Gray Shelter – Finale
“Just focus on me”
Eu realmente
acho que “Gray Shelter” se
beneficiaria de mais episódios ou de mais tempo por episódio… com uma premissa
interessante, bons personagens e boas atuações, sinto que de certa maneira
temos uma oportunidade “desperdiçada” em uma produção que definitivamente não é ruim, mas tinha muito mais a
entregar. Com um tom melancólico bem trabalhado e que permanece até o fim,
acompanhamos a história de Yoon Dae e Soo Hyuk, duas pessoas que se convertem na “casa” um do outro, mas
que não sabem lidar com seus sentimentos, com suas dúvidas, com seus traumas de
uma vida difícil que viveram até ali – e, curiosamente, terminam a série ainda sem saber, mas dando passos
importantes enquanto lentamente caminham para isso.
E isso eu achei incrível nessa conclusão!
Depois de acompanharmos,
durante quatro episódios, uma relação cheia de altos e baixos e pouca
comunicação, mas sua parcela de cuidado, Soo Hyuk beijou Yoon Dae de surpresa
no fim do penúltimo episódio, falando sobre como “ele não podia dizer adeus
novamente”. Agora, então, Yoon Dae se afasta para poder processar informações confusas girando dentro de sua cabeça,
enquanto se pergunta o que Soo Hyuk
quer ao beijá-lo daquela maneira – e, na verdade, ele quer estar com ele, ele
quer se sentar para jantar e para conversar, ele quer saber que tem para onde e
para quem voltar. Sem saber processar nada disso, Yoon Dae “se esconde” no
escritório, onde ele dorme por alguns dias, porque precisa estar longe de casa para poder “pensar”.
A ligação de
Yoon Dae a Soo Hyuk é uma das cenas mais
tristes de “Gray Shelter”, e é
impressionante como a série consegue transmitir dor e sentimento mesmo quando
nem tudo é colocado em palavras, e como ambos os atores entregam emoção mesmo quando não estão
compartilhando a mesma cena. E quando Yoon Dae está preparando-se para sair da
casa de Soo Hyuk, dizendo que “ele pode voltar a dormir em casa, e ele vai
embora”, Soo Hyuk o chama para jantar naquela noite, como ele tinha prometido
certa vez que o levaria, e pede que ele o espere… e podemos ver a esperança
discreta e contida que emerge de Soo Hyuk, mesmo quando ele tenta contê-la – e,
então, nos preparamos para uma conclusão um
tanto inesperada para “Gray Shelter”.
Toda a
sequência do jantar é emocionante… e
imperfeita. E, particularmente, esse é o elemento de que mais gostei em “Gray Shelter”, provavelmente: a forma
como ela é dura e realista, como deixa a utopia de lado para apresentar algo
mais cru, humano e, como tantas vezes somos em nossas relações, imperfeitos. Há
muita força e sinceridade naquele diálogo a respeito de “casa”, no qual Yoon
Dae fala abertamente sobre aquilo com que ele sonha – e, eventualmente, Soo
Hyuk também é sincero com ele ao dizer que ele sente medo… ele sente medo de “ser sua casa”. Yoon Dae precisa dele, mas Soo Hyuk não está preparado para ser o que ele
espera, e embora a dor seja, quiçá, a
emoção predominante da conversa entre eles do lado de fora do restaurante,
também existe muita sinceridade…
Eles estão
em momentos diferentes.
E quebrados demais para dependerem um do
outro.
Novamente,
os caminhos se separam… mas Yoon Dae se despede se aproximando de Soo Hyuk e
perguntando se, caso ele encontre outra “casa” para ele, se ele pode chamar Soo
Hyuk para que ele veja e faça parte disso. “Gray
Shelter” é uma história de expectativas, de pedidos de ajuda não
necessariamente atendidos, de decepções pelas quais não se pode culpar a outra
parte, porque cada um está lidando com seu próprio fardo… há um quê de
esperança, no entanto, na última cena de “Gray
Shelter”, naquela ligação de Soo Hyuk chamando Yoon Dae para jantar mais
uma vez, e dizendo que “vai esperar por ele”. Acho que muita coisa foi
finalmente dita abertamente, acho que muito está claro agora… eles vão encontrar o caminho de volta.
A seu tempo
e à sua maneira.
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