Doctor Who (2024) 1x02 – The Devil’s Chord
“There’s
always a twist at the end”
Se você fosse
novo na TARDIS e pudesse escolher qualquer
destino no tempo e no espaço, para onde você iria? “The Devil’s Chord”, o segundo episódio da nova temporada de “Doctor Who”, dá essa possibilidade a
Ruby Sunday, mas o que era para ser uma visita tranquila a fevereiro de 1963,
durante a gravação do primeiro álbum dos
Beatles, acaba se tornando algo muito perigoso (e deliciosamente inusitado)
quando o Doctor e a Ruby se deparam com um mundo no qual alguma coisa aconteceu com a música; aparentemente, ela está sendo
“roubada”… e será que a humanidade pode viver sem música? Mais intrigante que a estreia, o episódio
parece mais perigoso, e se delicia
com a ideia de que tem algo muito grande acontecendo e que ainda não sabemos o
que é…
“Aquele Que
Espera”. Quem é?
Talvez um
dos motivos de eu ter gostado mais de “The
Devil’s Chord” do que de “Space
Babies” seja o fato de eu o ter sentido mais comedido em relação à
exposição da mitologia da série. Diferente do episódio anterior, ele traz
referências muito bacanas que serão entendidas pelos fãs de longa data da série
(Maestro chamando o Doctor de “timey
wimey”, por exemplo), mas que não “interrompem” o episódio ou o tornam sobre
isso… a não ser, talvez, pela menção à Susan, neta do Doctor e sua primeira companion, mas isso jamais será uma
reclamação minha: fiquei todo bobinho
no momento em que eles pousaram em 1963, e eu AMEI o fato de a série não deixar
isso passar despercebido e mencionar o Doctor vivendo ali em Londres com a neta
em um ferro-velho.
Meses antes de Ian e Barbara.
Será que
essa menção não é aleatória? Será que enfim poderemos ver um retorno de Susan?
Quando Ruby
escolhe a gravação do primeiríssimo álbum dos Beatles como o próximo destino da
TARDIS, o Doctor fica empolgado: por que
ele nunca pensou em fazer isso antes? Os Beatles chegaram a “aparecer”
antes na série em um episódio de 1965 (!), em um Visualizador do Tempo e do
Espaço, e gera um dos meus comentários favoritos na Série Clássica, quando
Vicki diz que “não sabia que eles tocavam música clássica”. Agora, o Doctor e
Ruby têm a chance de se divertir na icônica Abbey Road e visitar o estúdio no
qual tanta música boa nasceu, e não demora nada para eles se darem conta de que
há algo muito errado. As músicas são ruins, sem vida, os Beatles não parecem
empolgados, e eles mesmos dizem que estão fazendo isso para ganhar um dinheiro
até “conseguir um emprego de verdade”.
Não é música
quando não se tem paixão, quando não se coloca a alma nela… quando não fala de
sentimentos, quaisquer que sejam eles. E nesse mundo cada vez mais sombrio, no qual a escuridão está rapidamente tomando
conta, o Doctor percebe que ele tem que fazer algo – e como ainda resta música em Ruby Sunday, ela é
a “isca” perfeita para atrair quem quer que esteja por trás daquilo tudo… e é
assim que conhecemos Maestro, uma personagem icônica, poderosa e arrepiante!
Toda cena de Maestro é MARAVILHOSA, e eu gosto desses conceitos meio bizarros que “Doctor Who” permite: Maestro está roubando a música das pessoas, tirando-as de dentro delas antes que
elas possam ser cantadas, e se alimenta da angústia que isso tudo causa.
Sem música,
uma das mais importantes maneiras de se
expressar, a humanidade parece fadada ao fracasso… e à destruição. Ruby
quer acreditar que está tudo bem: o mundo não acaba em 1963, e ela cresceu
ouvindo música, cantando, tocando piano! Está tudo bem… não está? Para mostrar
à Ruby a gravidade da situação, o Doctor a leva de volta a junho/julho de 2024
para que ela veja o “seu” mundo evoluído daquele
1963 sombrio: um mundo destruído pela guerra sem sentido, causada por pessoas
frustradas que não conseguiram se expressar através da música e, portanto,
guardaram demais dentro de si. Uma cena que, por sinal, me lembra muito “De Volta Para o Futuro II” – inclusive
na sua resolução: a única maneira de
resolver isso é voltando ao passado.
Está em 1963
a resposta. Maestro precisa parar.
O clímax do
episódio traz bons elementos à tona… a “batalha musical” entre o Doctor e
Maestro funciona muito bem, e novamente o mistério da origem de Ruby desempenha
um papel importante na narrativa, porque há algo muito forte dentro dela, e até Maestro percebe quando neve começa a
cair no estúdio e a música que tocava na noite em que ela foi deixada na igreja
pode ser ouvida mais uma vez. Qual é a origem de Ruby Sunday, afinal? Elementos
misteriosos estão sendo adicionados a
“Doctor Who” desde o retorno do
Toymaker… Maestro é um dos filhos do Toymaker, e essas são criaturas perigosas,
amedrontadoras e de poder quase infinito. O Doctor, com a ajuda dos Beatles,
venceu Maestro… mas se existe uma legião de descendentes do Toymaker à frente?
Como ele
poderá lidar?
Gostei
DEMAIS do episódio. Muito, muito mais do que gostei de “Space Babies”. Ainda assim, preciso fazer uma crítica, e é em
relação ao “uso” dos Beatles. Acho que “Doctor
Who” já entregou, ao longo de seus 60 anos, episódios que aproveitaram
melhor a presença de figuras histórias… como foi com Vincent Van Gogh, em “Vincent and the Doctor”, com Agatha
Christie, em “The Unicorn and the Wasp”,
ou com Rosa Parks, em “Rosa”. Fico
feliz com a homenagem aos Beatles e com o roteiro os considerando “gênios da
música” para derrotar Maestro, mas eu gostaria de ter visto mais deles, de ter ouvido suas músicas,
de tê-los em um papel de maior protagonismo dentro do episódio. De todo modo,
ganhamos um episódio delicioso e um número musical divertido no final!
O saldo é
bem positivo!
Próxima
semana, STEVEN MOFFAT A CARGO DO ROTEIRO. Mal posso esperar!
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Gostei do muito desde segundo episódio, tanto quanto do primeiro. Ddu pra sentir a imponência e o perigo que a presença de Maestro passa, e fiquei bastante curioso para saber mais das futuras ameaças que aparecerão daqui pra frente, e de quem é esse tal Toymaker. Fico intrigado também com todo esse mistério em relação ao passado de Ruby. Amei o texto, amigo, foi bem esclarecedor para mim, que sou tão leigo e não pego as referências kk. Ansioso pelo próximo episódio, já que é escrito pelo seu fav
ResponderExcluirAqui, temos um Whovian em nascimento e um amigo muitíssimo orgulhoso! hahaha Acho que todo esse panteão da família do Toymaker vai dar o que falar ainda... (um dia eu te explico tudo o que você quiser saber sobre o Toymaker!)
ExcluirObrigado! Em breve vou incomodar você com um milhão de perguntas!!!
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