Malhação 2004 – O debate pelo Grêmio

Ideia roubada.

A Se Liga tem boas ideias… a Vagabanda tem dinheiro… e isso gera uma competição acirrada pelo Grêmio Estudantil. Felizmente, Letícia consegue barrar a descarada compra de votos denunciando a Vagabanda para o Pasqualete, contando sobre a distribuição de CDs e de cupons para o sorteio de “um discman importado”, e o diretor prontamente proíbe qualquer atitude parecida com essa, o que Gustavo acha um verdadeiro absurdo (?), e quando ele vai tirar satisfações com Letícia, ela o desafia para um debate… afinal de contas, a disputa pelo Grêmio Estudantil não devia ser um comércio, muito menos uma disputa de popularidade: deveria ser uma discussão de ideias, e Letícia está confiante de que, nesse quesito, ela se sai muito melhor que a Vagabanda.

 

“Não vai fugir, hein?”

“Fugir é uma palavra que não tá no meu vocabulário”

“Eu sei. Seu vocabulário é meio limitado mesmo”

 

Letícia está confiante de que tem uma carta na manga que vai fazer com que a Se Liga se destaque no debate, mas, infelizmente, ela se gaba disso, o que faz com que o Gustavo coloque Cadu para descobrir o que é – e o traíra vasculha as coisas da irmã depois da reunião dela com a Flávia até descobrir qual é o seu grande trunfo… trata-se da ideia de uma quadra poliesportiva, a ser construída em um espaço vago atrás da diretoria, e agora a Vagabanda pode apresentar a ideia como sua. Pior do que isso, na verdade, porque como Gustavo tem dinheiro e contados, ele liga para o arquiteto do pai e pede que ele faça um projeto completo da quadra poliesportiva, o que é TOTALMENTE INJUSTO, mas, infelizmente, um retrato muito real de como são as coisas no nosso mundo.

Mas não deixa de ser revoltante.

Para piorar tudo, Gustavo é bom de lábia… ou, como dizem, um verdadeiro showman. Acostumado a falar com o público e chamar a atenção, Gustavo é desinibido e envolvente, embora sem conteúdo, e é aí que Letícia dá a sua cartada, porque é onde pode vencer, e apresenta a ideia de uma quadra poliesportiva, confiante e sorridente, com um desenho da ideia que ela mesma fez, só para ser completamente destruída por Gustavo logo em seguida, que ri do “projeto” dela e diz que eles da Vagabanda tiveram a mesma ideia, e então revela um projeto prontinho, com direito a maquete, orçamento complexo, estudo ecológico… tudo o que é necessário para se colocar em prática a ideia. Gustavo roubou a ideia, pagou para outra pessoa fazer o projeto e fim…

Saiu como o maioral ainda por cima.

O debate parece perdido – assim como qualquer chance de a Se Liga derrotar a Vagabanda nas eleições. Letícia demora segundos para processar o choque, porque é a sua ideia sendo roubada de maneira tão injusta bem ali na sua frente, mas ela consegue finalizar o debate de forma razoavelmente satisfatória para a Se Liga (dentro do que era possível frente às circunstâncias), dizendo que está claro que não foram eles que fizeram aquele projeto e, além disso, ninguém participou da construção daquele projeto, e não é com um Grêmio assim que ela sonha: ela sonha com um Grêmio Estudantil no qual os alunos participam ativamente, ao invés de coisas que são trazidas prontas de fora, sem perguntar a opinião deles. Ela teve uma presença de espírito que eu jamais teria.

Agora, Letícia quer “tirar essa história a limpo”, mas sabe que não vai resolver nada, o estrago já foi feito… furiosa, ela vai confrontar o Gustavo e perguntar se foi ele quem mandou o Cadu roubar o seu projeto, e Gustavo, debochado e arrogante, “a beija para calar a sua boca”. É um primeiro beijo totalmente errado, também reflexo do pensamento da época (afinal de contas, a temporada já tem 20 anos!), mas é o pontapé inicial para algumas tramas. A Letícia fica relembrando o beijo e se perguntando o que está sentindo, por exemplo, e Natasha fica enciumada porque acha que “Gustavo está dando importância demais para a chatinha”. Sobre o roubo da ideia, não dá em nada no fim das contas: Cadu nega até o final e a Vagabanda não é punida.

O resultado agora só nas urnas…

 

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