O Malefício (2023) – A “mudança” de Raúl
Pequenas descobertas de Raúl.
Que Raúl
sempre demonstrou ser o mais afetado pela morte de Nora é evidente… agora, no
entanto, ele está começando a se lembrar
mais de como fora a morte da mãe, algo que Enrique de Martino quer esconder de
qualquer maneira, e ele tem algum incentivo de Gerardo, que é um servo fiel de
Bael que acredita que, sabendo da verdade, Raúl talvez possa se “libertar” de
toda a dor que o prende há tantos anos – afinal de contas, se Raúl for mesmo o
sucessor de Enrique na organização, ele precisará avançar. Por isso, Gerardo leva Raúl, sem o conhecimento de
Enrique, à casa na qual a família de Martino vivia antes da morte de Nora, e isso mexe demais com Raúl, que começa a
relembrar cada vez mais detalhes da época em que dividira aquela casa com a
mãe.
Buscando
respostas, e encontrando a casa intacta,
exatamente como ela era anos antes, Raúl mexe nas coisas da mãe e encontra suas
roupas, suas joias, tudo menos um colar
de pérolas – colar com o qual ele se lembra dela. Gerardo tenta fazê-lo
questionar se “essa parte da lembrança é real”, mas Raúl tem certeza que sim, e
se esse colar significa alguma coisa, talvez ele esteja com Enrique, no fim das
contas… afinal de contas, ele manteve aquele lugar intacto durante todos esses
anos e nunca lhe disse nada, então sabe-se lá que mais ele está escondendo. Ele
sempre soube que o pai escondia coisas, e a verdade é que ele não parece mais
perto de “superar os seus medos” e “encontrar a liberdade”, que é o que Gerardo
parece estar querendo que aconteça.
Quando chega
em casa, Raúl tem um embate sério com
um Jorge bêbado e profundamente afetado pelo fato de que o pai parece não lhe
dar o devido valor – e Raúl não gosta de saber que havia coisas que Jorge sabia
a respeito da morte da mãe… embora Jorge soubesse que Raúl a encontrara morta, não que ele a vira quando ela se matou. De todo
modo, afetado, Jorge diz coisas terríveis, dizendo que o Raúl se faz de vítima
e perguntando até quando ele vai continuar fazendo isso, por exemplo, ou
dizendo que a mãe se importava tão pouco com eles que preferiu tirar a própria
vida – e é nesse momento exato que ele leva um soco merecido de Raúl, e os dois
entram em uma briga série cheia de socos, que dura até a chegada de Enrique
para separar os filhos.
Assim, tudo
escala depressa. No calor do momento, Raúl também diz ao pai o pouco que
descobriu e pergunta por que ele escondeu isso dele, e Enrique diz que não vai
negar que tenha escondido, mas que o fez “sob recomendação de um terapeuta”.
Jorge e Enrique têm uma boa narrativa sobre como tudo o que eles sempre fizeram
foi para proteger o Raúl, porque eles querem que ele saia dessa depressão e
siga em frente – também é forte a fala de Jorge quando ele diz a Raúl que ele também perdera a mãe, mas Raúl, como
seu irmão mais velho, não estava ali por ele quando ele precisou… é um dos
poucos momentos nos quais o Jorge demonstra alguma espécie de vulnerabilidade.
Mas acredito que ele está prestes a se converter em um grande vilão.
A guerra entre os irmãos.
E depois de
todo o embate pesado, Raúl surpreende a todos dizendo ao pai que quer estar por
perto dele, aprender com ele e assumir o seu lugar… ele diz que quer saber tudo
sobre a organização e sobre as empresas, porque “entendeu que não pode fugir do
seu destino para sempre” ou algo assim. Curiosamente, isso é tudo o que Enrique
sempre quis, mas a mudança é muito abrupta e naturalmente gera desconfiança –
gosto de como o Enrique confronta o filho no dia seguinte, na empresa, quando
Jorge não está por perto, dizendo que fica muito feliz que ele esteja ali,
finalmente, mas que também não gosta que ele o engane, e quer saber por que ele
decidiu se aproximar tão repentinamente. Raúl precisa dançar um pouquinho para
manipular o pai.
Enrique não
acredita 100%, mas ele dá um voto de confiança.
Ele quer que o seu sucessor seja alguém do
seu sangue.
Naquela
noite, Raúl vai novamente a uma reunião da organização, com direito a todo o
clima macabro que sempre acompanha as cenas da organização – especialmente
naquela noite, em que haverá uma “cerimônia de iniciação” de dois novos membros
que ainda não sabem bem como as coisas funcionam, mas querem ardentemente fazer
parte de tudo aquilo. Parte de Enrique quer acreditar que a mudança repentina
de Raúl pode ser “um sinal de sucessão”, então ele o acolhe oficialmente na
organização naquela noite, falando sobre confiança e lhe dando a sua primeira
pulseira (!), fazendo-o comprometer-se a
não trair a confiança das pessoas que estão ali… confesso que eu estou bem curioso para saber como será ter o
Raúl “na organização”, ainda que com seus próprios planos.
Assim que
tem a chance, Raúl se afasta de todo mundo e começa a vagar pelo espaço,
investigando cada pequeno lugar, tentando ver se ele encontra e/ou descobre
alguma coisa. E é assim que ele acaba chegando ao coração da organização, o
lugar mais macabro, onde o quadro de Bael está pendurado na parede: um lugar no qual nem mesmo o Jorge jamais
esteve. Existe alguma coisa atuando sobre ele quando ele chega lá, e
podemos ver o seu desconforto e mal-estar quando ele vê o livro e o quadro de
Bael e toca a pulseira no seu braço, mas ele não consegue descobrir nada muito
grandioso… quando ele está abrindo um livro, Enrique aparece. E, dessa vez, ele
não desconfia de Raúl, porque ele acredita que Raúl está ali porque “algo o
chamou”.
Como se Bael estivesse chamando seu sucessor.
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