volta Para o Futuro”,
onde 2015 era repleto de roupas extravagantes e coloridas (vide o boné de Marty
ou as duas gravatas, por exemplo), e os céus cheios de carros voadores – não é
muito diferente em “O Quinto Elemento”:
como Korben Dallas é um taxista, temos a chance de ver um pouco do trânsito
caótico através de diferentes camadas de uma cidade vertical, por exemplo, e os
figurinos são coloridos e os visuais extravagantes, para representar o ano de
2263: o ano em que o Mal retornará para a
Terra. Como amante da ficção científica e de histórias futurísticas, sempre
me fascina observar a maneira como o futuro
da humanidade é percebido, e como essas representações foram se transformando
com o passar dos anos…
“O Quinto Elemento” tem um elenco de
personagens bem carismáticos: conhecemos Korben Dallas, interpretado por Bruce
Willis, um taxista cheio de pontos na carteira e que acaba recebendo em seu
táxi “um presente divino”; conhecemos Vito Cornelius, interpretado por Ian
Holm, um padre conhecedor da história e que é a chave para salvar a humanidade
e entender o Ser Supremo; e, fechando o trio, temos Leeloo, interpretada por
Milla Jovovich, a “arma que pode destruir o Mal”, que acaba sendo destruída
durante o seu transporte e recriada pela tecnologia avançada dos humanos na
Terra; também contamos com um vilão excêntrico trabalhando para o Mal, Zorg,
interpretado por Gary Oldman, e outros personagens marcantes em participações
menores, como Ruby Rhod (Chris Tucker) e a Diva Plavalaguna (Maïwenn Le Besco).
Eu gosto do
ritmo do filme, do visual escolhido e do tom escrachado que torna o filme
cômico em momentos inesperados – o resultado é um filme mais de ação e
extravagância do que um filme marcado por sua qualidade introspectiva e/ou
melancólica, como é o caso de “A.I.
Inteligência Artificial”… que, para mim, é um dos melhores filmes já
produzidos! “O Quinto Elemento” está
ali para divertir, para representar sua visão de futuro e para misturar o que é
tecnológico e novo ao que é mitológico e antigo: afinal de contas, estamos em
um cenário de viagens interplanetárias na velocidade da luz (!), mas estamos
buscando pedras para uma espécie de “ritual” que é capaz de acabar com o “Mal”,
como é chamado aquele “planeta” capaz de destruir vidas e, quem sabe, todo o
universo, se não for detido a tempo… é uma combinação inusitada.
Que funciona
muito bem!
A interação
entre os personagens também é bem construída… Dallas acaba resolvendo ajudar
Leeloo e, quando ele menos espera, ele está mais envolvido do que gostaria,
tanto tentando mantê-la longe de perigo, quanto tentando ajudar ela e o padre a
conseguirem os quatro elementos: uma missão para a qual ele é escolhido,
também, graças ao seu histórico militar. De
qualquer maneira, ele faria parte dessa missão… mas acho que ele a aceita mais
fácil por ter se envolvido na trama com antecedência graças a Leeloo.
Depois de uma sequência interessante no aeroporto, no qual várias pessoas tentam se passar por Korben Dallas para embarcar,
ele ruma com Leeloo (“Multipass!”) e
o padre escondido para Fhloston Paradise, onde eles precisam buscar as pedras
dos quatro elementos, que estão seguras com uma cantora que se apresentará em
uma espécie de cruzeiro.
O cenário
para a grande ação final do filme é fantástico: estamos em um cruzeiro
espacial, em um teatro recriando uma ópera, com uma alienígena azul cantando
uma mistura de ópera e pop, com a música mudando de acordo com a urgência da
ação que se desenrola nos bastidores – é uma direção fantástica, na verdade,
que termina em um tiroteio, muita gritaria, mortes e pessoas em perigo… a Diva
Plavalaguna, eventualmente, acaba morrendo em uma cena icônica do cinema, e
Korben Dallas precisa retirar de dentro dela as pedras dos Quatro Elementos:
depois, ele precisa escapar dos vilões, se salvar de uma bomba-relógio prestes
a explodir e salvar a vida de Leeloo, para que eles possam retornar à Terra e
ao Templo que fica no Egito, no qual os Cinco Elementos precisam ser reunidos
para “ativar a arma contra o Mal” ou qualquer coisa assim.
Se eu
precisar escolher duas cenas de “O Quinto
Elemento”, a primeira delas vai ser sempre a Diva cantando enquanto Leeloo
luta e Dallas assiste fascinado à ópera; a segunda vai ser a sequência no
Templo no Egito, quando as pedras dos Quatro Elementos são colocadas e precisam
ser ativadas: uma sequência leve e com um quê de diversão, mas que também tem
sua pitada de drama e de suspense, pela intensa corrida contra o tempo – a destruição está próxima e Leeloo não tem
certeza de que quer ajudar a humanidade a se salvar, depois de ter aprendido
sobre a guerra e toda a destruição de que os humanos são capazes. Então, Dallas
precisa convencê-la de que, apesar disso, a humanidade precisa ser salva, e é o
amor dele que a instiga a assumir o papel do Quinto Elemento e canalizar o
poder que, finalmente, destruirá o Mal.
O Quinto
Elemento é tanto Leeloo quanto o que sua relação com Dallas representa: o amor.
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