Doctor Who (3ª Temporada, 1965) – Arco 021: The Daleks’ Master Plan, Parte 1
“I’m
afraid, my friends, that the Daleks have won”
Interessante,
mas desnecessariamente longo, “The Daleks’
Master Plan” é o quarto arco da terceira temporada de “Doctor Who”. Já comentei, em outras
ocasiões, sobre como não tendo a gostar tanto de arcos com seis episódios (a
não ser “The Chase”, é claro,
que é um dos melhores arcos da história de “Doctor
Who”), porque raramente sinto que a história justifique o número de episódios
(arcos com 4 episódios são mais ágeis e interessantes, normalmente), mas temos,
aqui, um recorde: UM ARCO COM DOZE EPISÓDIOS! E não, não precisava de tudo
isso. Exibido entre 13 de novembro de 1965 e 29 de janeiro de 1966, “The Daleks’ Master Plan” é uma
ideia de Terry Nation, que dividiu os créditos de roteiro também com Dennis
Spooner, e a direção ficou para Douglas Camfield.
Os Daleks
fizeram tanto sucesso no início de “Doctor Who” (e, convenhamos, eles ainda
fazem, eles fazem parte da identidade
da série, é verdade) que o roteiro não se preocupou em utilizá-los
repetidamente, às vezes com pouco tempo de diferença de um arco para outro – eu
não acho que, naquela época, um arco de 12 episódios que não fosse
protagonizado pelos Daleks seria aprovado… “The
Daleks’ Master Plan” traz de volta os Daleks no planeta Kembel, com um
plano maléfico que precisa ser detido e ajuda da aliança que os vimos formar em
“Mission to the Unknown”, mas
é um arco cheio de elementos diferentes… existem semelhanças com “The Chase”, na tentativa de
replicar aquele sucesso, e reencontramos o Monge, de “The Time Meddler”.
No fim, no
entanto, eu acho ironicamente cheio demais e tedioso demais.
O arco
começa lá no ano de 4.000, onde conhecemos Mavic Chen, o Guardião do Sistema
Solar que está fazendo um acordo com os Daleks por interesse próprio, e aonde a
TARDIS se materializa, com o Steven ainda passando muito mal por causa dos
eventos de “The Myth Makers”
e Katarina, a sacerdotisa troiana e “companion
temporária” do Doctor, continua sem entender muito o que está acontecendo.
Estamos no planeta Kembel, o mesmo em que Marc Cory esteve, descobrindo os
planos dos Daleks, em “Mission to the
Unknown”, e aqui conhecemos Brett Vyon, que tem dificuldade para
confiar na tripulação da TARDIS, mas acaba sendo quem salva a vida de Steven,
entregando a Katarina comprimidos que podem fazer com que ele se sinta melhor.
Para
desenvolver a trama do “Grande Plano dos Daleks”, o Doctor se infiltra em uma
conferência dos Daleks com seus aliados, se passando por Zephon, para descobrir
o que os Daleks planejam… algo em relação à conquista do universo e um
“Destruidor Temporal”. O núcleo da máquina de destruição do tempo é provida por
Mavic Chen, depois de 50 anos de exploração em Urano: o taranium. Para sabotar ou atrasar o plano, ao menos, o Doctor
consegue roubar o núcleo e escapar de Kembel em uma nave Spar, com Steven,
Katarina e Brett – e isso os leva até Desperus, um planeta que serve de presídio para os planetas do Sistema
Solar, e onde a nave ganha um novo passageiro, Kirksen, que acaba sendo, em
parte, responsável pela morte de Katarina, que é sugada para o vácuo do espaço…
É brutal e
quase inesperado. Embora considerada uma companion,
Katarina esteve na TARDIS para uma única viagem, saindo de Troia e indo para
Kembel, e ela acaba morrendo de maneira trágica e abrupta, mas, quiçá, heroica
– o Doctor acredita que ela sabia que
estava apertando o botão que liberaria ela e Kirksen no espaço, e escolheu
fazer isso para salvar a vida deles… de todo modo, Katarina é, oficialmente, a
primeira companion de “Doctor Who” a ter um final trágico e
envolvendo morte, e é apenas a primeira grande morte de “The Daleks’ Master Plan” (estou desconsiderando o Kert?),
que é um arco cheio de despedidas…
portanto, é bom nem chegar a se apegar muito a novos “companions” que aparecem
no caminho do Doctor e de Steven.
Brett Vyon,
por exemplo, acaba morto porque Mavic Chen convence Sara de que ele é um traidor, e ela o mata – E ELA
ERA IRMÃ DO CARA! É meio dramático, e um pouco triste pensar que ela obedece
sem questionar mesmo quando se trata do próprio irmão. Sara “assume” o lugar de
Brett ao lado de Steven e do Doctor, e os três acabam escapando de Mavic Chen e
sendo enviados para um planeta a anos-luz dali, Mira, em um equipamento
parecido com algo que vemos em “A
Fantástica Fábrica de Chocolate”. O trio não passa muito tempo em Mira,
tampouco tendo que lidar com os Visians, criaturas invisíveis e perigosas que
são nativas daquele planeta, porque eles roubam uma nave Dalek para poder
voltar para Kembel… onde está a TARDIS.
O Doctor tem
um plano simples, mas que pode funcionar: ele sabe que está sendo perseguido
pelos Daleks que estão em busca do taranium, o núcleo do Destruidor Temporal
que é a base do novo plano das criaturas, e ele pretende entregar um taranium falso, desde que ele consiga
fazê-lo suficientemente convincente… é a única chance que eles têm. O Doctor
negocia, então, com Mavic Chen, dizendo que só entregará o taranium na porta da TARDIS, e ele precisa
aceitar essas condições… e eles precisam escapar antes de a farsa ser revelada.
A vida de Steven corre perigo quando
ele é atingido por um Dalek no meio dessa confusão toda da “entrega do
taranium”, mas um plano do Doctor, com um campo de força que o protege como protege
a TARDIS, acaba salvando a sua vida.
Felizmente.
Não queria
me despedir do Steven ainda!
Para mais
postagens sobre o Primeiro Doctor, clique aqui.
Para todas
as publicações sobre “Doctor Who”, clique aqui.
Comentários
Postar um comentário