Doctor Who (3ª Temporada, 1966) – Arco 027: The War Machines
“Doctor Who
is required”
Conclusão de
temporada, uma “despedida” inesperada e a apresentação de dois novos companions, que serão os primeiros a
passar por uma “regeneração” do Doctor. Com roteiro de Ian Stuart Black e
direção de Michael Ferguson, “The War
Machines” é o décimo e último arco da terceira temporada de “Doctor Who” e foi exibido originalmente
entre 25 de junho e 16 de julho de 1966, em quatro partes. Dessa vez, a TARDIS
aterrissa novamente em Londres, e a história tem um pouquinho de discussão de
Inteligência Artificial quando o Doctor fica sabendo da WOTAN, uma máquina que pode pensar sozinha, e o seu iminente
lançamento parece empolgar muito alguns cientistas, enquanto preocupa muito
alguns outros… e se ela decidir que não
precisa mais de humanos?
Rapidamente,
descobrimos que a WOTAN está mesmo “controlando” alguns humanos, que ela
consegue “hipnotizar” com um barulho alto, e esses mesmos humano se tornam
incapazes de perceber o tamanho do problema que estão anunciando quando eles
mesmos dizem que WOTAN vai assumir a liderança e “definir o futuro da
humanidade” nos próximos dias: quem vai viver e servir às máquinas para sempre
e quem vai ser definitivamente eliminado. E, para acabar com a humanidade,
WOTAN encomendou uma série de máquinas de
guerra que, a meu ver, me lembram muito os Daleks – como se fossem
protótipos deles ou algo assim. E eu acho que essa é justamente para ser a
“brincadeira”, já que os Daleks foram, inclusive, citados pelo Doctor no início
do arco.
E Dodo nunca
os conheceu.
Nem
conhecerá.
Toda a
história de Dodo Chaplet, infelizmente, chega ao fim bruscamente, sem uma
despedida decente – e ela participa apenas dos dois primeiros episódios de “The War Machines”. É a Dodo
quem conhece Polly e Ben primeiro, quando ela “sai para curtir a noite de
Londres”, e ela acaba sendo “capturada” e se tornando uma das servas de WOTAN,
e suas instruções são simples: ela deve
levar o Doctor para a máquina – “Doctor Who is required. Bring him here”.
Dodo até consegue fazer com que o Doctor faça uma ligação para o Professor
Brett e a WOTAN tenta controlá-lo a partir daí, mas acaba não funcionando com
ele e, com isso, Dodo meio que “se entrega”. Tudo o que o Doctor faz é
hipnotizá-la, dizer que ela dormirá por 48h e acordará melhor, e então a deixa
levarem para outro lugar…
E nós nunca mais vemos a Dodo.
Assim, o
episódio se preocupa em apresentar e a começar a desenvolver Ben e Polly, e eu
acho que os dois tem carisma e potencial para serem ótimos companions, porque eles são jovens, destemidos e inteligentes.
Polly acaba sendo controlada pela WOTAN, assim como a Dodo, enquanto o Ben
acaba por descobrir toda a operação – quando ele tenta escapar levando a Polly
com ele, no entanto, ele acaba sendo preso como um “espião”, porque ele não
deveria ter visto nada daqueles testes com as máquinas de guerra sem estar hipnotizado ele mesmo… quando
Ben consegue escapar, ele procura exasperadamente pelo Doctor, para contar que
Polly “é uma deles agora” e tudo o que ele viu no depósito onde a máquina está
sendo testada… e eles pretendem destruir
Londres.
Uma das
coisas mais legais é que Ben consegue “escapar” do depósito em parte porque
Polly o deixa… ainda que ela esteja hipnotizada e sendo controlada pela WOTAN
como tantos outros humanos, também existe uma parte dela que ainda se lembra de
quem ela é, e sua própria vontade “escapa” através do controle alheio, e ela
protege o Ben, porque ele é seu amigo, afinal de contas! É essa força que se
espera de um companion em “Doctor Who”. Ben, por sua vez, é uma
boa dupla para o Doctor, e eles partem em uma verdadeira guerra contra as
máquinas que estão destruindo Londres e aquela que deve realmente ser detida,
segundo o Doctor: a WOTAN. Afinal de
contas, eles não sabem quantas máquinas de guerra podem estar espalhadas por
Londres…
Mas ele sabe
quem está por trás de tudo.
O episódio
traz algumas sequências interessantes de ação, bastante da cidade de Londres, e
uma confusão e destruição que rende um anúncio no rádio pedindo que as pessoas
fiquem em casa e, em hipótese alguma, tentem enfrentar os robôs que estão
atacando. É o Doctor, curiosamente, quem pensa em uma “armadilha” para prender
uma das máquinas da WOTAN, que ele pretende reprogramar e enviar de volta para
a WOTAN, para que a Inteligência Artificial seja devidamente destruída e,
então, toda essa história possa ter fim… é bom o argumento de que tudo começou
no laboratório do Professor Brett, e tudo vai acabar lá novamente. Com mais um
tanto de ação que é bem-vinda, o plano do Doctor acaba funcionando e salvando a
Terra novamente.
E, então,
ele ruma à TARDIS, para poder partir – e, enquanto ele espera por Dodo, Ben e
Polly vêm correndo com um recado que é supostamente dela, anunciando que ela
decidiu ficar em Londres, mas manda o seu amor a ele… o Doctor reage um pouco
surpreso, um pouco inconformado, e eu fico muito triste que a Dodo tenha saído
dessa maneira tão abrupta, sem uma despedida real, tudo porque a atriz foi
demitida no meio do arco e os roteiristas não quiseram se dar ao trabalho de
dar-lhe um bom final. Eu gostava da Dodo! Mas “Doctor Who” é uma série de ciclos, sempre foi… e eu estou
empolgado para ver como será ter Ben e Polly a bordo da TARDIS, ainda mais
porque eles acabam se tornando parte da tripulação meio que “por acaso”.
Foi um fim
de temporada instigante…
Que venha a quarta!
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