Fazendo Meu Filme (2024)
A estreia de Fani.
Sempre
comento por aqui que eu fui um adolescente que leu muito Meg Cabot na vida.
Mesmo agora, com a consciência de que eu
não sou o público-alvo de obras como “Fazendo
Meu Filme”, eu sigo apaixonado por adaptações dos livros de Paula Pimenta e
Thalita Rebouças, que vêm ganhando as telas nos últimos anos… eu gosto muito do
gênero fofo e despretensioso de um bom filme adolescente: eu gosto do clima,
das músicas, do romance que tem um quê de inocência do primeiro amor, da
previsibilidade e segurança bem-vindas que o gênero proporciona, porque ele não
precisa “reinventar a roda”. Baseado em “A
Estreia de Fani”, o primeiro livro da série “Fazendo Meu Filme”, de Paula Pimenta, lançado em 2008, a adaptação
foi lançada no início de 2024.
Com direção
de Pedro Antônio, o elenco conta com Bela Fernandes e Xande Valois nos papeis
principais, dando vida a Fani e Leo – dois amigos que veem a sua vida mudada
drasticamente quando os pais de Fani a pressionam para fazer um intercâmbio na Inglaterra. Há, nesse drama, algo de Mia
Colucci com “Meu pai quer me mandar para
Paris no meu aniversário!”, algo que está muito distante da minha realidade
(!), e isso é algo que pode me afastar um pouquinho do filme, de certa maneira…
embora eu tenha gostado bastante do
filme, eu não consigo deixar de lado a sensação de “problema de gente rica”,
então o dilema não me gera identificação alguma. De todo modo, Fani precisa
tomar decisões, pensar no futuro e resolver algumas coisas antes de ir embora.
Uma das
coisas mais legais de “Fazendo Meu Filme”
é o fato de Fani ser uma adolescente apaixonada por cinema… embora a mãe queira
que ela faça uma faculdade de direito, ela está determinada a estudar cinema, e
ela é cheia de referências bacanas, em uma sequência introdutória que brinca
com filmes clássicos como “O Mágico de
Oz” e “E.T. O Extraterrestre”.
Destaque, também, para a Fani sonhando
acordada com o seu professor gato, o Marquinho, como se eles fossem Jack e
Rose de “Titanic” (com direito à
“reprodução” de duas cenas clássicas do filme de James Cameron). Também amo o
fato de Fani conversar continuamente com o público, quebrando a quarta parede
e, de certa maneira, nos tornando ainda mais próximos da personagem.
O filme
também é oficialmente ambientado em 2000, o que gera alguma nostalgia para quem
viveu a adolescência nessa época, como eu – ainda que existam algumas
incongruências. Acho que o filme tenta, mas falha ao recriar a época, diferente
do que vemos, por exemplo, em “De Volta
aos 15”. Além de referências “fora de época”, como um livro de “Princesa Mia”, o nono livro de “O Diário da Princesa”, que ainda não
havia sido lançado na época, o que me incomoda mesmo é o fato de todos os adolescentes terem celulares
(apesar de que eles são riquinhos,
então quem sabe?), ou a Gabi fazer um comentário sobre “música na nuvem”. Em
2000? Gosto do lance de “gravar CDs”, no entanto… acho que é um tipo de
romantismo que foi deixado de lado.
Em questão
de trilha sonora, eu AMO “Perfect”,
do Ed Sheeran… mas ela é de 2017!
Dava para
ter ido atrás de clássicos dos anos 1990/2000.
Grande parte
do filme gira em torno da história de Fani e Leo – com direito a romance, drama
e empecilhos que são criados pelos próprios personagens… afinal de contas,
adolescentes! Embora Leo seja apaixonado
por Fani sabe-se lá há quanto tempo (desde que eles se conheceram?), Fani nunca
lhe deu muita atenção porque estava “apaixonada” por seu professor (essa coisa
do amor platônico é tão real!), e quando ela finalmente começa a perceber o
Leo, ou a perceber que talvez ela goste
dele, já é meio que “tarde demais”, porque ele está namorando a Vanessa,
uma das garotas da escola de quem a Fani não gosta… tudo em uma tentativa
desesperada de “esquecer” a Fani para que doa menos a saudade quando ela for
embora para a Inglaterra.
Embora Leo
tente “se afastar” de Fani (pode dar um pouquinho de raiva, mas é uma típica
atitude adolescente, e eu entendo ele estar querendo se proteger para sofrer
menos, no fim das contas), Fani faz de tudo para “conquistá-lo”, e isso gera
todo um “plano de conquista” que nos é apresentado através de “cenas de um
filme” – é o momento em que Fani está, literalmente, FAZENDO SEU FILME, e eu
gostei bastante! Apaixonada por cinema e entendida de romances e comédias
românticas, Fani sabe exatamente como
criar um clima e fazer o Leo perceber que eles
foram feitos um para o outro, mas nem tudo sai como ela planejou e, no fim
das contas, não há declaração… apenas a notícia de que Leo vai viajar, passar
muitos dias fora e, quando voltar, ela terá ido embora.
