ESTREIA de “Power Rangers RPM” – The Road to Corinth
“Power Rangers” abraça a ficção científica distópica.
Em alguns
momentos da história, “Power Rangers”
esteve à beira do cancelamento. E, inusitadamente, foram nesses momentos que a
série entregou suas melhores temporadas… foi assim com “In Space” e com “Wild Force”,
por exemplo, e é novamente com “RPM”.
Sinto que certas “amarras” da franquia eram afrouxadas quando se imaginava que aquela seria a última temporada, e “Power Rangers” sempre se saiu muito
bem quando escolheu inovar e ser mais livre em seu roteiro e estrutura… com uma
sinopse que nos remete a “O Exterminador
do Futuro”, um visual que nos remete a “Mad
Max” (dois filmes INCRÍVEIS na minha opinião), e uma trilha sonora que nos
remete a “Supernatural”, a estreia de
“Power Rangers RPM” é diferente.
Não gosto
muito de como as pessoas comentam “RPM”
dizendo que “nem parece ‘Power Rangers’”,
porque está implícito um demérito no estilo da franquia, mas o primeiro
episódio (e os próximos) de fato nos soam
surpreendentes porque “Power Rangers”
resolveu inovar de forma a manter os elementos que sempre nos fascinaram na
franquia e, em paralelo, brincar com uma narrativa mais madura. Exibido em 07
de março de 2009, “The Road to Corinth”
nos apresenta à Skynet ao Vírus Venjix, responsável pela ascensão das
máquinas e consequente destruição (ou quase) da humanidade, e a Corinth, o último lugar seguro da Terra, uma cidade
vivendo sob uma redoma, protegida das ameaças de Venjix, que ficam do lado de
fora da proteção.
Visual e
estruturalmente, “The Road to Corinth”
é algo novo e empolgante na franquia. Toda a construção do universo tem uma vibe de ficções científicas distópicas
dos anos 1980 e 1990, abusando de um filtro sépia
que passa aquela sensação árida e infértil de mundos futurísticos que foram
destruídos, e não temos a comum explosão
de cores que às vezes esperamos de “Power
Rangers”. Além disso, gera certa estranheza o fato de não termos o primeiro
episódio sendo conduzido do ponto de vista do Ranger Vermelho, ou de qualquer
Ranger que já esteja em atividade,
para dizer a verdade… a não ser, quem sabe, pelo “prólogo” do episódio, que
explica muita coisa sobre a ameaça e o santuário, algo que nos será relembrado
continuamente na abertura.
Durante a
introdução do episódio, conhecemos o Coronel Mason Truman, tentando colocar o
máximo de pessoas possíveis para dentro de Corinth, para estarem em segurança
antes de os portões serem fechados e a proteção levantada, e com ele conhecemos
brevemente alguns personagens. Scott Truman e Summer Landsdown, que têm uma boa
introdução chegando de moto e passando sob os portões que estão se fechando no último segundo possível, aparecem tão
rapidamente que não temos a oportunidade de conhecê-los de fato. Flynn
McAllistair, por outro lado, embora também tenha praticamente apenas uma cena,
parece um personagem mais real e
criamos certa simpatia por ele desde o início, cheio de marra e confiança
dirigindo aquele ônibus e salvando vidas.
A maior
parte do episódio, no entanto, se passa um
ano depois de Corinth ser estabelecida, mas em algum lugar fora da redoma… e, portanto, do ponto de vista de
outros personagens. Dillon é tratado, nesse primeiro episódio, como
protagonista de “Power Rangers RPM”,
tanto que é uma surpresa, quando
vemos os Rangers se transformarem pela primeira vez, percebermos que ele não é o Ranger Vermelho. Vemos
Dillon andando sozinho por aquela paisagem desolada, com um carro e o rádio
ligado, em busca de Corinth… a radiação,
no entanto, não permite que a bússola funcione como deveria. Para construir
o personagem, vemos cenas interessantes como o momento em que ele encontra uma
flor inesperadamente crescendo no meio da destruição, e quando enfrenta forças
de Venjix.
Também é
interessante a relação de Dillon e Ziggy, que o aborda tentando roubar o seu
carro, mas acaba pegando uma carona rumo a Corinth, no que deve ser a sua
viagem de carro mais eletrizante e perigosa… Ziggy é extremamente carismático, a cara de um Power Ranger Verde (!), e a
sua relação com Dillon funciona justamente pela seriedade de Dillon, talvez, os
dois servindo de contraponto e equilíbrio para o outro – já estou
curioso para saber como a amizade deles será explorada futuramente por “RPM”. Inusitadamente, a grande sequência de ação do primeiro episódio é
protagonizada por futuros Rangers desmorfados, em uma perseguição de carro e um
plano arriscado para furar a barricada de Venjix e entrar na cidade de Corinth no meio do dia.
E, contra
todas as possibilidades, eles conseguem.
Uma vez
dentro da cidade, quando a invasão permite a entrada de forças de Venjix, Ziggy
e Dillon assistem enquanto Scott, Summer e Flynn partem para a batalha e morfam
nos POWER RANGERS RPM pela primeira vez – Vermelho, Amarela e Azul,
respectivamente. Esse é o aguardado momento de uma estreia de “Power Rangers”, mas,
surpreendentemente, não é o grande destaque de “The Road to Corinth”, já que tivemos uma excelente definição de
universo. As possibilidades para a temporada são promissoras, e queremos ver o
desenvolvimento de Scott, Summer e Flynn como personagens, bem como queremos
ver como vai ser a interação deles com Ziggy e Dillon… e como foi com Ziggy e
Dillon que passamos a maior parte do tempo até agora, queremos ver como eles vão reagir a Corinth.
E aos Power
Rangers.
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