My Stand-In – Episode 4: If Miracle Doesn't Come
De volta ao
começo.
QUE EPISÓDIO
IMPRESSIONANTE! Eu passei raiva (e não foi só com o Ming!), eu tive sentimentos
confusos, eu quis proteger o Joe de todo mal e eu quis gritar para todo o mundo
como “My Stand-In” está boa! Como eu
já comentei em outras ocasiões, “My
Stand-In” é uma daquelas séries que geram discussões, debates e embates –
mas eu ainda vejo muita opinião que é reduzida a “odiar o Ming” que, para mim,
parece simplista demais para o que a
série propõe. Não que não se possa odiar
o Ming, acho que a série espera
mesmo que o odiemos (e ele faz absurdos durante esse episódio!), mas eu acho
que há muito mais em “My Stand-In” do
que isso… e eu não vou dizer que eu não estou curioso para saber como vai ser desenvolvido
esse “reencontro” de Joe e Ming.
No último
episódio, Joe finalmente descobrira como ele era visto por Ming: apenas como um substituto (um dublê?) de
Tong, que é a pessoa de quem o Ming gosta de verdade… ou de quem ele acha
gostar. Na verdade, toda a obsessão de Ming por Tong é problemática e é a
origem de todos os problemas em “My
Stand-In”, e sabe de uma coisa? O Tong incentiva
isso de maneira consciente. Já falei sobre isso em minha última review, e sigo com o mesmo pensamento:
Tong é ainda pior do que o Ming.
Depois de ter descoberto o papel que desempenhava na vida de Ming, Joe sai de
casa atordoado, sentindo-se péssimo e sabendo que ele precisa terminar as
coisas com Ming e mandá-lo para fora da sua casa o mais rápido possível… mas ele não consegue fazer isso ainda.
Quando o
faz, por telefone, Ming não entende por
que ele está fazendo isso, e a história caminha, rumando a extremos sobre
os quais precisamos conversar… eu queria proteger o Joe de todo o mal, queria
que ele conseguisse simplesmente afastar o Ming de sua vida e, de alguma
maneira, lidar com as feridas que ficaram para trás… mas Ming não está disposto
a ir embora. Em uma discussão acalorada, Joe coloca tudo para fora: ele fala
sobre como Ming o chamou de “Tong” na noite de Natal, e como é do Tong que ele
gosta de verdade, e ele apenas o estava usando como um substituto dele… algo
que não há como negar, mas que Ming tenta, porque existe algo mais complexo
acontecendo dentro dele, algo que ele não parou ainda para tentar entender.
E todos os
limites são ultrapassados quando Tong
entra em ação… completamente irresponsável com a sua carreira, Tong é um
nojo em toda e qualquer cena que ele aparece desde o início de “My Stand-In”, e agora ele tem uma
discussão séria com o diretor do filme que está fazendo porque ele não vai
comparecer a um evento importante, e Pao ameaça demiti-lo: quem não estiver na conferência de imprensa, também não estará no filme.
E é aí que o papel principal do filme é oferecido a Joe (e ele já tem feito a
maior parte do trabalho de qualquer maneira, porque o Tong é um narcisista
egoísta nojento), e ele acaba aceitando, mesmo quando outras pessoas acreditam
que ele não vai querer… mas é a sua grande chance profissional, a chance de ser
o protagonista, não o dublê.
Ming e Joe
estão no meio de uma discussão e por alguns segundos o Ming parece quase
sincero, quando abraça Joe, quando pede que ele não o mande embora de sua vida,
quando faz promessas… até a ligação de Tong que muda tudo. Com um telefonema, Tong usa o Ming e os dois acabam com
a vida de Joe para sempre. Tong fala sobre o Joe “roubar o seu lugar”, fala
sobre como “não vai deixar que um dublê roube o seu papel”, e pede que Ming
faça qualquer coisa para não deixar
que Joe compareça à conferência de imprensa no dia seguinte… talvez as coisas
tivessem sido diferentes se o Joe tivesse aceitado a companhia de Sol quando
estava indo para casa naquela noite para conversar com Ming e mandá-lo embora
de sua vida de uma vez por todas.
Mas Sol não
o acompanhou. E então Ming faz o que prometera a Tong: ele não deixa Joe comparecer à conferência de imprensa. É curioso
como o roteiro e o diálogo tentam nos convencer de que Ming não está fazendo
isso apenas porque o Tong pediu, mas
também porque ele está com ciúmes de Joe
atuando com o Sol – mas a verdade é que continua sendo problemático de
qualquer maneira, né? Ming bate em Joe para ele desmaiar e, quando Joe
desperta, ele está em outro lugar e ALGEMADO PARA NÃO CONSEGUIR SAIR.
Completamente doentio. Vou dizer aqui: estão certos os comentários sobre como
“odiamos o Ming” e sobre como “o Ming tem que sofrer” e tudo o mais, mas, além
disso, O MING PRECISA DE UMA TERAPIA!
A cena, que
talvez tenha gerado comoção e comentários inflamados, é uma cena extremamente
bem conduzida, tá? Faz com que sintamos raiva de Ming, sim, mas é uma cena
muito competente em sua proposta. Aqui, percebemos claramente a psique
distorcida de Ming, a maneira como ele saboreia aquele momento, como não se
entende como errado e como vê Joe como sua “propriedade”, e também percebemos
uma força quase inesperada de Joe,
porque foi preciso muito sangue frio
para fazer o que ele faz, conseguindo manipular
o Ming até que ele o solte, vire de costas (note que Ming estava disposto a
ceder, ali) e então ele algema Ming para que possa fugir. Tarde demais para a
conferência de imprensa, infelizmente, mas pelo menos livre…
“My Stand-In” terá um trabalho imenso, agora, em uma tentativa de
redimir um personagem que não parece ter redenção (esse episódio agrava demais
as coisas para Ming), porque, depois de tudo, a culpa do acidente e,
consequentemente, da “morte” de Joe, também é de Ming. Joe só aceita aquele
trabalho duvidoso em uma produção internacional porque o Ming, ao prendê-lo e
impedir que ele fosse ao evento que era a sua grande chance, acabou com a sua
carreira, e ele precisa trabalhar. Antes de sofrer o acidente, Joe atende a um
telefonema de Ming, que parece arrependido do outro lado da linha, pedindo que
ele volte, dizendo que estará esperando por ele na “casa deles”. Ming é um
personagem detestável, mas existem camadas ali… camadas que geram uma boa
história!
Dali em
diante, nós sabemos o que acontece… Joe sofre um acidente, acorda dois anos
depois em um corpo diferente, e o episódio reapresenta, em segundos, algumas
cenas que vimos no primeiro episódio de
“My Stand-In”, e todas elas têm mais peso e mais significado agora… e
depois de rever Ming pela primeira vez, Joe volta para casa atordoado, sob a
chuva, pensando em como Ming teve culpa
pelo seu acidente e pela sua morte. E, então, Joe começa a fazer pesquisas
sobre o que aconteceu nos dois anos que esteve fora (o sucesso de Tong me
enoja, sério), e ele faz algo arriscado, que é voltar para a sua antiga casa,
onde ele encontra Ming, usando um avental, servindo comida para dois e sentando
à mesa, esperando pelo retorno de Joe…
Como ele
dissera, ao telefone, que faria.
A dinâmica,
agora, muda. Estou ANSIOSO pelas novidades!
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