Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas (2002)
O poder dos corações apaixonados.
Prezando
mais pelo roteiro e pelas atuações que o seu antecessor, “Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas” é provavelmente o meu
filme favorito na carreira da Xuxa! Lançado em 13 de dezembro de 2002, um ano
depois do primeiro filme, “No Caminho das
Fadas” é bonito, mágico e apaixonante… depois de ter salvado a vida do seu
irmão, o Duende Damiz, a Duende da Luz escolheu permanecer no mundo dos humanos
porque “ainda tinha trabalho a ser feito” e, nessa sequência, Kira se apaixona
por um humano e precisa impedir um plano perverso orquestrado por bruxas
malvadas que pretendem “transformar em pedra os corações de todos os
apaixonados”. Com um visual bonito, um clima gostoso e uma bonita mensagem, é
um grande filme!
“No Caminho das Fadas” é, em muitos
sentidos, bem diferente de “Xuxa e os
Duendes”, o que eu vejo como algo muito bom… ao invés de tentar “replicar o
que funcionara no filme original”, a sequência expande o seu universo e parece deixar um pouco de lado as participações
especiais excessivas que estavam ali para “chamar a atenção”, enquanto se volta
mais para a história que está sendo contada, com direito a grandes nomes da
teledramaturgia brasileira, como Deborah Secco, Thiago Fragoso, Betty Lago,
Vera Fischer, Cláudia Rodrigues e Zezé Motta assumindo papeis de destaque na
trama, além de Luciano Szafir como o bonito e apaixonante professor Rafael, o par
romântico de Kira em uma história que coloca todos os corações apaixonados em
perigo.
Eu gosto
muito da variedade de seres mágicos que povoam “Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas”. Não tínhamos, no
primeiro filme, as bruxas, que são as
vilãs principais da sequência e que rendem excelentes momentos, em uma estética
que me lembra muito as Irmãs Sanderson, de “Abracadabra”.
E, entre elas, temos Epifânia, uma bruxa que não quer ser má e que se apaixonou
por um elfo chamado Dáfnis. Do romance proibido entre uma bruxa e um elfo,
nasceu uma criança “com o coração rosa”, símbolo e protetora do amor… e é atrás dessa criança que as
bruxas estão, porque uma única lágrima de medo da criança com o coração rosa é
o último ingrediente para o poderoso feitiço que transformará todos os corações
apaixonados em pedra.
Kira, a
Duende da Luz, acaba estando em perigo a partir do momento em que ela conhece
Rafael. Quando sente que alguma coisa
está errada com Nanda, Kira telefona para ela e corre para a casa de Rafael,
onde ela está, porque as crianças foram atacadas por uma bruxa… e ainda que
Rafael não acredite em bruxas, fadas e
duendes, existe alguma coisa entre eles quando Kira e Rafael se olham pela
primeira vez (e, eu preciso dizer: o Luciano Szafir estava muito bonito nesse filme!). Curiosamente, a tentativa de ajudar
acaba quase facilitando o plano das
bruxas: Kira empreende uma jornada no Caminho das Fadas e Rafael, acompanhado
de Alface, Chuchu e as crianças, vão em busca de Kira… uma das crianças, no entanto, é justamente a criança de coração rosa
que as bruxas buscam.
Afinal de
contas, Epifânia e Dáfnis tiveram que deixá-la no mundo humano, sabendo do
risco que ela correria ali no mundo mágico, e ela foi criada por Rafael… e uma
grande parte da ação de “Xuxa e os
Duendes 2: No Caminho das Fadas” acontece, de maneira bem-vinda, no mundo
mágico. Há um quê de jornada aventuresca que é delicioso de se acompanhar: Kira
voando para o Castelo das Bruxas, mesmo sendo apenas uma duende, por causa de
um erro da Fada Milly, antes de cair no meio da floresta e ser capturada por um
troll, que é possivelmente o mesmo troll que capturara Damiz no primeiro filme;
Rafael bancando o herói para salvar Kira das mãos daquele troll horrendo;
Gorgon retornando brevemente, dessa vez “com amor no coração” e pronto para
ajudar.
O clímax do
filme, no Castelo das Bruxas, é uma sequência da qual gosto bastante! Aninha
está aprisionada em uma gaiola sobre o caldeirão, atormentada pelas bruxas na
tentativa de fazê-la derrubar uma única lágrima de medo, mas uma lágrima de felicidade quando ela percebe que as
pessoas que ama vieram resgatá-la (!) acaba arruinando a poção e todo o plano
maléfico das bruxas. A conclusão do filme ainda nos entrega cenas clichês e
deliciosas como a de Rafael carregando Kira desacordada nos braços para fora do
castelo em chamas depois da derrota das bruxas, Epifânia e Aninha se tornando fadas e, é claro, o casamento de Kira e
Rafael no mundo mágico, onde eles recebem a benção de Zinga e de Mika, os pais
de Kira e Rei e Rainha dos Duendes.
“Xuxa e os Duendes 2: No Caminho das Fadas”
tem um roteiro e uma execução simples, é verdade, mas não se engane: existe
muita beleza na simplicidade e muito valor na competência necessária para se
entregar uma história que ainda seja envolvente e mágica, mesmo que “simples”.
A trama, despretensiosa, envolve e encanta ao entregar tudo o que prometeu, com
direito a uma mensagem bastante bonita sobre como o amor deve ser capaz de
superar todas as diferenças… ainda temos um “presentinho”, uma “provocação” no
final: vemos uma cena rápida de Susana Vieira como a Rainha das Bruxas,
prometendo que “isso não vai ficar assim”, e essa é uma cena que me deixa
eternamente desejando um terceiro filme que nunca veio porque Xuxa partiu para “Abracadabra”.
“Xuxa e os Duendes” poderia e deveria
ter sido uma trilogia!
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Quando eu era criança esperava muito um terceiro filme. Susana Vieira engabelou todos nós!
ResponderExcluir"Xuxa e os Duendes" tinha que ter sido uma trilogia, né? Seria uma trilogia muito marcante na filmografia da Xuxa!
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