Doctor Who (3ª Temporada, 1966) – Arco 021: The Daleks’ Master Plan, Parte 3

O fim dos Daleks?!

Depois de um leve e divertido “Especial de Natal” exibido no dia 25 de dezembro de 1965, “The Daleks’ Master Plan” está de volta à trama principal do arco: os Daleks planejando conquistar o universo com um Destruidor Temporal ou qualquer coisa assim… para isso, eles precisam de um núcleo de taranium que tinha sido entregue a eles por Mavic Chen, o Guardião do Sistema Solar traidor, e que o Doctor conseguiu roubar deles se infiltrando em uma conferência. Quando os Daleks descobrem que o núcleo de taranium que o Doctor entregou de volta é falso, no entanto, eles começam uma perseguição à TARDIS do Doctor que é, claramente, uma tentativa de replicar algo que tinha funcionado muito bem em “The Chase”, o arco de despedida de Ian e Barbara na temporada anterior.

Mas que não brilha tanto aqui.

A fuga leva a TARDIS até Tigus, um planeta vulcânico perigoso, no qual o Doctor se depara com um velho conhecido, o único outro Time Lord já apresentado em “Doctor Who” até então: O MONGE. O personagem, que em “The Time Meddler” foi deixado em 1066 pelo Doctor, conseguiu encontrar uma maneira de escapar, e embora ele não esteja lá em um lugar tão agradável nem nada assim, ele comenta com Steven sobre como “é melhor do que em 1066” ao menos. Assim como o Doctor foi embora e o deixou preso em 1066, o Monge pretende fazer o mesmo, agora, partindo de Tigus sem ajudar, fazendo um comentário debochado sobre como “talvez um dia ele volte e o resgate”, que foi o que o Doctor dissera para ele quando o deixara no século XI.

“You haven’t seen the last of me, Doctor”

Naturalmente, um truque qualquer do Monge para impedir o Doctor de entrar na própria TARDIS não funciona por muito tempo, e o Doctor escapa – agora seguido tanto pelos Daleks quanto pelo Monge. E eles vão todos parar no Egito Antigo. O arco é uma verdadeira confusão, repleta de elementos misturados: vemos Mavic Chen, aliado dos Daleks, abordar o Monge no Egito Antigo para pedir que ele engane o Doctor, por exemplo. Felizmente, o Doctor é esperto o suficiente para não cair em papinhos ensaiados, e eu gosto de quando ele está se divertindo enganando seus “inimigos”, como quando ele invade a TARDIS do Monge para roubar uma unidade direcional e mexer com os seus circuitos de camuflagem, deixando a outra TARDIS também como uma caixa de polícia azul.

Assim, ele espera ganhar um tempo.

Como o Doctor não é mau (e talvez nem o Monge seja realmente mau, só meio inconsequente ou algo assim), ele deixa o Monge escapar, mesmo sabendo que “ele pode voltar um dia” – de todo modo, ele vai demorar para conseguir alcançá-lo, agora que não tem mais uma unidade direcional em sua própria TARDIS… com a unidade direcional da outra TARDIS, o Doctor consegue retornar para Kembel, onde o grupo acaba se separando, como tradicionalmente acontece nessa fase de “Doctor Who”, conforme o arco começa a rumar para a sua reta final… em Kembel, Mavic Chen e os demais aliados dos Daleks foram traídos e aprisionados por eles, mas confiar neles não era um bom negócio, mesmo com a traição dos Daleks… e Steven e Sara caem em uma armadilha.

Com Steven e Sara como seus prisioneiros, Mavic Chen pretende usá-los para se tornar “o mestre do universo”, de uma maneira meio paranoica, agora que ele acredita, sem fundamento algum, que “o Doctor quer roubar o seu lugar”. Curiosamente, Mavic Chen parte para cima dos Daleks, achando que pode mandar neles, e ele acaba sendo morto pelos Daleks, e o final não poderia ser diferente… não sei se era para ficarmos com pena dessa morte, mas Mavic Chen buscou isso desde que se aliara aos Daleks, na verdade. Depois da morte de Mavic Chen, Steven e Sara reencontram o Doctor, que tem um plano: ele rouba o Destruidor Temporal, e ele precisa encontrar uma maneira ou de neutralizá-lo ou de “gastar” todo o seu núcleo de taranium, para inutilizá-lo.

A conclusão do arco traz mais uma morte de uma companion em potencial: quando o Destruidor Temporal é ativado e o tempo ao redor começa a correr mais rápido do que o normal, Sara vai envelhecendo e envelhecendo e envelhecendo, até que ela morra e, eventualmente, se torne apenas . É dramático e um pouco chocante para o que víamos de “Doctor Who” até então. Naturalmente, no futuro da série, muitos companions tiveram finais igualmente trágicos. Steven fica em segurança dentro da TARDIS, como o Doctor ordenara, até ele retornar para ajudar, e ele consegue salvar a vida do Doctor ao virar um interruptor no Destruidor Temporal e arremessá-lo para longe, mas já é tarde demais para Sara… não há nada que possa salvar a sua vida.

De dentro da TARDIS, o Doctor e Steven aguardam até que todo o núcleo de taranium do Destruidor Temporal seja queimado, e o fato de Steven ter virado o interruptor faz com que o tempo corra para trás… quando o taranium chega ao fim e Steven e o Doctor saem para ver o que aconteceu, eles encontram os restos dos Daleks, que tiveram todos os seus séculos e séculos de evolução retirados deles. Kembel está, finalmente, livre de Daleks… o Doctor até chega a acreditar que “esse é o fim definitivo dos Daleks”. Mal sabe ele que os Daleks retornarão rotineiramente a “Doctor Who”. Com um final dramático e melancólico, Steven pede ao Doctor que eles vão embora dali de uma vez, relembrando todas as pessoas que eles perderam: Katarina… Brett… Sara…

 

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