Desejos S.A. 1x05 – A Porta ao Lado
“Eu quero que o meu vizinho, Carlos Silas, saia do meu
prédio pra sempre”
Um dos se
não o melhor episódio de “Desejos S.A.”.
QUE CONSTRUÇÃO FANTÁSTICA! Sinto que absolutamente tudo funcionou nesse
episódio! Além de atuações fantásticas e de uma premissa envolvente, o roteiro
do episódio desenvolve bem todo o drama de Henrique Serra em um casamento
moribundo e uma vida infeliz com um trabalho de m*rda, além de estabelecer
conexões tanto com o primeiro quanto com o segundo episódio, preenchendo
algumas lacunas de maneira competente. “Desejos
S.A.” é profundamente intrigante, e me colocou uma nova pergunta em mente com esse episódio: quem é, afinal, o
cara avisando a todos que “o desejo é uma armadilha”? Como ele sabe exatamente quem fez os pedidos para
aparecer no momento certo?
Ele sequer
existe de verdade?
Henrique
Serra, o protagonista de “A Porta ao
Lado” interpretado por Fábio Herford, tem uma vida sofrida… ele acorda cedo
para trabalhar, chega tarde, enfrenta trânsito, provavelmente um monte de gente
mal-educada, e não consegue dar à esposa a atenção que ela quer, e é
constantemente cobrado por isso. Mas tudo parece se acentuar quando um novo vizinho, Carlos Silas (interpretado por
Marcos Pasquim), se muda para o apartamento ao lado – e ele tem uma vida agitada… uma verdadeira
máquina, o cara transa toda madrugada, mais de uma vez, e em um volume bem
alto. Confesso que eu entendo o Carlos e fico feliz por ele, mas eu também
entendo o Henrique, sabe? Poxa, o cara trabalha o dia inteiro exaustivamente,
ele só queria dormir e descansar.
E Carlos torna isso impossível.
A chegada de
Carlos transforma Henrique – e acaba com a vida dele. Além de não conseguir
dormir durante a noite, o que o deixa praticamente como um zumbi no dia
seguinte, Henrique não consegue parar de
pensar no vizinho… ele gostaria de poder ser como ele, gostaria de poder
corresponder ao desejo de Leila, a esposa, quando o barulho no apartamento ao
lado a deixa com vontade, mas não
consegue, seja por cansaço ou por qualquer outro motivo. E quando Leila começa
a fazer aulas de zumba com o Carlos
na academia, Henrique fica paranoico e inseguro, e vai destruindo o seu próprio
casamento cada vez mais. Então, quando ele vê um anúncio promissor da Desejos
S.A., desesperado como ele já está, ele acaba ligando, aceitando os termos e
fazendo o seu pedido…
E ele pede que o vizinho saia do prédio para
sempre.
Sempre acho
fantástico como “Desejos S.A.” vai
conectando as histórias: afinal de contas, sempre há uma contrapartida a todos
que aceitam os termos do seu pedido, e isso quer dizer que eles vão ajudar nos pedidos de outras pessoas…
quando o barulho constante de sexo desaparece do apartamento ao lado, Henrique
está pronto para celebrar,
conseguindo ter uma noite inteira e tranquila de sono, mas alguma coisa aconteceu a Carlos, porque ele também não aparece na
academia em que trabalha há 2 dias – e, então, entendemos qual foi a
contrapartida de Lucimar, lá no segundo episódio, quando ela recebeu uma
“missão” que envolvia o Carlos Silas.
Que impactante o momento em que Henrique e
Leila entram no apartamento de Carlos!
Ainda assim,
Henrique está satisfeito: ele está livre do vizinho, e não quer assumir que em parte ele tem culpa pelo que aconteceu.
Quando a Desejos S.A. liga para ele por causa da sua própria contrapartida, ele
diz que “está ocupado”, porque preparou uma surpresa para tentar salvar o seu
casamento que já foi pelo ralo, porque Leila não aguenta mais, mas eles ameaçam contar para ela o que ele fez
com o vizinho, e ele acaba fazendo o que lhe mandam – e o que ele precisa fazer
é ir a um hotel, onde a sua história encontra com a do Josué Camargo, do
primeiro episódio: é o Henrique quem o depila, quem dá a roupa para ele e quem
fica escondido no armário para filmar a cena, produzindo o vídeo que a Desejos
S.A. vai usar para que Josué cumpra sua contrapartida.
Conexões
fantásticas à parte, que inevitavelmente enriquecem o episódio, “A Porta ao Lado” traz uma excelente
história, e é o exemplo perfeito de como é
preciso ter cuidado com aquilo que se deseja – ou, como a série vem nos
avisando desde sempre, como “o pedido é
uma armadilha”. Henrique Serra conseguiu o que “tanto queria”, que era o
vizinho transante longe do prédio para sempre, mas de quebra também afundou de
vez o seu casamento, perdeu a esposa e não conseguiu nenhum tipo de vantagem de
fato… ele segue no mesmo emprego de sempre e segue infeliz, provavelmente ainda mais infeliz do que antes. Estou
bem curioso para ver o que “Desejos S.A.”
vai nos entregar no último episódio da temporada – e que novas conexões serão
feitas!
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