Primeiro Capítulo de “Malhação 2004” (19 de janeiro de 2004)

Gustavo e Letícia!

Certamente uma das temporadas mais queridas de “Malhação”, a 11ª temporada (conhecida popularmente como “Malhação 2004”) começa, como de costume nessa época da novela, durante as férias escolares do Múltipla Escolha… vamos percebendo aos poucos quem são os personagens que vão continuar na trama (Luísa e Victor, protagonistas da temporada 2003, ainda estão presentes por uns dias, por exemplo, mas se despedem logo), ao mesmo tempo em que vamos conhecendo os novos rostos que protagonizarão a nova história – Gustavo, um garoto encrenqueiro que foi expulso da antiga escola, vocalista da Vagabanda; e Letícia, uma garota inteligente e responsável que ganha uma bolsa de estudos porque a mãe é contratada como inspetora.

O primeiro capítulo é bem simples, mas funciona muito bem para apresentar os personagens e a possível dinâmica “enemies to lovers” que vai existir entre eles. Gustavo não parece ter aprendido nada com a expulsão da outra escola, e já está verificando o clube ao qual os alunos do Múltipla Escolha tem acesso, dizendo que “foi até bom ter saído da outra escola” e que “eles vão poder tirar onda”. Em casa, Gustavo é o irmão mais velho de Camila e Diogo, gêmeos que parecem admirar muito o Gustavo, mesmo com todas as suas “peripécias”, e filho de Marcelo, um advogado viciado em trabalho e pai ausente, e de Beatriz, uma mulher infeliz no casamento e que abandonou a sua carreira de atriz… Beatriz tem certeza de que os filhos só aprontam para chamar a atenção do pai.

E é verdade.

Letícia, por sua vez, é aquela adolescente responsável, ecologicamente correta, que gosta de falar sobre estudos, sobre meio-ambiente e sobre reciclagem – ela até faz bolsas com filtro de café usado, por exemplo, o que é o pavor do seu irmão mais velho, Cadu, que se envergonha de absolutamente tudo o que a família é ou faz: Cadu diz que a irmã fica “mexendo com lixo”, detesta o fato de o pai trabalhar como gari, e não gosta nada de a mãe se tornar inspetora, mas se empolga com a possibilidade de estudar “numa escola de bacanas”. Cadu é aquele personagem que odeia quem é e fantasia uma vida diferente da sua – e vai fazer de tudo para “se dar bem” agora que está entrando em um ambiente novo e cheio de “possibilidades”. Desde que a irmã não o envergonhe.

Confesso que a Letícia é quase boazinha demais… ela é determinada, tem uma ótima interação com o Gustavo já de cara, porque ela não é de ficar calada, mas ela é uma boa irmã e tenta ajudar o irmão. E Letícia é daquele tipo de pessoa que os outros amam ou detestam, porque ela se mete em coisas nas quais é necessário interferir, mesmo sem ter sido chamada, o que pode torná-la “chata” e “intrometida” para algumas pessoas, mas ela também chama a atenção de pessoas que são boas como ela… então, quando ela e Cadu vão juntos conferir o clube no dia em que a mãe é contratada (com o Cadu pedindo para ela parar de falar para todo mundo que eles são filhos de gari e inspetora, porque “isso queima filme”), Letícia já começa a fazer algumas amizades.

Enquanto isso, Gustavo e os amigos da Vagabanda planejam uma maneira de chamar a atenção dos seus futuros colegas de escola, e organizam um luau – e, para divulgar o evento, organizam um pequeno show em um trio elétrico, ao som de “Quando o Sol se For”, que é o momento em que a primeira interação de Gustavo e Letícia acontece. Letícia é a única, durante o show, a ouvir a sirene de uma ambulância, e como ninguém a escuta quando ela diz que eles têm que parar a música, ela sobe no trio elétrico… e como, mesmo assim, ninguém a escuta, ela simplesmente DESLIGA TUDO – e eu adoro isso nela! E, em parte, o Gustavo também. Ele fica no mínimo impressionado, e não age tanto como um babaca: ele desce do trio para ajudar a movimentar o trânsito e liberar espaço para a ambulância.

Ele é encrenqueiro, tem os seus defeitos… mas não é mau.

Vai ser uma jornada interessante!

 

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