Primeiro Capítulo de “Cúmplices de um Resgate” (07 de janeiro de 2002)
“Ay, ¡no
puedo creerlo! ¡Es igualita a mi!”
EU SEMPRE
FUI APAIXONADO POR “CÚMPLICES DE UM
RESGATE”. A história das gêmeas Mariana e Silvana sempre foi a minha novela
infantil favorita da Televisa, e
agora estou de volta a “Cúmplices de um
Resgate” – e que emoção ao assistir novamente o primeiro capítulo! Cheio de
música, carisma e uma apresentação competente, mas que te deixa ansioso pelo que vem a seguir, o capítulo é rico
em casa segundo! Eu amo a maneira como cada uma das crianças principais é
apresentada, de um jeito ou de outro, através da música, e de como a novela evidencia, desde sempre, que existe a
montagem de um grupo musical infantil como fio condutor da trama que reúne esses personagens, mas tem muita
história a contar: os maus-tratos que Silvana sofre, a separação das gêmeas, as
crianças cujos pais morreram e estão aos cuidados da tia…
O capítulo
começa com Mariana e sua Banda cantando “Sácame
a Bailar” em um FESTIVAL DE GRUPOS MUSICAIS em um povoado pequeno próximo à
cidade, e é sempre impressionante o carisma de Belinda como Mariana desde o primeiro momento – é uma delícia
vê-la tão feliz naquele palco, cantando… então, a banda de Mariana é uma das
três selecionadas para a grande final,
que acontecerá no próximo domingo. Em paralelo, encontramos Joaquim, Julia e
Felipe, três irmãos que estão ensaiando (com o tema de abertura da novela!)
para uma audição que pretendem fazer em breve, e é uma delícia ver a relação
entre eles, fazendo brincadeiras, correndo um atrás do outro, especialmente
porque todo o clima bom é quebrado pela aparição da tia mais rabugenta, que
chega de mau-humor, reclamando do barulho, querendo impedi-los de ir à audição…
Silvana, por
fim, também é apresentada através da música – ouvindo música alta e dançando
pelo quarto, sendo grossa com Marina, porque ela entra no quarto sem bater,
Silvana é o oposto da irmã: se Mariana é doce, educada e talentosa, Silvana é
arrogante, grosseira e ambiciosa, a típica garota rica e mimada, que agora
decidiu que vai ser a cantora principal
de uma banda, quando vê o anúncio de uma gravadora que está buscando uma
vocalista para um grupo infantil… Rolando, o pai de Silvana, gosta da ideia e
está disposto a apoiar a filha; Regina, por outro lado, é veementemente contra,
porque ela não pode correr o risco de Silvana ficar famosa e ser vista e reconhecida pela mãe de verdade… afinal
de contas, ela tem uma gêmea por aí! Então, Regina já telefona para o irmão
para garantir que ele impeça Silvana de ter
qualquer chance na gravadora.
Rosa, a mãe
das garotas (embora só Mariana tenha crescido com ela), é apresentada em uma
cena que eu adoro: furiosa e liderando
quase uma revolução porque a fábrica na qual ela e a amiga trabalhavam está para
ser fechada… e era o que sustentava várias famílias no povoado. Intensa e
maravilhosa, ela invade o escritório de Alberto, o homem responsável pelo
fechamento da fábrica e consequente demissão de todas elas, para tirar
satisfações e para dizer que ele não pode
fazer isso. A primeira interação de Rosa e Alberto, o futuro casal adulto
protagonista de “Cúmplices de um Resgate”,
é inusitada e me lembra um pouco a relação de Carol e Júnior na versão original
de “Chiquititas”. Rosa é dramática e
maravilhosa, diz que não quer nada de Alberto, porque “ele não tem coração”, e
que precisa sair porque “sua filha e um futuro incerto estão esperando por ela
lá fora”.
Gosto muito
de como “Cúmplices de um Resgate”
traz muita emoção em pequenos momentos. Rosa está chorando com a mãe em casa,
porque sabe que a maior parte da renda da família depende do seu trabalho, e
quando Mariana e os demais chegam em casa, felizes e celebrando porque são finalistas no Festival, Mariana
percebe que a mãe está chorando, e Rosa tenta enrolá-la, dizendo que “é porque
está feliz por eles”. Eventualmente, no entanto, ela não pode seguir mentindo,
quando Alberto aparece na sua casa para entregar o cheque que ela recusou,
porque o dinheiro é dela, mas também uma proposta de trabalho que será boa para
ela e para as demais, que ele pede que ela leia e pense a respeito. A fofura da
Mariana dizendo que “vai ser uma grande cantora e ganhar muito dinheiro para
ajudá-la” é linda, mas, também, de partir o coração.
Que bela
relação de mãe e filha!
Sempre
gostei muito de como a novela apresenta uma constante conexão entre Silvana e
Mariana, mesmo antes de elas se conhecerem… quando Mariana está dizendo que
“vai ser uma grande cantora”, por exemplo, embora se aplique ao contexto no
qual é dito, parece um eco do que Silvana está dizendo, por motivos diferentes.
Sem o apoio de Regina, que é cruel ao dizer a Silvana que ela tem “uma voz
comum” e que não tem talento o suficiente, Silvana desmorona, sofre, chora (“Eu quero ser cantora porque eu quero ter
amigos!”) e, lá no povoado, Mariana sente cada parte dessa frustração, e
chora exatamente como a irmã, com uma dor sentida, e chega a dizer que “não tem
amigos”, que, nesse caso, é o que Silvana está sentindo e dizendo… depois de
passado esse momento, Mariana diz que não entende o que aconteceu, mas que
“sentiu uma tristeza muito grande” e sentiu que era “porque não tem amigos”.
Todo o apoio
que Mariana tem ao seu redor, todo o amor da família e dos amigos…
Tudo o que Silvana não tem. Nunca teve.
É doloroso.
Com o choro
de Silvana, Rolando decide apoiar o sonho da filha e levá-la à gravadora – e
eles chegam lá justamente durante a audição de Joaquim, Julia e André, o filho
de Vicente e melhor amigo das crianças, com “Juntos”. Amo ouvi-los nos seus instrumentos, e quando Silvana os
assiste, ela decide que quer entrar no
grupo agora mesmo, não quer estudar como Rolando diz que ela terá que
fazer… se quiser de fato ser uma cantora, ela terá que ir a aulas de canto e
passar na audição. Não que, sempre com seu narizinho empinado, Silvana não haja
como dona de tudo, e fale com os
demais como se fosse “dona do grupo musical”, os chamando de “seus músicos”.
Felipe está encantado com Silvana, Joaquim ainda está tentando entender o que
sente, mas Julia está completamente inconformada
com a atitude daquela garota que se acha demais.
E com razão!
De todo
modo, Silvana acaba, sim, em aulas de canto – e talvez ela de fato não tenha o
talento suficiente para ser a vocalista de uma banda, não ainda, pelo menos…
mesmo tendo uma boa voz e um talento guardado, alguma coisa impede Silvana de
colocar isso para fora, e é extremamente frustrante
para ela, especialmente porque ela é uma garota rica que sempre teve tudo o que
quis… a não ser, é claro, o carinho materno. Arrasada (“Eu quero cantar, babá… mas não consigo, não consigo!”), Silvana
acaba aceitando um convite de Marina para ir com ela a um povoado próximo e
assistir a uma competição musical, porque tem um grupo de crianças que vai se apresentar, e isso chama a atenção
de Silvana. Animada (ela até sorri!), Silvana se arruma depressa para conferir,
e é então que o capítulo se finaliza no momento mais aguardado até agora: quando Silvana vê Mariana no palco.
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