Sítio do Picapau Amarelo (1979) – Emília, Romeu e Julieta: Parte 3
“Tá todo mundo querendo ajudar Emília, Romeu e
Julieta”
Emília não
quer compartilhar com Pedrinho e Narizinho as visitas que tem feito a Verona
para assistir, pessoalmente, à história de “Romeu
e Julieta”. Por isso, as crianças decidem ir de qualquer maneira, mas sem
que ela saiba… portanto, assim que veem Emília saindo do Sítio do Picapau
Amarelo com o Visconde de Sabugosa por qualquer motivo, eles aproveitam para
partir para Verona e assistir a um pouquinho da história – uma vez em Verona,
Pedrinho e Narizinho veem Romeu ser parabenizado pelos amigos por seu casamento
às escondidas com Julieta, oficializado pelo Frei Lorenzo, e descobrem que o
casamento com o Conde Páris, que está sendo imposto pelos Capuleto, está sendo
possivelmente adiantado. Emília não tarda a dar pela falta das crianças no
Sítio…
Assim que
percebe que Pedrinho e Narizinho “não estão em nenhum lugar”, Emília parte para
Verona, confiante de que os encontrará lá, e então ela reencontra Mercúcio, em
uma cena divertida com o Mercúcio todo galante, dizendo que “ela parece uma
boneca”, o que deixa o William Shakespeare desconcertado e, quem sabe, um pouco
irritado – “Quem deu licença a essa
menina de namorar um dos meus personagens?” Emília acaba retornando para o
Sítio sem encontrar Pedrinho e Narizinho em Verona e, dissimulados, eles fingem
que nunca estiveram lá, da melhor maneira possível, o que deixa Emília
razoavelmente satisfeita… ela diz que é melhor mesmo e que fizeram muito bem de
“não ir bisbilhotar”, ou então poderiam estragar os amores de Romeu e Julieta…
Ou de Emília e Mercúcio.
Em Tucanos,
enquanto isso, Antenor está determinado a obrigar Rosinha a se casar com
Luciano, o jovem filho de um grande amigo seu… ele chega a convidar Dona Benta
para esse casamento, o que a deixa surpresa e a faz perguntar a Antenor se
Rosinha sabe desse casamento e o que ele pretende fazer se ela se recusar, mas
ele responde que ela não vai se recusar “porque ele é um ótimo rapaz”. Topetuda
e sem travas na língua, Emília interrompe a conversa de maneira maravilhosa: “Por que não casa o senhor com ele, então?”
COMO EU AMO ESSA BONEQUINHA! Como acredita que Tonico precisa ficar sabendo
disso, o Visconde vai atrás dele para contar que Antenor quer que a filha se
case com Luciano, e Tonico decide ir falar com a Rosinha pessoal e
imediatamente.
Infelizmente,
no entanto, é aí que começam os mal-entendidos. Rosinha diz a Luciano que ela
tem namorado, alguém de quem gosta muito e com quem pretende se casar, e ele
compreende e promete não contar a ninguém, já que ela pede segredo. Feliz, Rosa
diz que ele é muito bom e lhe dá um beijo no rosto, dizendo que “quer que ele
seja seu amigo”, e é isso o que o Tonico vê, chegando de charrete com o Visconde…
de longe, sem contexto e sem ouvir o que Rosinha está dizendo, Tonico fica
acreditando que Rosinha está mesmo gostando de Luciano, e pede que o Visconde o
leve embora. E, então, ele toma uma decisão: ele vai embora com a companhia de teatro do Seu Alaor no domingo, se
Alaor lhe der um emprego. E é tudo o que Antenor queria, não?
Enquanto
isso, Emília organiza um abaixo-assinado.
Ainda inconformada com o final infeliz da história de “Romeu e Julieta”, a bonequinha está determinada a fazer com que
Alaor mude o final da história na
próxima apresentação. Para isso, ela precisa de muitas assinaturas, mas a
primeira delas ela quer que seja especial, e parte a Verona para consegui-la… a assinatura do próprio William Shakespeare.
Naturalmente, Emília engana o escritor para que ele assine, dizendo que a sua
peça é tão boa que “ela quer um autógrafo” (!), porque Shakespeare jamais
assinaria um documento pedindo que a sua própria peça fosse alterada… ele diz
que lhe dá um autógrafo se ela prometer não mexer mais na sua história, nem ali
nem em Tucanos, e ela promete…
De dedos cruzados.
De volta ao
Sítio do Picapau Amarelo, Emília lê satisfeitíssima o que ela escreveu para
Visconde, Pedrinho e Narizinho: um
documento pedindo ao Seu Alaor que mude o final da história, no sábado,
“segundo as sugestões feitas por Emília”. Empolgada e querendo mais
assinaturas, Emília convence Dona Benta e Visconde a assinarem, dizendo que o próprio Shakespeare já autorizou, e
depois ela coloca o Garnizé e o Zé Carneiro para coletar o máximo possível de
assinaturas em Tucanos, e eles realmente conseguem muitas assinaturas, porque “Tá todo mundo querendo ajudar Emília, Romeu
e Julieta”. Quando fica informalmente sabendo sobre o abaixo-assinado, no
entanto, Alaor fica furioso e garante que ele não vai mudar uma linha sequer do
texto!
Em Verona, a
história de “Romeu e Julieta” avança
rumo às suas dramáticas conclusões. Um desentendimento na praça, com
provocações de Teobaldo, faz com que Mercúcio entre em um duelo que o leva à
morte, para tristeza de Emília… aquele é um momento essencial para a tragédia de William Shakespeare, porque Romeu
sente que sua reputação foi desonrada e que seu amor por Julieta enfraqueceu
seu braço, colocando a vida do seu melhor amigo em perigo. Quando Mercúcio
morre e Romeu jura vingança, Shakespeare não poderia estar mais satisfeito: tudo está correndo exatamente como deveria.
Então, Romeu entra em um duelo com Teobaldo e também o fere de morte… Emília o
manda fugir, dizendo que, se ficar em Verona, ele será condenado à morte.
E, de fato,
os Capuleto querem a cabeça de Romeu.
A verdade é
que Romeu se recusou a se envolver em violência inicialmente, e só sacou a
espada depois da morte de seu melhor amigo, mas os Capuleto não querem saber
dos detalhes da história. Eles só querem
que Romeu seja preso e condenado… afinal de contas, ele é um Montecchio. O
pai de Julieta resolve dar à filha alguns dias para “chorar a morte de seu
primo Teobaldo”, mas marca o seu casamento com Páris para a próxima
quinta-feira, e Pedrinho e Narizinho assistem, escondidos em Verona, a tudo com
uma sensação triste de pesar, especialmente por saberem que a história de
Rosinha e Tonico é muito parecida com a de Romeu e Julieta, já que Rosinha
também está quase sendo obrigada a se casar com Luciano por Antenor.
Se Romeu e
Julieta não puderem ser salvos, Tonico e Rosa terão, ao menos, seu final feliz?
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