Doctor Who (4ª Temporada, 1966) – Arco 029: The Tenth Planet



“What did you say, my boy? It's all over. It's all over. That's what you said. No, but it isn't all over. It's far from being all over. […] I must get back to the TARDIS immediately. […] Yes, I must go now. […] I must go at once”

 

Certamente, UM DOS MOMENTOS MAIS IMPORTANTES DA HISTÓRIA DE “DOCTOR WHO”. Com roteiro de Kit Pedler e Gerry Davis e direção de Derek Martinus, “The Tenth Planet” é o segundo arco da quarta temporada de “Doctor Who”, exibido originalmente entre 08 e 29 de outubro de 1966, em quatro partes, e é o último arco de William Hartnell como o Primeiro Doctor. Além de introduzir um conceito que, na época, permitiu que a série continuasse sem o seu ator principal (conceito esse que se mantém até hoje e garante a longevidade da série, que já teve muitos atores interpretados o papel do Doctor), “The Tenth Planet” também traz, pela primeira vez, vilões que se tornariam muito icônicos em “Doctor Who”, fazendo tanto sucesso quanto os Daleks…

Os Cybermen.

Assim como vimos no fim de “The Smugglers”, a TARDIS se materializou “no lugar mais frio da Terra”, e o Doctor, Ben e Polly chegam à Base do Polo Sul do Comando Espacial Internacional, no ano de 1986, onde coisas inesperadas estão prestes a começar a acontecer… quando o trio de forasteiros é levado para dentro da base e bombardeado com perguntas a respeito de quem são e como chegaram ali, a nave Zeus IV, monitorados pela Base, começam a ver algo estranho: um outro planeta extra no Sistema Solar, orbitando entre Marte e Vênus – um planeta que estranhamente parece “familiar” e parece estar sugando toda a energia de Zeus IV. Com todo um tom de suspense muito bem apresentado, ouvimos falar, pela primeira vez em “Doctor Who”, em Mondas…

Mondas é um planeta gêmeo da Terra (por isso a similaridade), que se distanciou da Terra éons atrás, e o Doctor sabe que se o planeta está visível agora, isso quer dizer que eles receberão visitantes em breve… e é assim que, pela primeira vez, vemos os Cybermen! Inicialmente, os “homens robóticos” aparecem do lado de fora da Base do Polo Sul, atacando os homens que foram enviados da Base para estudar a TARDIS e tentar entender o que ela é, e depois eles invadem a Base, matando quem se coloca em seu caminho e demonstrando, já em um primeiro momento, que eles não têm nenhuma preocupação com a vida humana… e eles são vilões com uma mobilidade muito maior que os Daleks (!), e um visual realmente assustador, que causa calafrios.

Particularmente, eu AMO a apresentação dos Cybermen – e eu não sei se é porque os Daleks foram excessivamente utilizados durante toda a era do Primeiro Doctor (e seguirá assim, já que a primeira história do Segundo Doctor se chama “The Power of the Daleks”), mas eu realmente acho que os Cybermen têm uma introdução muito mais legal e mais interessante! Toda a explicação de quem são os Cybermen vem deles mesmos: eles já foram exatamente como os humanos, há muito tempo, mas tiveram partes substituídas por máquinas até se tornarem quase inteiramente robóticos, e com cérebros que tiveram “fraquezas” suprimidas… “fraquezas” que os humanos chamam de “emoções”. Frios e robóticos, os Cybermen se sentem superiores.

E, agora, eles estão no Sistema Solar porque a energia de Mondas está se esgotando e, como a Terra é um planeta gêmeo de Mondas, eles pretendem usar a energia de nosso planeta para seguirem vivendo… ainda que isso represente a morte da Terra e de todos os humanos. Os únicos que serão poupados são os humanos que se juntarem a eles e forem para Mondas, para passar pelo processo de se tornar como eles – um processo que eventualmente ficaria conhecido como “upgrade”. Os três Cybermen que invadiram a Base do Polo Sul, no entanto, acabam sendo vencidos por Ben, que, eu preciso dizer, parece ser um companion maravilhoso… vai ser bom acompanhar ele e Polly quando mudarmos para o Segundo Doctor, mal posso esperar pela dinâmica!

Antes, no entanto, a Terra precisa ser salva – assim como Mondas, quem sabe? Afinal de contas, a Base pretende explodir uma bomba que destruirá o planeta gêmeo, mas não se sabe exatamente quais são os efeitos que isso causará sobre a própria Terra, então Ben, Polly e Barclay trabalham juntos para sabotar o foguete com a ogiva que está prestes a ser lançado… enquanto isso, o Doctor está absurdamente fraco e fica ausente de uma parte da história, e, sabendo que a primeira regeneração se aproxima, é bastante triste pensar que estamos nos despedindo de William Hartnell e que ele nem está realmente presente na história inteira. Mas ele retorna a tempo de ter um papel importante e fazer uma negociação com os Cybermen – embora eles não sejam confiáveis.

Secretamente, eles ainda querem destruir a Terra.

Toda a conclusão de “The Tenth Planet” funciona muito bem, e eu gosto muito de grande parte do plano para vencer os Cybermen e a liderança da operação ficar sobre Ben, porque é bom quando temos um companion com atitude – e, afinal de contas, Ben tem experiência na marinha, então existem coisas que ele sabe como fazer! No fim das contas, aqueles Cybermen são destruídos assim como era o plano da Base do Polo Sul do Comando Espacial Internacional de qualquer maneira: Mondas é atacado e destruído e, conforme o planeta se desintegra, os Cybermen também se desintegram porque eles dependiam inteiramente da energia de Mondas… é estranho de se ver, interessante e nos perguntamos como os Cybermen vão voltar para a série.

Mas voltarão!

Naturalmente, o grande marco de “The Tenth Planet”, além da apresentação dos Cybermen, é a despedida oficial de William Hartnell como o Primeiro Doctor – e esse é um momento melancólico da série… estamos nos despedindo do ator que primeiro deu vida ao personagem, de uma maneira incrível, e sentiremos falta de seu carisma; Hartnell sempre será importante na história de “Doctor Who”, e eu sinto que ele foi um Doctor EXCELENTE, do qual sentirei saudade. Gratos por sua colaboração e sua história e tristes com sua partida, abraçamos o futuro de “Doctor Who” porque, como eu já comentei, é o conceito de regeneração que garantiu e ainda garante a longevidade da série… na TARDIS, na frente de Ben e Polly, o Doctor “muda de rosto” pela primeira vez.

E, assim, damos as boas-vindas a Patrick Troughton, o Segundo Doctor.

Começa uma nova era em “Doctor Who”.

 

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