Ou quase
isso.
Gosto do
clima de romance, gosto de como o filme gera expectativa com cada pequena cena
– e nos frustra continuamente, de uma maneira que eventualmente se torna
cômica. Temos a Fani gravando um CD para Leo, como uma maneira de se declarar
(isso me lembra tanto “Avenida Q” e
eu acabo caindo na risada), temos um telefonema que é a coisa mais fofa do
mundo, temos o vídeo que Leo grava de presente para Fani, temos a chegada do
Leo para se despedir no dia que Fani vai viajar, temos o presente de despedida
dele, que é uma carta que ele quer que ela leia só mais tarde, e temos o quase
beijo dos dois, que é interrompido pela milésima vez… as constantes
interrupções geram um tom de comédia e aumentam ainda mais a expectativa.
Até o grande
momento no aeroporto – sabe, digno de uma comédia romântica! Embora Leo tenha
se impedido de ir ao aeroporto porque não queria ver Fani ir embora, as amigas
de Fani o “obrigam” a ir, e isso nos rende uma cena lindíssima dos dois, depois de ela ter lido a carta lindinha que
ele escreveu para ela, e a química dos dois se olhando, se beijando e se
abraçando é A COISA MAIS FOFA DO MUNDO. É aqui que “Perfect” é usada, em uma cena com montagem perfeita, porque todos
os momentos dos dois culminaram naquele: o paralelo da cena do aeroporto com a
cena da piscina, da festa do colégio e da casa de Fani ficou visualmente lindo
de se ver. Romântico e absolutamente fofo, aquele beijo e aquele abraço são a
conclusão que todas as cenas podiam e mereciam ter tido.
Mas ter ali, naquele momento, tornou mais
especial.
É uma
delícia! Além de “A Estreia de Fani”,
a série de Paula Pimenta ainda conta com vários outros livros que também podem
ser adaptados – no segundo livro, Fani está “na terra da rainha”, o que deve
gerar aventuras e experiências bacanas, embora ela esteja distante das amigas e
do amor. O filme termina com um sugestivo “Continua…”,
mas “Fazendo Meu Filme” já foi
gravado há algum tempo, embora tenha sido oficialmente lançado só agora, então
me pergunto se existe mesmo a ideia de adaptar os próximos livros ou se isso
foi apenas uma “provocação” cheia de esperança. De todo modo, os livros de
Paula Pimenta começam a ganhar suas versões em filme agora, e eu estou muito
contente com esse gênero ganhando tração no Brasil! Esperando por mais!
Para reviews de outros FILMES, clique aqui.
Sou apaixonada pelo livro Fazendo Meu Filme. Quando eu tinha uns 12 anos meu pai trouxe de presente de uma viagem e eu fiquei encantada logo no primeiro parágrafo porque a Fani já começava a narração falando como ela adorava ficar em casa de boas e sobre como a ideia de que toda adolescente devia gostar de sair mais era irritante. Meu coração antissocial se identificou. Além disso, era a história de uma garota cinéfila como eu e que se passava no Brasil em uma época na qual a maioria dos romances adolescentes eram norte-americanos. Eu esperava uma adaptação pro cinema e até imaginava quais atores que eu tinha visto em Malhação seriam boas opções para os personagens (claro que todos eles já não têm mais idade pra interpretar adolescentes, hahaha)
ResponderExcluirClaro que tô muito feliz em descobrir que fizeram uma adaptação. Com certeza eu vou assistir. (Só não sei quando, a lista de filmes e séries só cresce e o trabalho também).
Esqueci de falar, mas a referência à Mia em “Meu pai quer me levar pra Paris no meu aniversário” é mesmo uma sensação que tive quando li o livro. E é uma pena que eles não tenham conseguido ser mais fiéis na ambientação dos anos 2000. Tenho certeza que o filme também tem pontos positivos, mas eu sei que vou prestar atenção nessas coisas quando eu assistir.
ResponderExcluirEntão, eu não li o livro... eu conheço porque já o vi, mas nunca cheguei a ler, então minha opinião foi totalmente sobre o filme, e eu gostei! Tem coisinhas aqui e ali, como sempre, mas cumpre o seu objetivo, e eu me diverti assistindo! É bem o gênero comédia romântica adolescente e tudo o mais. Mas quando você assistir, traz a sua opinião, vai ser legal ver a visão de alguém que já conhecia a história e já tinha relação com os livros! :)
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